quinta-feira, outubro 28, 2004

Não sou dono do mundo, mas com certeza sou filho do dono!

E Jesus pegando do pão dirigiu-se aos apóstolos: "Irmãos, em verdade vos digo, tomai e comei porque esse é meu corpo... E porque os profiteroles que eu encomendei derreteram, então, nada de sobremesa!"... Esse tipo de coisa não se lê na Bíblia, né? E depois dizem que Judas era mesquinho porque traiu Jesus por trinta dinheiros. Mas convenhamos, quem dá uma festa de despedida regada somente a pão e vinho é o quê?

quinta-feira, outubro 21, 2004

Do Not Consider Yourself Free

Façam silêncio! - disse a professora. Os que não se comportarem vão voltar para o ônibus. Era bem difícil controlar uma turma de mais ou menos dezesseis mil alunos do ensino fundamental da Chris Carraba College para formação de cadetes emotivos. O guia do museu que acompanhava a turma mostrou com a mão que eles entrariam na galeria dedicada aos estudos de História Hardcoreana , período Veranus Revolucionaris. Mrs. Kira virou-se para os adolescentes de olhos vivazes e orelhas alargadas e falou, diminuindo um pouco o tom de voz para conferir ao momento a solenidade necessária. Pigarreou.

- Garotos, agora vamos entrar na parte mais importante de nossa visita aqui no MoMA (Museum of MacKaye’s Artefacts). Todos peguem seus palm tops, seus iPods e suas câmeras digitais. Eu quero que vocês absorvam o máximo dessa nossa passagem.


Mrs. Kira era uma professora da velha escola, literalmente. Os cabelos grisalhos e o visual propositalmente desleixado contrastavam com a assepsia de sua classe de meninos e meninas de Carraba. Garotos cujos pais esforçavam-se ao máximo para pagar a ridiculamente alta mensalidade na esperança de -um dia, quem sabe?- verem seus pimpolhos num cargo de destaque no M.T.V. (Ministério de Trâmites Videocomerciais). Os cadetes ao saberem que estariam diante de informações valiosas para seu futuro profissional se organizaram em fila militar e seguiram Mrs. Kira e o guia. O grupo atravessou um grande arco donde pendiam quatro imensas bandeiras negras, Kira deixou que o pano grosso e empoeirado tocasse seu rosto, causando uma série de espirros. Os demais alunos desviaram do contato direto com aquele símbolo de eras remotas assim como desviavam de tudo que não lhes parecesse doméstico e inofensivo demais. O que havia naquelas galerias era muito mais do que meninos e meninas como Boom Boom Kid, Fresno, Dandara e Jimmy Eatworld poderiam sequer imaginar.

Em ambos os lados da extensa galeria dispunham-se milhares de projetores holográficos de última geração que eram acionados assim que alguém se aproximasse. Eram imagens de homens e mulheres que gritavam, suavam, cuspiam, se socavam em um estado próximo a catarse. Os alunos podiam se aproximar e interagir tocando, falando, sentindo as imagens com seus kits de realidade virtual, mas preferiam andar agrupados, um tanto temerosos, pelo meio da galeria, evitando o contato direto com as coisas, como estavam mais acostumados.

Agrupados de forma compacta eles pararam ao redor de um estranho e arcaico aparelho da época. Era uma espécie de caixa com uma bandeja que sustentava um arquivo musical grande, redondo, preto e com um furo no meio. Da caixa saia uma manopla cibernética com uma agulha em sua ponta que acionava o arquivo.

- O que é isso, Mrs. Kira?- Quis saber um aluno.
- Chama-se disco de vinil, eles continham os arquivos musicais das bandas que eram vendidos em forma de troca monetária nas chamadas “gigs”.
- Eles vendiam pessoalmente seus próprios arquivos?!
- Isso mesmo!

Era muita informação para os cadetes emotivos. Eles não entendiam a razão de um grupo precisar produzir mais de dois arquivos musicais. E esse estranho ritual de reproduzir seus arquivos mantendo-se em contato com outros? “Eles realmente reproduziam manualmente seus arquivos na frente de outras pessoas, professora?”. Enquanto os alunos continuavam demonstrando um pequeno interesse pela obsoleta invenção Mrs. Kira deparou-se sobre a imagem holográfica de um grupo que tocava um som ao mesmo tempo barulhento e melodioso. Os acordes e a performance do vocalista pareciam capturar Kira deixando-a tão completamente absorta que mal pôde responder a pergunta de um cadete.

