sexta-feira, dezembro 26, 2008

Frases ditas como verdade, mas que são mentira

"Deve ser legal ser negão no Senegal"
- Chico César in Mama África; Cuscuz Clã

Grande mentira. Por mais que o Chico César queira fazer vocês acreditarem nessa afirmação, amigos, ele não está falando a verdade. Aliás, essa é uma puta brincadeira de mau gosto. Tire pelo nome do disco onde se encontra essa pérola: Cuscuz Clâ? Não bastasse ele querer fazer trocadalhos no melhor estilo Carlinhos Brown, ele ainda decide por bem usar justo a KKK, um assunto, assim, super leve e propício a gracejos poéticos?!

Enfim, não é legal ser negão no Senegal, gente! O Senegal está em 168º lugar no nível de alfabetização mundial. Pra vocês terem uma idéia, nós que somos um povinho bem iletrado ocupamos uma posição 78 casas acima!!! Outra, sabem qual a religião predominante no Senegal? O islamismo! Pois é... Vocês sabiam que o Senegal só conquistou sua independência em 1960? Antes disso, eles foram colônia francesa, e vocês tão ligados como é que rolava o esquema nas colônias francesas na África, né? Não tinha nada de "La Vie en Rose", rapaziada. Nada!

Pra piorar a situação, apenas 30% da população senegalesa é urbana e a parte oriental do país está quase deserta. O Senegal lidera o bloco de países de baixo IDH, ficando na 156ª posição, bem atrás até mesmo dos territórios ocupados da Palestina, do Turcomenistão e Nicarágua. Portanto, quando vocês ouvirem algum poetinha MPBelho cantar versos como esse, dêem pra ele uma passagem pro Senegal. Só de ida, que é pra ele aprender a não brincar com a desgraça alheia!

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Por que eu me lembro desse tipo de coisa?

A razão pela qual sou incapaz de esquecer certas coisas continua sendo um mistério pra mim. Diferente de minha amiga Biazuda, que tem lapsos de lembrança e dificuldade de acertar se algo existiu mesmo ou ela inventou, eu lembro de tudo com extrema clareza... O foda é que nada disso é importante e não serve pra porra nenhuma (além de matéria para posts como esse, o que não é grande coisa).

Por exemplo, estava relembrando aqui de uma época mágica quando a música da Bahia nos brindou com estilos musicais muito mais criativos que a Axé Music - um nome por si só extremamente babaca e noventista, parecia coisa de campanha da W/Brasil. Tipos, alguém mais aí se lembra das maravilhas rítmicas do Fricote? Ou do balanço e picardia contagiante do Deboche? Juro, isso já foi estilo musical e tinha até clipe no Fantástico!!!

Pra não ficar parecendo que eu simplesmente catei dois nomes engraçados (repita "deboche" em frente ao espelho com entonação soteropolitana e você verá se não renderá algumas risadas solitárias) e inventei uma besteira para atualizar essa merda, aqui vai informação documental válida: Luís Caldas era o rei do Deboche, já dois grandes representantes do Fricote (estilo inspirado, eu acho, num som de Caldas) eram Sarajane (que era tia de duas gêmeas que moravam no 19ª andar do meu prédio, segundo as próprias) e o inacreditável Cid Guerreiro, um misto de Dave Lee Roth e Dee Sinder de Todos os Santos.

Bom, depois disso, como bem disse Leila Lopes, nada mais me lembro. Acho que foi porque eu parei de assistir ao programa da Mara Maravilha, onde esses artistas iam com certa frequência, ou porque a galera traiu o movimento Ilê e se vendeu ao sistema (o Cid Guerreiro, por exemplo, foi fazer música pra Xuxa. Pra Xuxa, cara!!!).

Para terminar esse post memorável, deixo vocês com um clipe lindo feito pro youtube com Margareth Menezes levando um cover de "Madagascar", da clássica Banda Reflexus (que voltou, olha só!):




segunda-feira, dezembro 22, 2008

Frases que eu não entendo

"O tamanho da sua inveja é a velocidade do meu sucesso". Oi? Não compreendi. Tá certo que eu não sou o cara mais entendido no que concerne a regras da Física, mas vem cá, qual a relação entre tamanho e velocidade? Porra, se o tamanho da inveja de alguém é a velocidade do sucesso de outrem, isso não significa que esse sucesso não é lá grandes coisas (ou que a inveja do outro não é muito grande, o que termina por desabilitar todo o dito)? Porque assim, quantas coisas você conhece que ficam mais velozes conforme crescem de tamanho (ok, qualquer respostinha de cunho sexual servirá como desculpa para banimento eterno desse pouco frequentado blog)? E mais, se o seu sucesso é veloz de verdade, isso novamente não significa que ele, no mínimo, não será muito duradouro?

Juro que fui pesquisar pra ver se não estava falando besteira como no tópico do Dave Mustaine e desenhos da Warner (como o Bá bem apontou, me fazendo passar por sessões de humilhação psicológica. WaLeW,KrA!). Segundo o Newton e suas leis, esse ditado só teria sentido se fosse algo como: "A força do meu sucesso é igual a aceleração da sua inveja vezes a massa de gente ignorante que gosta de repetir esse tipo de idiotice em pára-choques de caminhão ou adesivos no vidro traseiro da van".

sexta-feira, novembro 14, 2008

Absurdette Tattoo Parlor III

- Então cara, tava afim de fazer uma tatuagem. Mas assim, queria mandar um desenho vióleeeento mesmo, assim, a tatuagem mais agressiva do mundo!
- Opa, legal! Você já tem alguma idéia?
- Então cara, olha que massa, mandar um tubarão-tigre!
- É uma...
- Mas não um tubarão-tigre, tubarão-tigre, biologicamente falando. Queria, na verdade, uma fera metade tubarão, metade tigre. Massa, hein?
- ...
- Pô, e se desse, fazer assim ele com a boca abertona, assim. E a língua dele podia ir virando assim, uma naja cromada, cara!!!
- ...
- E com olho de rubi. E que dispara raio-laser.

Absurdette Tattoo Parlor II

- E aí mermão, certinho? Então, eu tava afim de largar uma tattoo aqui, pra completar essa tribal que eu fiz em Búzios.
- Tudo bem, você tem uma idéia de desenho?
- Então, tô afim de mandar uma indiazona aqui com a cara da minha mina, rola?
- Rola, rola...
- Mas oh, minha mina é preta, brother.
- ...
- Acho que tu vai ter que mandar um lance, assim, meio miscigenado né, brother?
- ... É?
- Bom, tecnicamente vai ser mais uma cafuza que uma índia, né? Mas tu bola aí.

Absurdette Tattoo Parlor

- E aí brother, beleza? Então, eu queria mandar uma tattoo aqui. Assim, pensei em mandar um mago Merlin, tá ligado? Daí ele tipo segurando um planetinha assim, na mão... Pode ser Saturno mermo, com aquelas paradinhas e pá.
- Beleza, a gente faz...
- Mas assim, embaixo eu queria largar um pitbull babaaaando sangue! Tipo, o protetor do Merlin, saca? Vai ficar irado!
- É, pode ficar legal...
- Só que é o seguinte, eu tô fazendo concurso pra Polícia Federal, então rola de mandar ela assim, ó, desse tamaninho aqui em cima?

segunda-feira, outubro 27, 2008

Dave Mustaine, some kind of asshole

Que Dave Mustaine é um sujeito chato e arrogante que não se envergonha de ser eternizado em vídeo chorando por ter sido expulso do Metallica na frente de seus ex-companheiros de banda e de um psicanalista (!!!), ou afirmando categoricamente que é o músico mais influente do thrash metal, todo mundo sabe. Agora, o que talvez poucos de vocês tenham conhecimento é que ele também sente um bizarro prazer em se fazer de bobo para crianças! É isso aí, não contente em ser encarado como uma figura patética por qualquer metaleiro na casa dos 30 anos, o ruivo de voz estridente parece querer assegurar que uma legião de novos apreciadores de música pesada continue sentindo vergonha por seus atos. Afinal, vergonha é a única coisa que parece faltar na alaranjada face de Mustaine.

Ou eu estou correto (como, aliás, quase sempre ocorre no MEU blog), ou há um outro motivo muito mais complexo e, quiçá, altruísta para o Sr. Mustaine aparecer em formato celulóide num desenho da Disney, ensinando os intrincados segredos da arte do metal para Gaguinho, Patolino e Marvin, o Marciano. E como bom chefinho e "mentor criativo" de sua banda, é claro que Dave extendeu o convite a seus escra... digo, companheiros de banda. Danny Ellefson deve estar mesmo cheio de contas atrasadas em casa para se sujeitar a esse tipo de coisa... Apesar de que, sejamos francos, essa versão animada de "Back in the Day" é mil vezes melhor que os últimos, hmm, dez clipes que a banda fez!





(Destaque para a apresentação da banda a cargo de ninguém mais, ninguém menos que o grande Gaguinho. Acho que o Megadeth deveria adotar essa introdução em todos os seus shows. Sérinho.)

quarta-feira, outubro 22, 2008

Empregos dos sonhos que não aparecem por aí a toda hora II

Com ainda mais tempo livre do que o planejado para pensar na vida, continuo sem esquecer a mamata que nosso amigo Crocodile (o cara que ganhava muito bem pra ficar berrando) arrumou somente por ser camarada do Mike Tyson. Aliás, o Mike Tyson era um cara tão fuderoso e nem aí pros seus milhões de dólares que eu aposto que Crocodile era mesmo um homem-crocodilo, um mutante desenvolvido exclusivamente em laboratório pelo qual o pugilista pagou o equivalente a três fortunas, somente para seu prazer doentio. Afinal, quem não ia querer andar por aí com um ser meio homem, meio réptil, e que ainda anunciava guerrilhas toda vez que você adentrava o recinto? É o tipo de figura que aumenta o street cred de qualquer mortal!


uma foto verdadeira de Crocodile em uma sessão de treinamento

Agora, sabe quais são as chances disso acontecer no Brasil? Z-E-R-O! Por mais que eu me candidatasse e mesmo me dispusesse a andar por aí fantasiado de algum bicho feroz (digamos, uma jaguatirica ou um cachorro-do-mato, para sermos patrióticos), qual celebridade brasileira teria a astúcia e o grau de fodismo para me contratar? Mesmo o Romário, espécie de correspondente Made in Brazil do Tyson, não teria culhão pra mandar uma dessas. Porra, o cara chamava os membros de sua entourage de "peixe", e a gente sabe, né? CROCODILO > peixe. Não tem nem como começar a comparar - apesar de um dos membros da trupe romariana ter o apelido de Bradock, o que agrega valor a qualquer gangue.