-Mrs. Kira, toda essa performance interativa entre o grupo de reprodutores e o grupo de consumidores era uma espécie de rito cotidiano?
- Sim... Ritos... da primavera...- limitou-se a dizer.

O grupo continuou sua peregrinação acompanhado do guia até serem capturados pelo timbre semi-hipnótico e as melodias de um grupo que repetia que não havia liberdade.

-Não se considere livre!- cantava a holografia.
-Não nos consideramos livres. Não nos consideramos livres. Não nos consideramos livres.- repetiam roboticamente atendendo aquilo que, a partir de agora, era seu novo mantra.

“Professora, esse homem na holografia diz que não somos livres, é verdade?”, Kira sorriu e pensou “...E que estávamos fora de compasso com o mundo porque éramos só uma ameaça menor... Espere até saber que você não é o que você possui, garoto”.

- Não, não é verdade. Acalmou a professora.
-Não é verdade! Não é verdade! Não é verdade!

E quanto mais os cadetes, sua professora e o guia avançavam pelos corredores largos da galeria, mas o grupo de meninos se assustava. Eles nunca poderiam imaginar que num mundo asséptico e por isso opressor, cheio de uma emoção calculada e fria, pudesse haver grupos de meninos e meninas como eles agindo daquela forma tão fora dos padrões. E o que é pior, aqueles selvagens atribuíam para si a criação da sociedade como ela era hoje. Aqueles bárbaros clamavam ser o que eles hoje admitiam ser, mas não sem disfarçada vergonha. Seriam eles, cadetes emotivos, bárbaros selvagens? Poderiam aqueles selvagens tão diferentes deles ser também emotivos? Todos pareciam atemorizados com a idéia de proximidade de um passado tão sujo e fora da ordem. Todos menos Mrs. Kira. Ela, pelo contrário, parecia estar definitivamente intoxicada pelos eflúvios desse banho de velharia perigosa e subestimada. Passear pelas galerias do velho museu havia reascendido algo no coração de Kira e ela não deixaria esse sentimento ser deletado tão facilmente. Afinal, melhor que todos aqueles adolescentes inúteis e medrosos Kira sabia que as coisas já haviam sido bem melhores do que no sombrio ano de 2005.

sábado, outubro 16, 2004

Viva! Viva a música popular brasileira!

Ao contrário do que poderia supôr a maioria, Marisa Monte não possui a capacidade de transformar água em vinho.

O Vaticano em recente declaração afirmou serem infundados e irreais os boatos da canonização de Marisa Monte.

Nutricionistas alertam, comer partes do corpo de Marisa Monte não lhe confere mais força ou inteligência.

Fatos comprovam que Marisa Monte não caminhou sobre as águas da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Marisa Monte também não desceu à mansão dos mortos ressucitando ao terceiro dia...

...Nem mesmo está sentada à direita de Deus-pai todo-poderoso.

Sacríficios humanos e imolações de animais em honra da figura de Marisa Monte são crimes previstos em lei com pena de reclusão de 6 a 12 anos.

Recentes estudos atestam que Marisa Monte não é, repetimos, NÃO É, o terceiro segredo não-revelado de Nossa Senhora de Fátima.

Não há comprovação científica de que Marisa Monte seja capaz de curar lepra e poliomelite com o toque de suas mãos.

E, definitivamente não, os Tribalistas não são uma reencarnação dos Três Reis Magos!




segunda-feira, outubro 11, 2004

Nas ruas salvando a cena das forças do mal- volume II

Ele marcou em um Café no Lado Sul e eu achei melhor chegar com um pouco de antecedência para dar uma explorada no local. Parecia com um Café comum, dei uma olhada nas pessoas que freqüentavam, nos garçons e nas saídas mais próximas, caso a coisa ficasse feia pro meu lado. Pontualmente na hora em que combinamos Ele chegou, e não estava sozinho. Claro, ele devia desconfiar que um cara como eu fingia ser não podia ser totalmente verdade. Eu era justamente o que eles precisavam, pena que eu não era eu, ou melhor, não era o que eu dizia que era. Ele sentou-se na mesa e me apresentou seus comparsas.
- Ei, esses aqui são Gil, Água morna, Bolero e Gongôlo.
- Prazer...
Os caras fizeram um leve cumprimento com a cabeça, mostrando que estavam ali para me colocar à prova. Sim, estavam esperando que eu piscasse ou me contradissesse, daí então, pimba! Eles me pegavam. Mas não eu, não esse filho da puta aqui, eu era esperto demais para deixar a peteca cair logo agora.
Ele era o único que falava. O único que falava em todo Café. Os demais apreciavam suas bebidinhas ou liam livros de poesia alemã. Ele me fez um monte de perguntas que, graças à minha vivência no Outro Mundo eu pude responder com toda convicção e naturalidade. É, eu era realmente muito bom nisso, muito bom em ser um mentiroso. Depois de algumas latas de água tônica e mais perguntas sendo respondidas de forma inabalável, eles já estavam mais relaxados. Acredito que meu disfarce também colaborou para que eu parecesse com um deles. Usava o casaco e a marca de tênis certos, minhas tatuagens e meu corte de cabelo me faziam ser apontado por qualquer um que não me conhecesse como um igual. Foi então que Ele resolveu se abrir e me contar o porque de ter me chamado para aquela conversa no Café.
- Sabe, precisamos de um homem como você, Leblon.
- Um homem como eu? O que isso quer dizer? – perguntei desconfiado novamente.
- Os tempos estão ruins para nós, nós fomos expulsos da cena e agora toda a coisa é controlada por aqueles rapazes sem nível.
- Entendo, entendo... E no que um garoto branco e bem nascido como eu posso ser útil? – perguntei, sem conseguir conter uma ponta de sarcasmo.
- Nós da CMO estamos tentando tomar de volta o que um dia quase foi nosso – Disse Ele.
- CMO, o que diabos é a CMO? – indaguei mais perdido que um cego no meio de um tiroteio.
- É nossa organização, crew como preferimos chamar, nossa pequena máfia, a Classe Média Orgulhosa. Sim, nós somos os últimos representantes dessa classe quase extinta no nosso meio. Somos nós os únicos que resistimos, os bastiões de tempos passados. E nós precisamos de você!
Então era esse seu plano maléfico? Macacos me mordam! Eu não poderia ver isso vindo, não algo tão estapafúrdio como esse plano.
- Está na hora de dar o troco nos bastardos que se diziam defensores da justiça e que agora controlam tudo. Nada contra o controle, mas não eles, pelo amor do Santo Deus, não caras como eles, os Marrons...
Era pior do que eu pensava, esses caras eram verdadeiros loucos! Essa missão não era para mim, eu devia largar aquilo tudo naquele exato momento e ligar para o hospício o mais rápido possível. Esses caras acreditavam ainda nas palavras “daquele-que-o-nome-não-pode-ser-dito”, o maldito bastardo que tentou uma dia instaurar a “República Style Branca de Nível”, um louco com uma teoria maluca sobre raças e credos. Como poderia haver gente que ainda dá ouvidos a esse tipo de teoria eu me perguntava incessantemente. Tentei argumentar com eles, fazê-los desistir de alguma forma desse plano maluco do cacete. Ou ao menos tentar livrar meu rabo dessa enrascada em que eu havia me metido por puro amor à causa.
- Mas porque logo eu? Onde estão os outros como nós?
- Não existem outros como nós lá. Os poucos que haviam se uniram à Causa.
- E que Causa é essa?
- Punk rock. Me respondeu Ele.
- “Punk rock is just a bunch of niggaz-lovin’ hippies!” – falou pela primeira e única vez o sorumbático Gongôlo.
- Eles estão do outro lado, podiam estar aqui conosco, mas preferiram estar lá com os Marrons. Eles são ainda piores, rapazes e moças de nível, se misturando.
- São os wannabes, não é?! Eu ouvi falar deles, e posso afirmar que não são exclusividade da cena daqui. Eles estão por toda parte pelo que sei – disse eu, tentando mostrar que tinha alguma intimidade com o assunto.
- Isso mesmo! Hoje em dia nosso povo não pode mais andar a vontade pela cena. Nós não somos mais bem vistos, a Causa acabou com toda diversão que nós tínhamos e todos os valores em que acreditávamos foram banidos. O que nós queremos é mandar esses idiotas de volta para onde eles vieram e retomar a cena, entregá-la à boa gente da CMO.
- Ok, ok, mas como vocês pretendem fazer isso? Uma luta até a morte pelo poder? Veja, se nós somos os únicos que restaram isso seria suicídio e...
- Não, nós já pensamos em tudo. Não podemos lutar com eles e nem mesmo a polícia vai estar do nosso lado dessa vez, noss@ agente infiltrad@ também não vem conseguindo grandes resultados, nós vamos fazer a única coisa que nos resta, nossa última cartada, a mais arriscada e que nunca foi tentada.
- O que é homem? Vamos, diga!- Eu estava realmente impaciente com aquela porra toda.
- Nós vamos montar uma banda... Uma banda emo!!!!
Nessa hora eu senti um arrepio percorrer minha espinha, eu sabia que com uma banda emo eles poderiam conquistar novas mentes e acabar com o que foi construído por nós. Eu tinha que pensar e agir rápido, meu tempo estava se esgotando, bem como o da Causa. O que seria de nós se isso se tornasse realidade?!?!?!