É preciso que se diga, porém, que apesar do brilhantismo por parte do maior peso-pesado de todos os tempos, a idéia de se contratar um sujeito para andar fantasiado de bicho não é original. Já na década de 70, dois milionários judeus de Nova York, Paul Stanley e Gene Simmons, mantinham em seu séquito um senhor de idade sem nenhuma habilidade conhecida fantasiado de gato que sempre os acompanhava, somente para a diversão da dupla.


Sidekick #1 since 1973

domingo, outubro 19, 2008

E o palhaço o que é?

Ao ler uma matéria sobre a Maçonaria no Rio de Janeiro, descobri que no prédio/QG/espaçonave disfarçada da entidade existem quadros de diversos maçons célebres, numa espécie de galeria que demonstra a força e a influência dessa ordem no nosso país. Apesar de achar que a Maçonaria fosse all about secrets, não é nada muito espantoso perceber que eles queiram mostrar pra todo mundo a quantidade de famosos que jogam no time deles,né? O que me deixou de queixo caído mesmo foi saber que, dentre essas tais celebridades maçônicas, se encontra o palhaço Carequinha! Gente, o Carequinha era maçon e, ao que parece, pica grossa na parada. Segundo a matéria, o quadro do bom palhaço se encontrava ao lado do de Santos Dumont, dando uma prova das prioridades da Maçonaria para a construção de uma nação.




Palhaçadas e lições de moral = Aviação e relógio de pulso

quarta-feira, outubro 15, 2008

Empregos dos sonhos que não aparecem por aí a toda hora

Acabei de ler um artigo sobre grandes homens e suas fortunas incomensuráveis torradas das formas mais imbecis possíveis. Óbvio que a matéria não poderia deixar de citar Mike Tyson, um cara com igual capacidade para destruir oponentes nos ringues e fazer merdas de proporções titânicas - sendo aplicar dinheiro nas aquisições mais débeis mentais um de seus fortes.

Pois não é que além de comprar Rolls Royces e distribuir aos amigos em uma viagem a Vegas, adquirir não um, mas dois tigres de Bengali e gastar o equivalente a renda anual de uma família num rentoso negócio com POMBOS, Tyson tinha um empregado, um rapaz que atendia pela alcunha de Crocodilo, a quem ele pagava centenas de milhares de dólares apenas para berrar "GUERRILLA WAAAARFAAAARE!" nas coletivas de imprensa antes de suas lutas!? Sério, o trabalho pelo qual o senhor Crocodilo era regiamente recompensado se resumia a irromper salas de imprensa anunciando uma suposta guerra, nem mais, nem menos.

Faz a gente refletir, né? Principalmente quando estamos desempregados e as oportunidades que aparecem não possuem nem um terço da diversão contida em ser uma espécie de bardo contemporâneo de um esmaga crânios de vozinha fina. Esse é definitivamente um emprego que você não vê anunciando nos classificados do seu jornal:

"Lutador peso-pesado, campeão indiscutível e milionário excêntrico, procura homem qualificado com experiência comprovada em berrar em ambientes públicos para cargo de megafone-humano. Paga-se ridiculamente bem."

Devia ter aproveitado melhor meus tempos de Colégio Padre Antonio Vieira e ter feito amizades mais influentes...

quinta-feira, outubro 09, 2008

West Beverly High revisited makes me feel so old!

Bem, isso não deve ser novidade pra mais ninguém, mas o canal americano CW decidiu produzir um remake de Beverly Hills 90210 (pretensious asshole translation para Bar-ra-dos no Bai-le). Se você já sabe disso e até mesmo baixou alguns episódios da primeira temporada e está pensando porque estou trazendo notícias "soooo last season", foda-se você, esse não é o blog da Julia Petit! O negócio é que depois de uma temporada sem muito contato com uma de minhas maiores, mais leais e interessantes amizades, a TV, pude ver o anúncio da nova velha série ontem no Sony em meio a mais uma terrível crise de insônia (a mesma que me faz escrever isso aqui às 2:40hs da manhã).

Amigos, me senti velho. Sério, de verdade. Apesar de ser um produto dos anos 80, é mesmo a década de 90 que eu tenho como "a minha época", sabe? Ok, He-Man, Thundercats, o BA, filmes de Indiana Jones e De Volta Para o Futuro, querer ser como Daniel Larusso, boneca da Xuxa e do Fofão assassinando crianças indefesas, cometa Halley, Tancredo morrendo antes de assumir, ser fiscal do Sarney, SUNAB, hiper-inflação... lembro-me de tudo isso, mas com aquela mentalidade infantil idêntica a das pessoas que frequentam a Ploc 80s ainda hoje e sem discernimento abraçam Smiths e Gretchen como se a mesma coisa fosse, uma massa amorfa de referências e gostos pueris e imaturos sem nenhum padrão de qualidade ( He-Man, Transformers, Thundercats e Comandos em Ação são excessões a lista, claro!) . Na década de 90, por outro lado, eu já era um rapaz ciente de minhas escolhas, ora bolas! Sabia o que queria e podia filtrar o que de bom e ruim me era oferecido. Tartarugas Ninjas? yes, please! Roupas fluorescentes da Pakalolo? No way, José!

Admito com um pingo de vergonha que Barrados no Baile foi um seriado de certa importância nos primeiros passos de minha adolescência. Sabe como é, eu estava saindo daquela fase de andar de nike air branco cano alto (novamente uma escolha sensata: Nike e não Reebok Pump!) com bermuda e camisa do Bart Simpson e ir ao flipperama torrar fichinhas em Moonwalker com meus amiguinhos para adentrar o mundo das matinês de pegação. Eu - e acreditem, uma legião de moleques sem o apoio de suas famílias - precisava de um modelo que me inspirasse na tarefa de chamar a atenção do público feminino, e numa época em que o máximo de opções que lhe eram dadas era Coca-Cola ou Diet Coke, Bobs ou Mac Donalds, eu tive que escolher entre Brandon Walsh ou Dylan McKay. Fiz a escolha pelo primeiro, o esteriótipo do carinha meio nerd, bom filho, bom amigo, gente fina 24/7 e que, ainda assim, era capaz de abater a maior quantidade de vajayjays possível.

Eu assistia toda sexta-feira ao voltar da colégio mais um episódio na vida do casal de gêmeos da família Walsh, vindos do Minnesota para viver a vida exclusiva dos alunos do West Beverly High. Puta merda, eu queria ser como aquele cara! Como eu estudava num colégio só de homens, era feio, esquisito e sem o menor jeito com as mulheres (leia-se amigas da minha irmã mais velha que liam Capricho e estavam mais interessadas em surfistas que fumavam cigarro de Bali e usavam nauru), minha única chance era mesmo frequentar as matinês do Wells Fargo paramentado como um mini-Brandon! É isso mesmo, senhoras e senhores, aos meus 12 anos eu acreditava piamente que camisetas brancas usadas por baixo de uma camisa de botão xadrez colocada para dentro da calça jeans e sapatinhos de camurça me ajudariam a ter sucesso na arte de cherchez les femmes. Em minha defesa trago a público que pelo menos não ostentei um topetinho como o do personagem. Nem costeletas (apesar de eu tentar, penteando minhas mexas laterais pra baixo), o que deve ter sido realmente a razão de um cartel tão negativo no campo dos embates amorosos.

Engraçado pensar em como as coisas são fugazes na nossa adolescência, mas a gente tem a impressão de que duraram muito tempo. Repensando agora, eu devo ter assistido Barrados no Baile com frequência por um ano (quando estava na quinta série e enquanto ela era exibida na sexta e, logo depois, sábado de manhã), ainda assim, mais tempo do que durou essa minha fase de tentar pegar mulher numa boate fazendo ligações pra suas mesas através de um interfone vermelho e convidando elas pra dançar ao som de Shabba Ranks, Pato Banton e Papa Winnie. Logo depois eu me tornei grunge por, sei lá, cinco meses, antes de descobrir os prazeres ocultos do death metal e dos discos do Ramones. Ao menos ainda pude aproveitar as camisas xadrez que comprei para emular o vizoo do Jason Priestley, né?! Mas acho que isso faz parte da magia de uma época em que um seriado podia se dar ao luxo de ser batizado com o nome de uma música do EDUARDO DUSSEK (um cara que traduz adolescência e mercado jovem como ninguém!) e ainda assim fazer sucesso. These were simpler times, folks!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Estilo de vida carioca - modo de usar I

Se tem uma coisa que eu acho representativa no lifestyle carioca é essa necessidade da classe média local em mostrar que sobe o morro e se mistura à plebe ignara (mesmo que só uma vez no ano e por, no máximo, algumas horas). Pode escrever, se há algum evento acontecendo no Rio, é certeza que em dado momento algum produtor local vai ter a brilhante idéia de levar os participantes, estrangeiros ou não, para uma voltinha na favela. E, pule de dez, esse passeio culminará em um baile funk onde todo mundo vai fingir que não está tenso e se esforçar pra dançar e sair bem na foto no Segundo Caderno do dia seguinte.

Não me interpretem mal, eu acho bem legal que as classes se frequentem, mas se a idéia é mostrar o quão sadia é a relação do carioca com as diferenças sociais, porque a Alicinha Cavalcanti não convida uma rapaziada do Morro do Galo pra descer e festejar com ela e seus convivas em algum apartamentaço na Vieira Souto? Afora que o carioca é tão hipócrita que mal consegue disfarçar o sentimento de alívio da culpa por estar rebolando até o chão em algum baile funk na quadra de qualquer favela da zona sul. Aí fica aquela pegada meio programa do Luciano Huck, aquele palpável desconforto que se tenta disfarçar com um sorriso, uma bebidinha e o papo de "meu dou bem com todo tipo de pessoa!", muito comum da nossa gente.