sexta-feira, outubro 08, 2004

Nas ruas salvando a cena das forças do Mal- volume I

Eu não pude acreditar quando me deram a informação. Simplesmente não podia acreditar. Após algum tempo de alguma paz, nem mesmo o mais cético de nós poderia acreditar que eles, os homens-maus, pudessem estar de volta. E o que é pior, rastejando incólumes tão perto de nós. Minha fonte – discreta como uma senhora de meia-idade em um páreo à tarde no Jockey Club – havia me passado alguns nomes e alguns endereços. Não haveria dinheiro, nunca era pelo dinheiro, mas eu peguei da mesma forma, queria os bastardos fora dali de uma vez por todas.
O primeiro passo foi conseguir “o canal”, a Fonte tinha me avisado que, uma vez no “canal”, as coisas já estariam bem encaminhadas pro meu lado. Tudo o que eu precisava era de um disfarce, um novo nome, algo que fizesse me misturar a eles como crianças num parque em um domingo de sol. Tudo o que eu sabia era que eram brancos, de classe média, vindo do mesmo bairro e que, definitivamente, não viam com bons olhos todas essas mudanças que Os Bons haviam instaurado na cena. Escolhi para mim um nome de gangue, XAlto-LeblonX, tinha certeza de que isso atrairia os homens que eu queria encontrar.
Uma vez lá dentro e eu era o novo gostosão do pedaço, meninas e caras vinham falara comigo e pareciam simpáticos. Simpáticos até demais para um cara como eu. Vieram puxar assunto Give_me_convenience_or_give_me_death; Xmidle_classX; TFP; Patricinhadbeverllyhills; INDOLLAR; HollyFree; Vinil-collector, entre tantas outras figuras que viam em mim um igual. E eu não podia negar, eu era como eles ou, pelo menos já fui um dia. Eu estudei em bons colégios, comi boa comida e penetrei boas garotas, tive algum dinheiro e freqüentei barzinhos da moda também, assim como eles, mas A Causa havia me separado deles, e eu havia prometido que nunca mais iria voltar praquele mundo. Não é que eles me causassem asco, mas não podia deixar que as coisas voltassem àqueles anos negros, ou melhor, anos brancos. E desde então eu vivo assim, como um agente duplo, como aquele vampiro que caça vampiros naquela série de TV. Minha consciência de classe era um verdadeiro prato de merda!
Mas isso não importa, pelo menos não até essa altura dos acontecimentos, o importante é que eu estava lá para achar os fomentadores, e não precisei fazer muito esforço; quando já pensava em desistir do “canal” e abandonar o trabalho, Ele veio falar comigo:
- Gosto do seu nome gangueiro, estranho nunca ter te visto por aqui antes...
- Desculpe, o senhor está falando comigo? – perguntei, tentando parecer o mais educado e verdadeiro possível.
- E você vê outro desconhecido por aqui?! – retrucou ele, me deixando em uma verdadeira sinuca de bico.
- Não sei, acabei de voltar à cidade, não conheço muitos por aqui.
- E por onde você andou?! – perguntou Ele, deixando escapar um pouco de interesse em minha história.
- NY, Boston, Washington... Sabe como é, atrás das coisas que nos dão status permanente nesse lugar.
- Você gostaria de tomar uma água tônica e me contar sobre essa viagem?!
- Opa, você não está me cantando, está?!
- Não, isso seria inadmissível e desapropriado. Eu sou um heterossexual convicto.
Não estava interessado em o que o marmanjo fazia de noite na cama, mas era desconfiado demais para aceitar um convite assim logo de cara. E principalmente para beber água tônica.

terça-feira, outubro 05, 2004

Agora vai!