Ondas da mais poderosa vergonha alheia percorrem meu corpo toda vez que vejo a declaração de uma aluna da PUC sobre como ela gosta de frequentar o baile funk do morro tal publicada em alguma revista dominical ou coluna social. A sensação é de que eles levaram a consciência pesada prum spa moral e saem dali levinhos, levinhos, e com aquela propriedade que só o carioca de classe média tem para discorrer sobre as mazelas de terceiros. Mas de longe, claro, na distância exata entre a segurança e o perigo, como se participassem de um Simba Safari da pobreza. São esse tipo de atitudes que justificariam um esquema de terror tipo Colômbia, que é pra neguinho deixar de ser babaca.

Troco meu voto por uma piadinha

Em quem vocês votaram para prefeito? Não me importa, de verdade. Apesar de ter uma predileção pelo style do Gabeira, eu até gostaria de ver como o Eduardo Paes ou o Crivella poderiam piorar esse arremedo de Miami circa 83. De toda forma, no segundo turno darei meu voto de olhos vendados ao candidato que prometer batizar de Tom Jobim alguma rua ali em Ipanema! É algo que eu gostaria muito que acontecesse, nem tanto pela importância do maestro brasileiro, mas porque assim ficaria bem mais simples a conclusão de um velho sonho: nomearem a rua transversal a essa de Jerry Adriani e então, finalmente, termos a esquina Tom & Jerry eternizada no charmoso bairro carioca.

Prefeitos, ficadica.

sexta-feira, setembro 26, 2008

The job that ate my brain

Acaba de chegar minha restituição salarial. Mil 666 reais e 66 centavos!

...Tell me about a hell of a job, huh?

quarta-feira, setembro 24, 2008

O Rap do Ovo - esclarecendo dúvidas e levantando polêmicas

O amiguinho Rodrigo Soares, leitor prestigioso e contador de casos genial, nos brindou com uma dúvida procedente na seção de comentários sobre o grande video-clipe do Rap do Ovo. Como imagino que todos vocês também tenham tido lá suas indagações perante o hermetismo da letra e das interpretações, torno público seu questionamento e me apresso em explicá-lo.

Rodrigo notou que a letra afirmava que Adão e Eva nasceram de um ovo, o que o levou a perguntar: Seriam os deuses galináceos? É uma dúvida comum, admito, porém nosso leitor pecou pela falta de atenção. Notem que Serginho canta "do ovo E DO ÓVULO nasceram os animais, nasceram Adão e Eva...". Ou seja, Michael Sullivan & Paulo Massadas tinham ciência de que Adão e Eva nunca poderiam ter sido chocados pela bunda de Deus, que tolice. Mas o que Rodrigo não notou e o que só pôde ser percebido por um estudo sintático mais acurado, feito somente por alguém como eu, com tempo de sobra e uma disposição ferrenha para a inutilidade, foi a mensagem muito mais perniciosa que eles quiseram passar nas entrelinhas.

Percebam que, se Adão e Eva não nasceram de um ovo - afinal, é tido e havido que ambos eram humanos, demasiadamente humanos -, então, segundo a letra, eles vieram do óvulo, certo? Essa afirmação nos leva a duas conclusões, ambas sinsitras:

1 - Michael Sullivan & Paulo Massadas faziam parte de uma espécie de maçonaria primitiva e ateísta que detinha a informação milenar de que nunca houve um Deus, pelo contrário. Adão e Eva tiveram pais e mães, homens e mulheres-macacos provavelmente, e portanto, não teriam sido os primeiros seres a habitarem a Terra. O que levou a Igreja Católica a esconder esse fato de todos nós é bem óbvio, não pega nada bem os chamados "pais da humanidade" serem, na realidade, filhos da Chita, né?!

2 - Michael Sullivan & Paulo Massadas faziam parte de um culto pagão e estavam empenhados numa cruzada engenhosa para divulgar suas crenças sem despertar a atenção e a ira do catolicismo. Por isso as mensagens cifradas em letras ditas pueris como a do Rap do Ovo - lembram das lendas sobre rodar os discos da Xuxa ao contrário e ouvir mensagens "satânicas"? Adivinha quem compuseram todas aquelas letras? Pois é...

O tal culto acreditava em deuses que não só faziam sexo entre si, mas que também eram capazes de fecundar óvulos e dar a luz a adultos que acabariam transando uns com os outros. Um culto pagão que idolatra deuses com um sistema reprodutivo muito semelhante ao dos seres humanos (tua imagem e semelhança... agora tudo faz sentido!) e ainda incentiva o incesto; Deve ser isso que o sul dos Estados Unidos anda secretamente frequentando há algumas centenas de anos!

Espero que minhas brilhantes e aterradoras conclusões não façam de mim o alvo de alguma vendeta fundamentalista. Caso eu desapareça, levem minha mensagem para as autoridades, amigos! A verdade está lá fora!

terça-feira, setembro 16, 2008

Faustão e Serginho Mallandro são mais legais que os Racionais MC

Vocês sabem, não sou do tipo que gosta de se apressar em conclusões incertas ou tecer comentários elogiosos propositalmente exagerados com fins irônicos, mas falo isso certeza empírica: O clipe abaixo é, nada mais, nada menos, que o melhor rap nacional já feito por aqui! E, sendo justo, esse não é só um excelente rap composto por - aposto! - Michael Sullivan e Paulo Massadas, mas também um clipe ímpar e uma sequência memorável para os anais da cinematografia nacional.

O filme de onde essa pérola foi retirada é o clássico noventista "O Inspetor Faustão e o Mallandro", o qual eu assisti em uma sessão diurna no cinema do Fashion Mall em algum final de semana modorrento do início da década passada, na compania de mais cinco ou seis bravas almas. Era uma época em que o Faustão ainda era obrigado a fazer esse tipo de coisa para pagar as prestações do seu Monza e o Sérgio Mallandro ainda era alguém em quem se pensava para estrelar algo com veiculação nacional. Difícil de aceitar, mas esse tempo ficou mesmo para trás, assim como as sobrancelhas taturânicas de Fausto Silva, os mullets cacheados de Serginho e, ao que parece, toda sua dignidade...





Algumas considerações sobre a obra:

0:13 - O desconforto do Faustão com a coisa toda já fica claro nos primeiros segundos de exibição. E isso é o melhor que ele consegue fazer atuando, hein?

0:19 - Esses "piiiu-piiiiu"s que o Mallandro lança como uma espécie de scat entre as estrofes são arrepiantes!

0:26 - A dramaticidade de Serginho. O cara INTERPRETA cada verso, porra!

0:46 - Aqui temos a chance de ver o verdadeiro astro desse vídeo: Faustinho! Por onde anda esse menino? Cadê a Luciana Gimenez numa hora dessas pra fazer uma entrevista espetacular com o ex obeso-mirim? By the way, essa dancinha dele é fe-no-me-nal!!!

1:22 - Olha só quem aparece prum cameo: Luiza Tomé e Cláudia Alencar... Aquele congelamento de preços da Zélia não deixou fácil a vida de ninguém, não é mesmo?

1:30 - Faustão nos brinda com os versos mais aritmados da história da música brasileira. Até o Tahyde deve ter ficado com vergonha!

1:53 - 2:19 - "Ô vô, é o avô do ovo!" e "Ô loco, que dupla! É biro-biro e lero-lero". Nossa, o Faustão é um bosta de sem graça!

2:43 - Esse corredor é da Rede Globo. Faltou verba po cenário-rio-rio!

2:53 - Paulo César Pereio já era Deus muito antes do "Deus é Pai" de Allan Sieber.

3:21 - "Finge que congela e segura até o fade", final típico de filme brasileiro quando o roteiro é escrito na hora, já acabou a cocaína e o diretor tá puto da vida.




quinta-feira, setembro 11, 2008

O top 5 dos maiores merdas do metal

Inspirado clara e desavergonhadamente no blog Metal Inquisition, leitura sadia e instrutiva que me faz companhia em todas minhas solitárias noites (o que mostra o quão deprê eu sou, assumindo que, ao invés de putaria, fico lendo resenhas sobre thrash e death metal anos 90 na internet), decidi fazer uma lista com os maiores merdas a borrarem a cena metaleira mundial. Sem distinções de estilo, tempo, influência ou radicalidade, o negócio aqui é o seguinte: Mandou um vocal gutural, riffou dementemente com o overdrive no talo e fez toneladas de matéria fecal na vida, tá dentro da lista. Looooookoooout!



5 - Tom Warrior:
Quão merda você precisa ser para nascer pobre num país como a Suíça? Bom, muito provavelmente muito merda já que, depois de anos batalhando na cena metaleira e tendo feito de um tudo em termos de rock com o Celtic Frost, Thomas Gabriel Warrior continua com uma mão na frente e outra atrás e, inexplicavelmente, orgulhoso de TODA sua obra! Ok, ter sido responsável por clássicos absolutos como Morbid Tales, To Mega Therium e, vá lá, a demo do Hellhammer, já seria motivo de orgulho suficiente para 1/6 da população terrestre ( justamente o 1/6 que liga para metal extremo), mas o que falar de fecalidades como Cherry Orchid e o cover de Mexican Radio? Não obstante, Tom Warrior é também um dos caras mais feios que a Mãe Terra já pariu e faz questão de deixar isso bem claro.



4 - King Diamond:
Numa boa, quantos anos tem o King Diamond? Uns 65, no mínimo? E porque cargas d'água esse senhor de idade insiste em pintar seu rosto como uma mistura de Pierrot assassino e Ney Matogrosso circa Secos & Molhados? Que tenha sido sua maquiagem a influência do corpse paint no black metal ( algo, aliás, suuuuper louvável...), fato é que ela simplesmente não é capaz de causar temor em ninguém. Ao contrário, tudo o que o velho King consegue é inspirar pena nos outros; Principalmente quando você olha para o visual dos demais membros de suas duas bandas, Mercyful Fate e King Diamond, e tem a impressão de que aquilo foi uma piada feita no ensaio que só o Rei Diamante levou à sério. Ah, e na moral, se você almeja algum crédito como um metaleiro satanista, NÃO cante com a voz de uma soprano de coral de igreja de 12 anos!