Quem pousa em terras brasilis no mês de outubro para uma turnê nacional, dessa feita, é o Ignite. A banda vem com um, isso mesmo, UM integrante da formação original pra abrir os shows do Dead Fish!!! Ó, se eles cantarem " They call us hypocrites..." pode ter certeza que é zuação com a sua cara.

Se eu vou? Claro que vou!!!! Macaco-brás é isso aí!

Teoria da Conspiração-I ou Dedicado a Tom Capone, Sabotage, Johnny Ramone e Elvis Presley

Será mera coinscidência o fato de que sempre às vésperas do VMB morre um figurão da música brasileira? Afinal, o que seriam daqueles discursos emocionantes sem um presunto novo pra chorar todo ano?

Ser punk deixou de ser legal depois da queda do Império Bizantino

- Foda mano? Foda era em 1814. Não tinham essas facilidades de som estereofônico, compact discs, isso que os jovens chamam de intelnete...

-É, você precisava andar três quilômetros até um poço de piche para poder fabricar seu próprio vinil, usando uma prensa de tipos modificada.

-E os outros achavam que você capturava a voz das pessoas com aquilo. Vi muito sxe das antigas queimar na fogueira acusado de bruxaria!!

-Eram tempos fudidos,mano... Tempos fudidos! Eu tenho esse olho de vidro, essa perna de pau e essa placa de titânio na cabeça por causa de uma briga com uns morlocks na galeria do rock! Lembra dos morlocks?!


-Naquela época, se tu usasse uma camisa do youth of today era preso no DOI-CODI!!!

-E do Seein’ Red, então? Era extraditado na hora, motivo pra um AI-6 e tudo!!!

- Orra...Perigava ir pra Ilha Grande junto com o Graciliano Ramos!

- E com aquele cara que escreveu “O Que É Isso, Maconheiro?”

-Lembro de um punk, mano...Das antigas o fita...Ele colou num show e gritou: “Estou grávido de Luiz Carlos Prestes!!!!!”. A polícia política da época o fuzilou no ato. E os punks comeram a carniça dele depois.

-Hoje em dia num tem mais disso. Tudo muito vazio, sem graça...

-Pô, a moçada de hoje não sabe o que é encomendar uma fita feita de osso de brontossauro pra Companhia Das índias Ocidentais! Ter que esperar sete anos pra receber.

-E o cheiro de sela de cavalo que só os vinis da Western Union tinham? Não há dinheiro que pague isso, mano velho!

-Pô, até hoje eu tenho um papiro de um correspondente meu, um sxe fenício que era fã de Negazione!

-Nooooooooossa mano, eu me correspondia com o Conan, mano! Tenho as cartas dele até hoje. Escritas em couro de Gnu!

-Pó, eu lembro quando recebia os flyers da primeira banda do Rei Salomão, "eye for na eye", era meio crossover!!!

-Cacete, tu é muito old school, cara! Eu entrei na cena só depois da queda da Bastilha.

-Vixxxxxxxe, tempos negro, lokão! Tempos difíceis. Era foda catar vinil nessa época.

-Só...

segunda-feira, outubro 04, 2004

XMALHAÇÃOX

Segunda-feira

Pasqualete avisa aos alunos do Múltipla Escolha sobre a chegada de um novo aluno que teve sérios problemas em uma filial do cursinho. Edu chega e todos estranham as tatuagens e o visual radical do rapaz. Drica diz que curtiu o visual muito louco do carinha. No Gygabyte Edu diz que não come carne e todos ficam surpresos. Dona Lúcia fala para Pasqualete que desconfia que existam alunos usando drogas no colégio.


Terça-feira

O Professor Afrânio dá uma aula sobre as benesses do vegetarianismo. Dona Lúcia desconfia que Edu seja um dos alunos que se drogam. Rafa e Cabeção chegam bêbados no colégio depois de uma festa na noite anterior. No recreio Edu conversa com Drica sobre o que é straight-edge. Kiko sente ciúmes de Edu. Pasqualete e Dona Lúcia chamam Edu na diretoria e perguntam se ele usa drogas.


Quarta-feira

Edu diz aos dois que não usa drogas e é vegetariano, Dona Lúcia e Pasqualete ficam aliviados. Edu conta a Drica que foi expulso do outro cursinho porque os alunos gozavam muito dele por ele não beber e nem fumar. Kiko e Catraca se juntam para gozar de Edu, Drica intervém e diz que também é straight-edge. Todos no Múltipla Escolha ficam curiosos a respeito do que é straight-edge.