3 - Kerry King:
Quando esse cara deixou de ser um fuderoso guitarrista de thrash metal para começar a parecer como uma mistura de lutador de segunda categoria do Ultimate Fighting, mulher barbada de um circo dos horrorres e um desses rednecks que frequentam lutas da WWF? Deve ter sido na mesma época em que o Slayer passou a tocar no Ozzfest, andar com o Slipknot e lançar discos como "Diabolus In Musica". E tinha gente que reclamava quando ele parecia um Renato Gaúcho banger como sua carecabeleira e óculos da Oakley.



2 - Tony Martin:
Quando Ozzy está muito ocupado ficando bilionário se fazendo de idiota, Dio está buscando crédito pelo mundo afora por ter "inventado" la mano cornuda, Ian Gillan está no Brasil fazendo turnês revival com o Deep Purple e todos os demais vocalistas de metal de meia-idade da Inglaterra estão cuidando de suas vidas, Tony Iommi pode sempre contar com a presença sem carisma e a voz sem personalidade de Tony Martin para gravar um disco horroroso e conspurcar a imagem do Black Sabbath mais um pouco. Não tem problema, é só ligar, Tony Martin nunca está fazendo nada mesmo...



1 - Blaze Bayley:
Nada diz "merda" em idioma metálico tão bem quanto Blaze Bayley! Tenho certeza de que vocês se lembram dele, ele era o anão de costeletas e pouco alcance vocal que fez a já ingrata tarefa de substituir Bruce Dickinson se tornar ainda mais indigesta para os fãs do Iron Maiden. Puta que o pariu, o cara era tão ruim que simplesmente não conseguia acertar os tons mais agudos de diversas canções! Fora isso, já começou errando ao divulgar uma patuscada como desculpa para não cantar "The Number of the Beast", apenas o som mais popular da banda, além de inventar uma infinidade de viroses para desmarcar shows. Isso é que é saber ganhar o público, hein?! Bayley é tão merda, mas tão merda, que só se tocou de pedir as contas DEPOIS que a banda anunciou a volta de seu predecessor. Mas tudo bem, hoje em dia ele está aí, ganhando a vida como um vendedor de peças de automóvel e anunciando produto contra calvície!!!


Sem querer fazer piada com a desgraça alheia, mas nem casar o cara consegue. Sua namorada de anos, Debbie, com quem Blaze subiu ao altar em 2007, sofreu uma hemorragia cerebral em julho desse ano e está em coma desde então. (NdE: Não pensem que serei mal o bastante em dizer que o incidente se deu após ela ouvir uma demo do Woflsbane, porque eu simplesmente me recuso a escrever esse tipo de coisa!)

quinta-feira, setembro 04, 2008

Kid Vinil é meu profeta

Você sabe que está meio na merda quando a letra de "Eu sou boy" do Magazine começa a fazer todo sentido pra você.

E para os neófitos, o boy da letra em questão é um office, não um play.

domingo, agosto 31, 2008

We're the youth of yesterday

Toda vez que eu assisto a Mtv (e, devo admitir, isso está se tornando raro desde minha chegada a Terra da Garoa), eu reflito sobre a condição humana, a posição do homem frente ao mundo e, acima de tudo, sobre a degradação de nossa juventude. Não que, quando adolescentes, eu e minha geração tenhamos sido muito melhores no quesito "parecer o mais próximo possível com um ser humano de verdade", mas a coisa degringolou a níveis preocupantes no que concerne ao debilmentalismo jovem. E vocês querem saber de quem é a culpa? Pois eu lhes digo, blame Hollywood! Ou melhor, culpem os novos redatores de filmes e séries de Hollywood!

Se você, assim como eu, foi criado por pais meio ausentes (desculpe mamãe, eu entendo que você fez o seu melhor) e ouviu mais conselhos do He-Man que do seu velho, deve ter em mente que os seriados, desenhos animados e filmes dos anos oitenta tiveram um grande papel na construção de nosso caráter e persona. O que nós somos e o que nós - crias da década em que os fugazes anseios adolescentes ainda não pautavam o mundo do entretenimento - desejamos, é fruto direto do que assistimos na sala escura ou na sala de casa há vinte anos atrás. Bom, talvez eu esteja me projetando um pouco e, no final, seja só eu, mas não consigo deixar de relacionar essa minha visão de um mundo onde tudo é possível e eu posso conseguir o que eu quero (apesar de muito pouco ter feito nesse sentido) com o que foi bombardeado no meu cérebro dos 5 aos 12 anos.

Façam um esforço de memória. Nos anos 80, nós fomos compelidos a crer que podíamos ser cirurgiões, nos tornar campeões de karatê apenas com a ajuda de um velho vizinho oriental, sermos mestres ninjas que ajudavam a prender bandidos perigosos, invadir o computador do Pentágono com um potentíssimo 386, sermos recrutados para um esquadrão espacial baseado nas nossas habilidades nos arcades, ou mesmo viajar para o passado, salvar a vida de toda sua família e ainda debulhar um rock na festa de formatura dos seus pais. E tudo isso sem nem termos nos formado no colégio! Porra, os anos 80, na verdade, diziam que as maiores aventuras que poderíamos ter, aconteciam justamente quando matávamos aula.

Nos anos 90, por sua vez, com a geração grunge e a entrada da Mtv no mundo do cinema, a idéia de jovens e crianças que podiam voar, ser andróides, ter amigos cientistas loucos com o dobro de sua idade ou criar mulheres no computador de casa, começou a ser substituída por uma galeria de vagabundos que não faziam nada além de vagar por subúrbios com camisas de flanela e cabelos coloridos reclamando de seus amores, seus trabalhos ou do clima de Seattle ao som de Ugly Kid Joe. Foi também a época em que os redatores descobriram que podiam falar de drogas para adolescentes e transformaram a maconha em um prop de comédia. E dá-lhe Kids, Wayne's World II e My So Called Life com um Jared Leto pré-emo!

Mesmo que nós tenhamos vivido nossa adolescência na deprimente década passada, ao menos tivemos aquela forte base moral construída pelos Transformers, B.A., McGiver, Indiana Jones e Howard, o pato super-herói. Imagina como é pra meninada que foi criança nos anos 90 e agora tem que crescer com Harold & Kumar Goes to White Kastle, American Pie III e Dois Doidões em Harvard!? Sério, se isso não é motivo suficiente para a proliferação de excremências do quilate de Soulja Boy Tell' Em, franjinhas, calças apertadas e festas de psytrance, eu nem quero imaginar o que pode ser! Prefiro morrer com a idéia de que a juventude (e a humanidade como um todo) não é tão estupidamente patética, nem involuiu tanto quanto supôs Mark Mothersbaurgh. Só fico pensando como vão ser os adolescentes de 2015...

quinta-feira, agosto 28, 2008

Separados no nascimento - Freaking cat people edition

Gente, e a Marta Suplicy? Outro dia levei até um susto ao ver a mãe do Papito na TV fazendo campanha pelo governo de São Paulo. Não sei se foi pra seguir a tradição de pagar micos constrangedores perpetuada pelo lado masculino da família, mas a madame/ex-prefeita/sexóloga aplicou tanto botox, mas tanto, que agora está a cara do Tigra, do Thundercats! Duvidam? Pois comprovem vocês mesmos:



the thundercat ho'



Esse herói não é uma velha senhora petista

domingo, agosto 24, 2008

It's a grey world!

O mundo, como vocês devem saber, mas não devem dar a mínima, pode ser dividido em dois. Mas não estou falando tão somente da propalada dicotomia Ocidente/Oriente, Ying/Yang, Israel/Palestina ou aquela que verdadeiramente dividiu um país, semeou a discórdia entre famílias inteiras e, por muito pouco, não foi responsável por uma guerra de proporções épicas, entre quem achava Emilinha Borba a maior de todas e quem era macaca de auditório da Marlene.

A verdade é que somos capazes de entender e dividir oceanos de pessoas que vivem nesse mundo através de escolhas tomadas em relação aos mais prosaicos e vulgares acontecimentos. Bem, pelo menos eu sou e, portanto, lhes apresento uma lista sobre idiossincracias que me fazem decidir de que lado da linha vou ficar e, mais importante, com QUEM vou ficar ali:

1- Gente que torce para o mesmo time não interessa onde esteja e gente que tem um time em cada lugar:
Que me perdoe meu amigo Daniel, o único rubro-negro esclarecido que tive o prazer de conhecer, mas esse negócio de dizer que no Rio é Flamengo, em Minas é Cruzeiro, em São Paulo torce pro Juventus e no Paraná é Batel desde criancinha, é coisa de gente com sérios problemas de retidão de caráter. Pior, é coisa do Oscar! Ele mesmo, o Mão Santa, que torce pro Corinthians, pro Náutico e, para minha vergonha e dor, pro meu Fluminense. Sério, não é como se fosse impossível dedicar seu tempo, sofrimento e paciência a um único time ruim. Porra, é justamente por isso que foi criado um campeonato nacional, oras!

2- Gente que chama o Faustão de Faustão e gente que chama o Faustão de Fausto:
A despeito do fato de que se dirigir ao apresentador não importando por qual alcunha você o chame é igualmente excremencial, pois significa que você quis ou foi obrigado a comparecer ao Domingão do Faustão, creio que é possível traçar uma fina linha discriminatória entre esses dois tipos. Pô, quem chama o Faustão de Faustão ao menos está encarando o gordalhão como uma figura televisiva distante, se colocando no lugar do telespectador comum. Já quem chama o ex-Perdidos na Noite e Safenados e Safadinhos de Fausto quer insinuar uma certa intimidade, seja com o apresentador em si, seja com o estrelato global em geral. Coisa de filhos da puta do quilate de um Marcos Frota, por exemplo.

3- Gente que cita Seinfeld em conversas com os amigos e gente que cita Friends:
Numa boa, essa é auto-explicativa. Porra, é como querer comparar quem gosta de chocolate e quem prefere um pirulito de cocô! Seinfeld é não só uma das melhores séries televisivas já produzidas, como também um manancial de excelentes citações pop-filosóficas sobre o mundo, as pessoas, suas crenças e toda a indústria cultural do século XX em diante. E Friends? Friends é uma reunião de piadas fáceis e situações óbvias, feitas sob medida para entreter e divertir adolescentes que desejam levar aquela vida quando crescerem. E nem me façam entrar na área de comparação dos personagens, né? Ou vocês acham que dá pra colocar frente a frente a complexidade e profundidade loser de um George Constanza e a debilidade yuppie e o sarcasmo de filme B de um Chandler Bing? Porque se você realmente acha isso, nem sei o que você faz lendo esse blog.

4 - Gente que sabe que a trilogia parou no Retorno de Jedi e gente que gostou de A Ameaça Fantasma:
Eu sei que essa espécie é muito rara de se encontrar, mas acreditem, eu já me deparei com gente condescendente o bastante para aturar a existência de Jake Lloyd, personagens e cenário gerados por computador e daquelas merdas vergonhosas de midclorians. Além, é claro, de desesperadamente buscar explicações pros milhares de furos no roteiro em relação a estória predecedente. Acho que aqui a incompatibilidade e a incapacidade de viver no mesmo local é tanta que não é nem caso de dividir o mundo, mas achar um mundo só pra eles e mandá-los pra lá num foguete; Conduzido pelo Jar Jar Binks, de preferência. Porque, podem estar certos, quem gosta da nova trilogia é gente que prefere o Van Halen com Sammy Hagar, pira na fase sem máscara do Kiss, ouvia Black Sabbath em 95, curte o Use Your Illusion, rasga dinheiro, lambe sabão, é feio, bobo e cara de cocô.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Andando pelas ruas de São Paulo

Apesar de estar aqui há exatos dez dias, só agora tive tempo e saco para sentar e escrever sobre minhas primeiras impressões a cerca do cotidiano de São Paulo. Acho que só me movi a fazê-lo também porque estou preso no trabalho esperando dar 21:00hs para um caminhão chegar aqui e ser carregado (Obrigado, seu Kassab, obrigado!).

Enfim, meus dias até que tem sido bem divertosos, graças a casa do Pedro, AKA Animal House. Chez Pedro, pra quem não está familiarizado, é uma mistura de bolsa do Gato Félix e laboratório do Professor Pardal. Tipo assim, você acha de um tudo, o funcionamento é perfeito e coisa e tal... Só que nada está no local que deveria, a ordem e a arrumação foram banidas e há uma fina camada de dois dedos de poeira sobre quase tudo. Por exemplo, eu me deparo com compilações de zine fazendo compania pra uma seringa velha quando vou ao banheiro; Debaixo da minha cama, vive uma colônia de biografias de roqueiros, uma mala velha e, desconfio, um sxe novaiorquino safra 88 que sobrevive de farelos de comida e cds velhos; A cozinha esconde temperos e aromas de quase todos os lugares do mundo (muitas vezes, de uma vez só); E tem os vinis... Ah, os vinis! Fileiras e fileiras de reprensagens psicodélicas, pepitas de ouro do thrash metal e raridades do punk/hardcore que valem uns bons trocados. Aliás, os vinis são única coisa realmente organizada lá. Isso e a coleção de HQs dos irmãos Hernandez, minha descoberta mais querida até agora e também minha distração diária no trajeto Pinheiros-Aclimação-Pinheiros.

Óbvio que nem tudo são flores, as saudades que sinto da boa vida lá de casa e, principalmente, da minha mulher são terríveis, e só pioram pelo fato de proibirem arbitrariamente o MSN e o orkut no trabalho (como se eu não soubesse outras 97 formas de passar o tempo aqui sem ninguém perceber!). Ah, e tem o gato... Pois é, divido o apartamento com o Pedro e com uma gata preta e branca que atende pelo nome de Tootsie. Tenho certeza que, bicho traiçoeiro que é, Tootsie não vai com a minha cara e faz questão de cagar na cozinha toda vez que eu chego, empesteando o ambiente. Fora isso, morro de medo que ela me passe toxoplasmose e mije nas minhas roupas. Ou pior, mije nas do Pedro e diga que fui eu! Meu roomate diz que é impressão minha, que o gato não fede, não vai tentar engolir minha alma se eu dormir com ele no quarto de boca aberta e, definitivamente, não está disputando sua atenção comigo. Pelo sim, pelo não, ando dormindo de porta trancada.

Outra ajuda de grande valor que tenho recebido em ordem de não cometer o suicídio nuclear provocado pelas saudades de Tamara, do BB Lanches e do tratamendo VIP que gozava morando com minha mãe, vem dos amigos e parentes que já habitavam a terra da garoa. É impressionante, mas gente nova morando numa cidade estranha é tratada como uma espécie de orfão, né? Todo mundo te chama pra sair, convida pra visitar a casa, pergunta se você está bem, se está se adaptando, se o emprego é legal, se o clima da cidade é do seu agrado... Se eu soubesse disso, teria me mudado mais cedo ou, melhor ainda, ficaria mudando de cidade a cada três meses, adulando minha carência a pires de leite. Bia Bonduki, por exemplo, nem sabe, mas salva todas minhas noites desde que me emprestou a caixa de Freaks & Geeks; O Lima que nunca me ligou na vida pra dar um passeio, me chamou pra sair TRÊS VEZES num período de dois dias; E todo dia tem alguém nos visitando na Animal House, o que confere um clima de participação especial em seriado dos anos 80 a minha semana (falta só um bordão e instalar uma claque no batente da porta).

Sei que assim que Tamara estiver por aqui me fazendo companhia, tudo vai ficar mais prazeroso. Até lá, vou me divertindo com a presença espirituosa, os comentários, discos e livros do Pedro, as visitas da Bia, as saídas com a rapeize, os prováveis ensaios com o Lima e a possibilidade de sempre matar trabalho escrevendo nesse blog. Espero só que até lá eu não tenha virado um desses "carioca-babaca-que-se-mudou-pra-sampa" típicos, daqueles que andam fantasiados de Rio de Janeiro em São Paulo, dizendo que gosta de praia, funk e pagode e falando gírias forçadérrimas, mas que ao cruzar a fronteira começa a falar mal do Rio e dizer que está contente em fazer parte da locomotiva do Brasil.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Jared Leto não quer a fama

Eu sei que nem nova essa notícia é, mas o abalo e a incompreensão não arrefecem. Digam-me vocês, o que leva um cara como o Jared Leto, reconhecido por sua dedicação e talento no cinema, visto como galã por 9 entre 10 mulheres que foram adolescentes nos anos 90, eleito por dois anos um dos homens mais sexys do mundo e com uma lista substancial de filmes de sucesso, a decidir virar emo depois dos trinta anos (sim, meninas, Jared Leto é hoje um senhor de 37 anos de idade)?

Ok, muita droga na mente. Mas fora isso, ele não tinha um assessor, empresário, ao menos um parente que dissesse a ele "olha, fofinha sua síndrome de Peter Pan, mas não dava pra escolher um estilo que pelo menos alguém ainda leve à sério... E tentar fazer tudo de forma um pouco menos caricata?". Bem, ao que parece um toque familiar não seria dos mais eficazes, visto que seu irmão toca bateria na banda e seu pai, preso por cometer diversos tipo de crimes, não é exatamento o tipo a quem você pede conselhos, né?!

Longe de mim querer fazer intriga, mas o cara tinha a reputação inabalada até vir dar uns bordeios numa certa cidade litorânea brasileira, num certo fim de ano, com uma certa escritora-mutcholóki-fugaláçica... Pode até ser coincidência, mas foi logo depois disso que Jared apareceu de cachecolzinho, delineador e luvinhas cortadas fazendo rock baixos teores ridikly e constrangedor. Procurada para dar sua versão dos fatos, a escritora não respondeu porque está muito cansada devido a enorme quantidade de shows que frequenta.

quinta-feira, julho 31, 2008

Meu nome é Havanir! II

A capacidade de se surpreender sempre é um dos grandes baratos de ser humano, né? Quando eu achava que nada poderia ser melhor que a introdução do site da Dra Havanir, descubro a magia que se esconde no conteúdo do dito cujo. Pô, onde mais eu poderia descobrir que Dra Havanir é filha de um caminhoneiro com uma dona-de-casa, trocou o PRONA pelo Partido Trabalhista Cristão (do qual é presidente municipal), e que, além de médica dermatologista, nossa deputada arrasa no piano, teclado E sanfona, hein!? Para quem duvida, o site providencia fotos que comprovam a habilidade muscial e o estilo de Havanir.





E não pense que a foto ficou ruim porque eu caguei com ela ao postar aqui, a qualidade é essa mesma, um borrão onde só se identifica o sorriso congelado da doutora (que é idêntico em TO-DAS as fotos, diga-se). Aliás, alguém precisa dar uma aula de photoshop pro webmaster do site, a Dra Havanir chega a aparecer mais branca do que o Maluf em uma foto! Sim, a página traz uma imagem da doutora ladeada pelo bom e velho Paulo Salim... Mas acho que da seção retratinhos, minha preferida é uma que a deputada aparece em pleno corpo a corpo, cercada de jovens, e com chifrinhos feito por um mais peralta. Sério, mostrou que tem bom humor e nonchalance ao postar a traquinagem. Phyna!

Mas Dra. Havanir - não podemos só elogiar, né? - é uma malandrinha. Para dar aquela engrossada em seu curriculum vitae, cita duas vezes que é advogada formada pela FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, médica dermatologista umas três vezes e médica do trânsito outras duas. Além disso, faz questão de colocar como experiência profissional o fato de ser mãe de dois filhos. Não que eu seja desses que pensa que criar filhos seja coisa pra amadores, mas ela também resolveu listar a profissão do pai (in memoriam, em sinal de respeito) e da mãe. Bom... prefiro pensar que, acima de tudo, Havanir é uma orgulhosa mulher de família. Essa já tem meu voto!

quarta-feira, julho 30, 2008

Meu nome é Havanir!

Bia, futura vizinha, amica responsável pelo incrível my virtual moleskine e pára-raio de maluco da região de Pinheiros foi quem me mandou essa. Por favor, parem o que vocês estão fazendo agora (eu disse AGORA!) e entrem no site da Dra Havanir, do PRONA. Por favor, confiram se as caixas de som estão ligadas e, de forma alguma, pulem a introdução:

http://www.havanir.com.br/1024/intro.htm

Se eu votasse e São Paulo fosse meu colégio eleitoral, Havanir já teria meu voto garantido. Não só pelo uso mais sensacionástico da música-tema do Rocky, mas também - e principalmente - porque a voz ali não é da Havanir, mas da... Professora Cudi, do desenho do Fudêncio!!!





poooonto negativo!

terça-feira, julho 29, 2008

Qual a diferença entre o charm e o funk?