Quinta-feira

No Gygabyte Dona Vilma prepara um cardápio vegetariano. Cabeção, Gustavo e Murilo ficam amigos de Edu. Gustavo diz que a Vagabanda deveria ser uma banda straight edge. Bel pergunta se Natasha e Catraca não vão se juntar à banda. Natasha diz que odeia straight-edges e que nunca entraria na nova banda. Letícia e as meninas decidem fazer uma gincana sobre straight-edge.
Diogo, irmão de Gustavo, aparece no seu colégio de bandana e com um “X” na mão. A nova Vagabanda apresenta-se no Gyga.


Sexta-feira

As meninas vão a uma “Verdurada” e se espantam com os freqüentadores do local, Myuki fala que elas deviam ir embora. As meninas começam a ser perseguidas por straight-edges revoltados, mas Gustavo e Edu aparecem no local e salvam as garotas. Gustavo convida Edu para um jantar vegetariano em sua casa. Beatriz, a mãe de Gustavo, diz a Edu que também é vegetariana, mas adora um peixinho e já foi hippie. Edu diz que hippies e straight-edges são a mesma coisa. Camila, a irmã de Gustavo, fica apaixonada por Edu.


Segunda-feira

William diz para Diogo que também quer ser straight-edge. Diogo diz que William não pode ser straight edge porque é pobre.Cabeção compra um disco straight-edge muito barulhento. Vinícius diz para TDB que não agüenta mais a barulheira e resolve quebrar o disco de Cabeção. Letícia faz uma gincana para convencer o pessoal do Múltipla Escolha de que os straight-edges não são boas pessoas. Letícia diz para Gustavo que não confia mais nos straight-edges. Natasha comenta com Catraca que seu plano deu certo.

Terça-feira

Edu faz um discurso no Gygabyte e diz que nem todos os straight-edges são bons. Dona Vilma diz que tem uma surpresa para o pessoal do Múltipla Escolha. A banda Dance of Days se apresenta e todos adoram. Cabeção pede um autógrafo pro pessoal da banda, mas eles riem de Cabeção. TDB vai defender o amigo e começa uma confusão no local. Bel e Cadu ajudam os rapazes da banda a sair dali. Natasha diz que viu Edu comendo um hamburger.

Quarta-feira

Edu diz que era um hamburger de soja para toda a galera, mas pede para Natasha não revelar a verdade. Muitos straight-edges passam a freqüentar o Gygabyte por causa do cardápio vegetariano. Edu admite para Drica que não é mais vegetariano. Cabeção conta para Myuki que viu Dona Vilma jogar um pedaço de carne na comida dos straight-edges. Os straight-edges ouvem aquilo e promovem um quebra-quebra no bar achando que Dona Vilma é precária.

Quinta-feira

Em uma festinha na república do Vinícius, Edu bebe umas cervejas e Kiko conta para todos que ele é um falso. Edu diz que não sabia que era cerveja. Só Drica fica do lado dele. No dia seguinte Edu aparece no colégio diferente. Dona Vilma chama a polícia e ela prende os straight-edges arruaceiros. Edu diz que está decepcionado com o straight-edge e por isso bebeu. Drica dá um beijo em Edu.

Sexta-feira

Drica diz que quer namorar Edu e TDB e Kiko ao mesmo tempo. Edu não entende nada e Drica diz que agora é libertina. Edu diz que isso é errado e vai embora. Cabeção decide não ser mais straight-edge também. O professor Oscar fala em sua aula sobre radicalismo. Gustavo e Murilo apóiam Edu e dizem que ser radical não leva a nada. Edu decide voltar para seu novo colégio agora que ele também bebe e come carne.

Segunda-feira


Não há mais comentário algum sobre straight-edge e todos parecem não se lembrar da existência de Edu...

Alive! My creation...Is alive!

Criei um blog. Um blog é, para quem já não lembra mais, uma versão arcaica de um livejournal que, por sua vez, ainda não é tão popular quanto um fotolog. O fotolog, como já decretou a vanguarda, morreu com o nascimento do Orkut, aquele Friendster mais arrogante, mas ainda assim, pior que o Multiply.
Trocando em miúdos, acabo de me perfilar na casta mais desprezível desse mundo virtual. Não há fotos, não há comunidades relacionadas, não há confissões ou desabafos cotidianos. Só um qualquer falando sobre assuntos que não interessam a mais ninguém, mas que mesmo assim, sinto a urgência de expô-los ao escrutínio público.