Sério, qual é? (Respostas na caixa de comentários)

domingo, julho 27, 2008

HIMdículo!

As pessoas costumam dizer que é quase impossível apontar um imbecil filho da puta rapidamente com precisão, sem que lhe tenha sido dado tempo para fazer algo que entregue sua condição. Ora, pois eu digo a vocês que é muito, muito fácil! Sim, querem saber como descobrir em cinco segundos se aquele seu colega de trabalho, aquela gostosinha que você sempre tromba quando sai à noite ou aquele rapaz com quem você tem uma banda são detestáveis idiotas sem salvação? Pergunte a eles se eles curtem HIM. Simples assim. Não falha nunca! 100% das pessoas que gostam de HIM são figuras excremenciais que fazem peso no planeta Terra e contribuem para a vida dos demais seres humanos ser um pouco pior.

Pros que duvidam, cinco palavrinhas: BAM-MARGERA-KAT-VON-D.

...Without any further questions, I rest my case!

sexta-feira, julho 25, 2008

Grandes figuras fodonas da humanidade - Apollo Creed


Apollo Creed, também conhecido na vida real como Carl Weathers, é um lutador de boxe, ator, puxador de ferro, gente boa 24/7 e o único humano capaz de usar uma cartola listrada em público e manter sua pecha de fodão.

Muitos de vocês devem conhecer Apollo como o negão gente fina que aceitou treinar o Rocky depois de ter sido vencido numa luta em que o Garanhão Italiano levou a melhor simplesmente porque levantou primeiro - a prova de que para roteiristas hollywoodianos, boxe ou uma brincadeira de "morto vivo" são a mesmíssima coisa. O lance é que O Doutrinador, o Mestre do Desastre, o CONDE DE MONTE FISTO, começou sua carreira como um linebacker dos Oakland Raiders e chegou a disputar a Liga Canadense de Futebol pelo time British Columbia Lions. Em 74 Apollo se aposentou dos campos para se tornar ator.

Sua breve carreira como ator é um pouco nebulosa e não há muitos documentos (tradução: não tem na wikipedia) que afirmem as razões e o momento exato que um dos três maiores boxeadores negros da humanidade decidiu largar essa pouco frutífera e quase totalmente desconhecida atividade prévia para abraçar sua verdadeira vocação: Sapecar o iaiá nos brancos apenas para, demonstrando sua imensa bondade, ensinar o caminho das índias para seus antigos alvos. Ninguém recebe a alcunha de doutrinador por acaso.

Como boxeador, Apollo Creed ganhou tudo e, não apenas isso, foi influência confessa de nomes como Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard que, descaradamente, COPIARAM os mais famosos golpes e movimentos do nosso guerreiro dos ringues. Obviamente, as coisas seriam diferentes e Apollo receberia o reconhecimento merecido da imprensa especializada e dos demais colegas de profissão, não fosse nosso herói um orgulhoso representante da raça negra (no que foi influência também para James Brown, outro que ROUBOU sua música, vestimenta e passos de dança). É sabido que o boxe é um dos esportes mais racistas e segregadores da América, sempre privilegiando lutadores de origem anglo-saxã.

Mas Apollo não era apenas um militante das causas afro-americanas. Não, na época da Guerra Fria, num gesto de altruísmo e bondade, nosso Doutrinador decidiu retardar sua aposentadoria para lutar em nome da paz e, mais uma vez, tirar o couro de um branquinho azedo. O problema foi que esqueceram de combinar com os russos. Apollo, infelizmente, não pôde alcançar o objetivo de demonstrar que um negro americano e um branco soviético podem sair na porrada numa boa e isso não significar uma crise de mísseis. Tome essa, Bush!

Porém, ao contrário do que todos pensam, The King of Sting não morreu nos ringues. Essa foi apenas uma saída low profile pensada por um homem que nunca gostou de chamar a atenção. Se ele se vestia como uma mistura de Tio Sam e George Washington era simplesmente porque tinha orgulho dos ideais sob os quais foi fundado seus país. Se Apollo Creed está errado, bem, então eu não quero estar certo! Enfim, desgostoso dos rumos que a política imperialista vinha tomando, o Dancing Destoyer decidiu se embrenhar na selva com o governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger e o governador de Minessota Jesse Ventura e resolver as coisas por conta prórpia. E por conta própria entenda-se metralhar, bombardear, aniquilar e destruir tudo o que se movesse... Infelizmente, nosso herói não contava que o que se movia era um caçador alienígena que podia ficar invisível, possuía visão de calor e um vasto arsenal de armas intergaláticas. Ficou pequeno pra ele.

Mas os ensinamentos de Apollo Creed peranecerão para sempre em nossos corações e mentes, toda vez que ouvirmos "Eye of the Tiger" na rádio, toda vez que corrermos pela praia usando shorts, meião e camisetas cortadas e, principalmente, toda vez que chamarmos o Sylvester Stallone pra porrada. For those about to boxing, we salute you!

quarta-feira, julho 23, 2008

Coisas boas também acontecem a gente ruim

Jimmy London, aka Jimmy do matanza, aka Babacossauro Rex, é uma figura triste, marrenta, chata, com uma banda depret e uma atitude que daria raiva se não inspirasse pena e desse preguiça em qualquer roqueiro com QI acima de dois dígitos. Só por isso, como já professou Marge Simpson, ele deveria ser isolado do convívio em sociedade sem que ninguém se aproximasse de sua pessoa. O caso é que, não basta Jimmy ser apenas escroto e fazer countrycore, o cara ainda apresenta programa de tunagem de volkswagen na Mtv, faz ameaças tolas a quem se digna a comparecer a um show de sua banda e, até onde chequei, é a única pessoa que ainda se incomoda com emos no Brasil.

Mas Deus é justo e eu acredito nele - acredito mesmo, mas curto mais aquela fase Velho Testamento, que Ele tinha uma pegada mais death metal, estilo "praaaaaga nos egípcios!" - e concedeu ao nosso excremencial roqueiro algo que ele pode se orgulhar por toda vida: Jimmy London é os cornos do pai do Michael J. Fox em Garoto do Futuro depois que ambos se transformam em lobisomens. Bota na tela!



No fundo, no fundo, eu queria me matar!

terça-feira, julho 22, 2008

Muito esforço pra pouca foda

Essa história constrangedora me foi confidenciada por uma amiga (que, sim, deixou que eu escrevesse sobre ela aqui, tá? Não sou babaca. Não a esse ponto) e, de certa forma, me deixou feliz por viver uma relação estável e monogâmica porque, como vocês perceberão, essa vida de sexo casual não tá fácil pra ninguém.

Enfim, me conta essa pulguinha <Leão Lobo mode on> que certa noite, toda se querendo, recém-loira, arrastou um indie para seu ninho de amor. As primeiras apresentações anatômicas feitas e o rapaz vira para essa minha amiga - e aqui é preciso se fazer um aparte. Essa amiga é bem-humorada, sadia e resolvida, ou seja, não é do tipo que se assusta com pouca merda - e pede para que ela CANTE UM FUNK dizendo o que ela queria que ele fizesse com ela. Assim, vou repetir por partes pra vocês sacarem o nírvi: Não bastava cantar um funk, era um funk que precisava explicitar o que minha amiga desejava que o mancebo executasse em alguns pontos conhecidos e outros tantos que, talvez, ela precisasse ser até mais gráfica.

Aí eu me pego pensando aqui: Que homem que, ali na cara do gol, na sorte grande de ser levado pra casa da menina logo no primeiro encontro, decide que vai ser mais interessante propôr uma gincana? Não, porque elaborar um funk a não sei que horas da madrugada... Não era nem só vencer o ridículo, era ter que pensar em métrica, alguma melodia... LETRA, caralho!!! Eu fico imaginando minha amiga pensando "Putz, o que que rima com oral e encaixa?". É sério, quando o sexo casual com quase estranhos deixou de provocar só arrependimento no dia seguinte pra começar a causar vergonha alheia? Tomar no cu! E que tipo de cara era esse, anyway? Um cara que não ocnsegue diferenciar uma foda de dinâmica de grupo é o quê, um profissional de RH workaholic?

É por essas e por outras que eu acho que vocês solteiros tem mais é que não se fuder! Porque, ah só, periga acabar tendo que mandar um improviso pra conseguir um boquete ou ser comida de quatro com jeito. E pra quem interessar possa, sim, minha amiga mandou um funkão nervosaço pro cara que, óbvio, achou legal e não fez pourra ninhuma.

sexta-feira, julho 11, 2008

Riot e o mascote mais pertubador de todos os tempos

Até certo tempo atrás, vigorou uma lei não escrita no metal e no rock pesado em geral que vaticinava que uma banda pra ser foda, da pesada mesmo, precisava, além de usar couros, spikes e manter uma relação não muito bem explicada com o ocultismo, ter um mascote que causasse, ao mesmo tempo, simpatia entre os fãs e medo e ojeriza nos demais.

Exemplos não nos faltam, sendo o Eddie do Iron Maiden o maior, mais conhecido e bem sucedido deles. Mas outras banda também foram capazes de manter seus mascotes com semelhante sucesso: O Megadeth tinha o Vic, aquela caveira com os ouvidos, boca e olhos tapados (muito provavelmente, para não escutar, ver ou se pronunciar sobre as lamentações do Dave Mustaine), o Anthrax, numa inconteste prova de maldade, tinha um senhor careca de bigode, e o Slayer uma caveira com chapéu de soldado nazista (o fã-clube da banda se chamar slatanic whermacht também não ajudava a limpar a barra com a comunidade semita). Outras bandas preferiam opções mais econômicas, como os pãos-duros do AC/DC, que obrigavam o pobre Angus Young a fazer vezes de guitarra solo E mascote; Mas nenhuma banda, porém, teve mascote tão bizarro quanto o Riot. Nenhuma.

O Riot é um grupo de hard rock/heavy metal de Nova York que surgiu na década de 70 e, aos trancos e barrancos, sobrevive até hoje. Eles tiveram a manha de lançar um punhado de bons discos em seus primeiros anos, mas até aí foda-se. O problema é essa merda de mascote que eles criaram. Sério, olhem pra isso! Que porra é essa? Um ser de corpo róseo com um rosto que parece a mistura de um bebê foca com poodle e que nas horas vagas, como mostra a capa de 'Restless Breed', se transforma numa criança que usa terno. Sou só eu ou mais alguém vai ter pesadelos à noite?





Sinceramente não sei o que se passava na cabeça dos caras da banda* (*drogas, muitas drogas) quando decidiram que esse sim seria o personagem perfeito para fazer com que seus fãs se identificassem com o som. A não ser que o que o Riot esperava é que eles cagassem nas calças toda vez que decidissem pegar um disco da banda para ouvir.


Ou tem alguém aí que realmente olha pra essa mistura de poodle, bebê foca e gorila albino segurando um machado e pensa "porra, do caralho, fiquei fã e quero ouvir todos os discos!", ao invés de ser atormentando por ondas de terror inconsciente? Pois é... Mesmo que o metal seja um estilo que privilegie uma estética agressiva e coisa e tal, uma criatura híbrida de tanga azul cagando um pilha de crânios enquanto é perseguida por um boeing 737 não é a idéia de agressividade e radicalismo da maioria dos metaleiros, creio eu.

terça-feira, julho 08, 2008

Esse mundo é um caos, a vida é um caos, caaaooos!

Um amigo meu, bastante perspicaz, disse certa vez o seguinte: "O Coldplay é o Simple Minds do futuro". O Simples Minds, para quem não se lembra direito, era aquela banda que fazia um roquinho 'cool' de blazer com ombreira e letras para o Mandela. Eram incensados pela Bizz. Hoje só são lembrados quando alguém ainda insiste em fazer uma festinha com trilha-sonora clichê dos anos 80.

A frase desse meu amigo dava esperanças que o futuro, então, redimiria nossa ignorância e colocaria o Coldplay no lugar que ele merece. A vala das bandas ridículas, ladeado por outras coisas que foram vendidas como manifestações geniais, tais como Libertines, Kasabian e Bonde do Rolê. O futuro, meus amigos, o futuro seria a verdade.

Daí você está ali, esperançoso do mundo e da raça humana, quando liga a tv e vê o Fresno, uma banda reconhecidamente equivocada em toda sua estética e proposta, dizendo, sem conseguir disfarçar o ar de orgulho 'adultinho', maduro, de músico sério, que foram muito influenciados pelo Toto na composição do úiltimo disco. Repetindo, pelo TO-TO! A banda que Liminha, outro ícone do equívoco musical, tinha como parâmetro há vinte anos atrás.

Quer saber, que venha o aquecimento global. Vai ser bem feito!

segunda-feira, julho 07, 2008

Moda em quatro atos

1995:

- Uau, o baterista do Sepultura vai abrir uma loja, cara!
- Foda, será que vai vender camisa de banda lá?

1998:

- É impressão minha ou todo mundo aqui nesse Mundo Mix usa camisas que fazem trocadilhos com marcas famosas?
- É impressão minha ou TODAS essas camisas são da Cavalera?

2002:

- Ontem eu vi uma camisa da Cavalera vendendo no camelô...
- Essa marca não tinha alguma coisa a ver com uma banda de metal?

2008:

- Por que o seu pai está usando uma camisa da Cavalera?
- Era do meu sobrinho. Ele ganhou de aniversário, mas teve vergonha de usar.

sábado, julho 05, 2008

Quando uma imagem diz mais que mil palavras


"Weezer, divertindo nerds com ironia semi-hipster desde 1992"

"Nunca ter nos casado foi mesmo uma opção nossa... NOT!"

"Melvin, Melvin, eles não ligam mais pra gente!"

"No fundo, no fundo, fazemos isso para comer colegiais inseguras 20 anos mais novas que nós"

"Foi o que conseguimos pensar de mais digno para combinar com a falta de idéias para mais um disco do Weezer"

"Agimos como nerds sensíveis e excêntricos na nossa simplicidade porque é mais fácil que assumir que somos apenas patéticos roqueiros de meia-idade"

"Espero que essa coisa de esquisito-sensível ainda venda discos, ou terei gasto o equivalente a 12 gramas de crystal meth nessa fantasia de cowboy à toa!"

quinta-feira, julho 03, 2008

Jay Vaquer, objeto de estudo

Tenho em minhas mãos a cartinha da leitora Ana Beatriz Bondukian que escreve pedindo um post que teça comentários sobre a obra do roqueiro moderno brasileiro Jay Vaquer. Não sou de atender pedidos nesse blog, porém, como esse foi o primeiro e único, achei por bem fazer uma boa ação. Cara Ana Beatriz, esse post é em sua homenagem (só porque você me escreveu em papel de carta perfumado da My Melody, tsá?).

Então, não que eu não tivesse a par de quem é Jay Vaquer. Infelizmente eu sabia. O cara costuma aparecer na Mtv de tempos em tempos lançando um novo clipe modernoso. No conceito e orçamento dos diretores de clipes tupiniquins, é claro. O que eu não sabia e é digno de nota é o fato do rapazola ser filho de, ninguém mais, ninguém menos que a Jane Duboc. JANE DO MUTHAFUCKIN' BOQUE, senhoras e senhores! As coisas só seriam mais perfeitas se o pai dele fosse o Zé Ketti, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, né?

Outra característica notável do cantor é a capacidade de botar o dedo na ferida com suas letras. É isso aí, com o Jay Vaquer não tem essa, o cara escancara as hipocrisias mesmo, certo? Segundo seu site (que, ao contrário do seu, artista vendido de merda, é.ART.br, nada disso de .com), não dá pra dizer se sua prosa é diário íntimo ou crítica social, o que só me leva a pensar que a vida do Jay Vaquer deve ser uma merda, né?

Segundo o release sobre o último disco de Jay Vaquer (impressionante, o cara já está no terceiro disco que ninguém ouviu!), "...outro grande personagem é o aspirante a ator que vê seu sonho de uma carreira feliz desmoronar depois que não consegue triunfar em "Projacland". É o protagonista de Estrela de um céu nublado, que conta com a participação especial de Meg Stock, da banda Luxúria. Os anti-heróis de Jay, não são só vilões, nem apenas vítimas". Essa música, puta merda, essa música é coisa linda de deus! Como se não bastasse a reunião de dois titãs do fracasso musical, a letra traz versos inspirados do quilate de "Foi morar no Rio de Janeiro, tiro certeiro pra tentar a sorte em Projacland... alugou um conjugado no catete... arrumou uma vaga de barman num bar descolado pra cacete..." e "Perua desquitada que vivia da pensão do ex-marido, empresário falido que sofria de 'Síndrome de Dow Jones'...". Sério, só tem uma coisa que faz mais minha alegria que rimar catete com cacete, fazer trocadalho espertinho em letra de música. Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, o Espírito que Anda, devem ter se roído de inveja ao ler essa!

O que me intriga não é nem as razões por trás da obra de Jay Vaquer, mas quem se identifica com esse tipo de letra, quem pega um carro, dirige até o shopping center, procura uma loja de cds, compra o disco do cara, volta pra casa, coloca o disquinho no som e pensa "porra, foda! FO-DA, mandei bem! Dinheiro bem aplicado é isso aí!!!"... Muito provavelmente quem curte Luxúria e vota no Prêmio Multishow, mas eu prefiro acreditar que esse tipo de gente não existe de verdade, é tipo mula-sem-cabeça, boitatá ou saci pererê.

terça-feira, julho 01, 2008

Tatuagens de banda, arrependimento na certa

Tatuados quando se encontram, inevitavelmente, conversam sobre tatuagens. Quando esses tatuados são caras envolvidos com bandas e todo o cenário punk/hardcore, não raro suas tatuagens trazem motivos relacionados a bandas do estilo e, não raro, eles se arrependem de tê-las feito.

Agora aqui em casa está hospedado o Rickert, um punk de Berlim. Outro dia, conversando sobre tatuagens, ele me mostrou um desenho que fez em seu braço, a cabeça de um javali espetada numa espada com a frase "Only the Stain Remains". De cara eu não tinha sacado a referência, como ele é alemão, achei todo o lance super Visigodo e coisa e tal. Só então Rickert, visivelmente constrangido, disse que a frase era retirada de uma música do Life of Agony!!! Se você não liga a mínima para hardcore noventista ou apenas não é um(a) nerd de banda, entenda a vergonha do nosso amigo tedesco por aqui.

Sendo solidário com meu hóspede, disse a ele para não ficar acanhado, afinal de contas, carrego na batata da perna um coração numa adaga com a frase "Value Driven", tirada do nome de um disco do Better Than a Thousand, banda do seminal Ray Cappo (consultar wikipédia para maiores informações). Pra vocês entenderem a ironia em tatuar "guiado por seus valores" inspirado em algo que o Ray Cappo fez ou disse, é mais ou menos como um advogado tatuar uma frase edificante do Juiz Lalau, como um vascaíno gravar a cara do Eurico Miranda no braço ou como se uma banda de metal lançasse um disco intitulado "Justiça Para Todos", ficassem milionários e então decidissem processar seus próprios fãs por trocarem arquivos desse disco, sacaram?

Enfim, como tudo que é ruim sempre poderia ser pior, tatuar "Value Driven" nem foi das maiores merdas que eu fiz. Basta lembrar que, à época, estava entre duas frases. Era ou "Value Driven" ou "Poison Free", retirada diretamente de uma música da antiga banda de Nenê Altro, atual vocalista do Dance of Days e mais conhecido como o PRESIDENTE DO EMO NO BRASIL, grande figura humana!

segunda-feira, junho 30, 2008

Meu favorito em A Favorita

Pô... sei lá, entende?

Todo mundo está elogiando A Favorita, nova novela das oito (que passa às nove) da Globo. Dizem que seu autor, João Emanuel Carneiro, foi capaz de desenvolver uma trama realmente atraente e inovadora para os padrões globais - sim, é bom frisar padrões globais, para não sermos injustos com Caminhos do Coração. Enfim, não que fosse muito difícil chamar a atenção depois de uma novela que defendeu um pater familias miliciano de meia idade como herói E galã e apresentou a maior quantidade de valores de direita disfarçados de crítica social nos anais da teledramaturgia nacional.


Não vi a novela e, fora a presença da Juliana Paes, nada me empolgava muito em começar a fazê-lo. Quer dizer, até hoje de noite quando, por acaso na academia, me deparei com a melhor construção de uma personagem em anos feita por um ator brasileiro: José Mayer interpretando o Patropi! Juro pelo cadáver de Odete Roitman, José Mayer faz um hippie na novela que age, fala e se veste como o saudoso personagem de Orival Pessini.


No capítulo que assisti, José Mayer chegava a São Paulo e, por alguma doença não explicada, é incapaz de suportar qualquer tipo de barulho. Bom, ok, eles queriam mostrar que, sendo hippie e vivendo em um mosteiro budista nas últimas cinco décadas (única razão plausível), José Mayer é completamente intolerante à poluição sonora das grandes cidades. Incrível foi que até o som de um liquidificador fez com que o personagem tapasse os ouvidos em agonia, como se tudo que não fosse o gorjeio de um sabiá funcionasse como kryptonita para ele!


Como novelas da Globo são pródigas em criar personagens realmente profundos e originais, o hippie de José Mayer é ufólogo, tem um filho chamado Shiva, foi roqueiro, é jornalista (na redação mais silenciosa do universo, pelo que sua fobia a barulho nos leva a crer) e acredita que sua mulher foi abduzida por ETs há treze anos. Prova inconteste de que, para a Rede Globo, jornalista é tudo va-ga-bun-do e vi-ci-a-do. Ainda assim, José Mayer, seguindo uma das tradições novelísticas mais antigas do mundo, irá comer a Juliana Paes.

quinta-feira, junho 26, 2008

A nossa Varig... Quer dizer, a Varig dela!

Toda quinta-feira ao terminar de ler o Segundo Caderno do jornal O Globo me bate aquela dúvida: Qual era a porcentagem que a Cora Rónai levava na antiga Varig, hein?

quarta-feira, junho 25, 2008

A fama, enfim!

Se cabe uma desculpa para a pouca atualização desse blog (como se eu devesse explicações a vocês, hunpf!), estive trabalhando. Pois é, nem eu mesmo acredito que emendei um trabalho no outro. De toda forma, esses trabalhos não me renderam apenas alguns trocados e desculpas pra viajar pra São Paulo. Eu conheci gente. Gente famosa e influente, para ser mais exato.

Até poderia ficar escrevendo a lista de celebridades e personalidades que não me deu a mínima confiança, mas pra que palavras quando posso provar com imagens a veracidades do que narro?



Isso mesmo, eu e Maísa, a garota-prodígio do SBT! Bem, tenho dúvidas se Maysa é mesmo uma garota, pra mim ela está mais pra um experimento genético que cruzou Shirley Temple e o Chaka, do Elo Perdido. Ela também pode ser uma representante dos Bandar, a tribo de pigmeus que acompanhava Fantasma, o espírito que anda(va). Enfim, normal essa menina não é! Prova disso foi o ganido digno de uma harpia que ela soltou quando me posicionei para tirar uma foto com ela.


Ah sim, e como glamour pouco é bobagem, esse outro ladeando Maísa na foto é, nada mais, nada menos que Didi, o cromossoma XY responsável pelo blog mais popular dos últimos tempos, o Te Dou Um Dado?. Didi e eu, aliás, viramos amigos-de-orkut, de trocar foto e tudo, o que preciso confessar, era um dos meus sonhos (juro, sem cinismo!). E provando a teoria que celebridade só fala com celebridade, Didi teve direito a receber a atenção de Maísa... Não que ela tenha sido muito legal com ele, como vocês podem comprovar
aqui. Essa meninada de hoje, viu?!

segunda-feira, junho 16, 2008

Aceite, você não tem a vida de Sarah Jessica Parker!

Pois é, estreou. O pessoal no site da Júlia Petit deve estar em polvorosa, as meninas da Daslú e as estudantes de jornalismo da PUC também. A versão cinematográfica de Sex and the City, o seriado-sensação de 10 entre 10 solteironas de quarenta anos, chegou às salas brasileiras.

"E daí?", você pensa. Qual a relevância desse filmeco na sua vida e porque isso virou assunto nesse blog? Bom, por mais que eu queira sempre manter distância segura de uma turba de mulheres enlouquecidas com algum evento (seja show do Menudo, liquidação de shopping ou o filme em questão), não dá pra deixar de lado a importância sociológica da série para o universo feminino pós-moderno. Cê acha que eu tô de zueira? Mas é papo sério... Sex and the City foi responsável por reabilitar a futilidade e os sentimentos mais 'Amélia' que a revolução feminista enterrou a duras penas.

Longe de mim querer fazer o discurso riot grrrl, se uma mulher se sente confortável nesse papel, bom pra ela, que viva feliz. Mas todo esse negócio de fabulous, Manolos e Cosmopolitans pirou a cabeça de gente e, se antes de Carrie Bradshaw e cia, havia aquele saudável vergonha de admitir que você gastou o preço de dois salários mínimos num sapato, depois da série da HBO isso começou a ser visto como algo engraçadinho, charmosinho. Uma loucurinha fashion de uma designer shoes addicted. You go, girl!

Só que não tem nada de bacana nisso, porra! Você não mora em Nova York, mora em Taubaté; Suas amigas não são mulheres poderosas, inteligentes e bem sucedidas que transam com modelos masculinos, elas são gordinhas de cabelo pintado de saia preta e all-star; Seus programas não incluem tomar um brunch no SoHo e comprar bolsas de griffe, mas se reunir em alguma lanchonete e depois ir pra porta de um show de emo. Porque, né, se é pra copiar, copia direito!

Ainda mais cretino e deprimente é quando essa adaptação da realidade é feita por senhoras já avançadas na casa dos trinta, quarenta anos. Porque mongolismo adolescente é duro, é grotesco, mas é compreensível. Agora, apatetamento surgindo na Idade da Loba é de ma-tar! Não pode e pronto. Tinham mulheres que, quando a série ainda era exibida nos EUA, andavam com camisas com frases como "I'm a Carrie" ou "I'm a Samantha", fazendo referência a personalidade e comportamento das quatro personagens principais. Olha, numa boa, se uma mulher sai com uma camisa dessas na rua, ela deveria seriamente pensar na possibilidade de comprar outra escrito "I'm a Moron", isso sim.

E sabe o que é mais calhorda em todo esse lance de Sex and the City? É que as pessoas que assistem e gostam da série a defendem como um libelo pós-moderno, de mulheres bem resolvidas que querem transar com quem bem entendem e serem felizes sem precisar dar satisfação a sociedade, só que a mensagem final era totalmente oposta! Reparem, a protagonista resolvia seus problemas comprando sapatos e passou a série toda correndo atrás de um cara que a desprezava para, no fim das contas, consumar seu happily ever after no altar. E de branco, mesmo depois de dar mais que xuxu na serra, porque hipocrisia pouca é bobagem!

Ou seja, quer ir vai, mas saiba que a mensagem que Hollywood te passa é: Não interessa se você é uma advogada de sucesso, uma quarentona fogosa, uma socialite certinha ou uma jornalista com cara de cavalo, você só será feliz se tiver marido.

PS - E caso você sinta uma vontade incontrolável de sair comprando sapatos depois de assistir ao filme, passa na Marisa, amiga. Porque, cêis sabe, de mulher pra mulher é Ma-riii-saaaa.

domingo, junho 01, 2008

Rock Brigade e a arte de resenhar discos

Militando na ingrata seara do jornalismo, com uma infeliz quedinha para o ramo musical da profissão, sempre tive uma relação visceral com a Rock brigade. Nos primeiros anos de minha adolescência roqueira, era uma clara e apaixonada admiração pela revista, da qual cheguei a ser assinante por um ano, acalentando o sonho de dividir a readação com Vitão Bonesso e Fernando Souza Filho. Com o passar do tempo e o aumento do conhecimento musical, a admiração se transformou em revolta, para hoje, já no crepúsculo da minha seriedade, se transmutar novamente em admiração. Só que agora por motivos menos deslumbrados e mais, digamos, "estilísitcos".

Porque, meus camaradas, é preciso ser muito trouxa como já fui para não exaltar as qualidades daquelas resenhas da Rock Brigade. Qual outra revista foi capaz de aliar poesia e crítica musical abalizada àquele dialeto típico do metal da década de 80. Nas resenhas da Brigade tudo era magnânimo, soberbo, poderoso e dilacerante, tal qual a piroca de cristal da encarnação de alguma divindade nórdica. Nada podia ser simples, direto, corriqueiro. Tinha que ter garra, afetação viril mal disfarçada, quadriloquência, tinha que ter tenacidade, ductibilidade, condutibilidade e elasticidade. Ou seja, tinha ser METAL na essência!

Para aqueles que não tiveram a chance de se inebriar com o néctar de uma resenha de disco do Accept, Savatage, Crimson Glory ou Judas Priest, separo para vocês trechos de algumas das melhores, retirados da comunidade Pérolas do Metal. Regojizem-se, oh, servos de Odin:

“Paice mostra uma feroz seqüência de hipnotizantes estrondos tirados de sua Ludwig rústica, mas resistente aos seus golpes certeiros. O baterista trata seus pratos como um escravo fugitivo enquanto Gillan solta um verdejante grito como um LEÃO em seu mais duradouro período de cio.”

“Ronnie James Dio encarou o demônio de frente, galopou no cavalo da morte e dançou na propriedade do sobrenatural. A amarga gota de fel que é nódoa nos corações humanos e o desespero pela poder da força que arrasta todos às profundezas do inferno, foram por ele galhardamente cantadas, num Heavy Metal que Satanás não ensinaria nas escolas do inferno."

"Joey de Maio lança maldições em cada nota executada, despedaça seu baixo em agonia mutiladora. Ross the Boss arrepia os reconditos mais profanos do corpo. Eric Adams vocifera tão afiado que choca-se em contato com a nossa era.A bateria parece ser tocada pelo próprio Lúcifer em extase, Scott Columbus detona a estrutura espaço-tempo com suas porradas sônicas..."

E a minha preferida,
"Misericórdia não existe! Não cabe na filosofia Heavy, por isso que Dave Lombardo pulveriza as moléculas do ar com suas patadas letais na mesma medida em que o terremoto provocado pelo baixo de Tom Araya invoca Satanás para a destruição! Não tem música melosa! A mais lenta faz qualquer um sair por aí chamando urubu de 'Meu Loro' e Jesus de "Jenésio."