quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Quando eu for milionário

Sou um homem simples, coisas simples me agradam. A chegada de temporadas de Curb Your Entusiasm e Entourage em DVD na minha locadora, a perspectiva de sexo nos finais de semana e encontrar bonequinhos em promoção por aí já é mais que o suficiente para me deixar incrivelmente alegre. Isso e mais coca-cola na geladeira e minha conta de banco permanecendo humildemente longe do vermelho deixam minha vida bem tranquila. Feliz até. Mas nos recônditos mais negros de minha alma, entre os segredos que se escondem e só o Sombra sabe, eu guardo desejos vis e gananciosos. Devo admitir, quando deito a cabeça no travesseiro sozinho no meu quarto, fico pensando em tudo o que eu vou comprar quando finalmente for um milionário.

Claro que meus desejos passam longe de ações, imóveis, carros, iates e a alma de puxa-sacos. Porra, muito dinheiro pra mim está intimamente ligado (talvez por culpa do Dudley Moore) a hábitos pouco usuais, quase como se a montanha de dinheiro servisse como um salvo-conduto para ser excêntrico. E convenhamos, qual a graça de ser podre de rico se você não pode se dar ao direito de ser meio Liberace (mas sem necessariamente ter que dar a bunda)? Eu já tenho tudo planejado e assim que fizer meu primeiro milhão, vou torrá-lo com as seguintes coisas:

1 - Um pônei que eu vestirei com um chapéu côco, um monóculo, gola engomada e quatro polainas. O batizarei de Tommy Lee Jones e farei dele meu primeiro-ministro pessoal. As pessoas na minha casa serão obrigadas a reverenciarem Tommy Lee enquanto ele literalmente caga pra elas.

2 - Um porco, a quem chamarei de Sunshine ou Lombinhos McGee, não estou bem certo. A serventia do porco será escutar todos meus segredos e deixar que eu puxe seu rabicó toda vez que tiver entendiado. Talvez o pinte com cores psicodélicas, não sei.

3 - Uma zebra. Será meu meio de transporte.

Fora isso, encomendarei uma guarda-roupa exclusivamente branco, naquele estilo Denner, sacam? (aliás, o Dener era amigo da avó de um amigo meu, mas isso não vem ao caso) e comprarei vários anéis de rubi. Devidamente paramentado, montarei na zebra e andarei pelas ruas de São Conrado e do Baixo Leblon distribuindo moedas de dez centavos e notas de um real para a plebe ignara. Eles gritarão "Lá vem o Califa, viva o Califa!" e eu responderei "Tostões, meus queridos, tostões!" enquanto lanço as moedinhas ao vento.

Ah sim, para zelar pela minha segurança contratarei um ninja que vai na frente, abrindo caminho, enquanto passeio de zebra. E vou pagar ao Europe para que eles componham um hino em minha homenagem, hino esse que será tocado diariamente como toque de alvorada num piano de cauda branco com um candelabro de cristal em cima. Também pagarei alguma Laura para ser minha amiga (ou então trocarei o nome de minha namorada para Laura), apenas para poder dizer "coisas de Laurinha..." numa afetação tipicamente milionária.

Claro, as pessoas que me conhecem podem estar se indagando "Ué, e o macaco?". Gente, um homem precisa ter a maturidade e a coragem necessárias para assumir que não tem a profundidade sentimental para ter seu próprio macaco. Principalmente se for daquele tipo cínico, que usa smoking ou suspensórios de arco-íris e bate palma sorrindo depois de tacar merda na parede. Eu AINDA não estou, mas o futuro a deus pertence, né mesmo?

Dúvida que me consome

Afinal, é "Lambada - a dança proibida" e "Salsa, o ritmo quente" ou "Lambada - o ritmo quente" e "Salsa, a dança proibida"? Ou seria ainda "Quente, a salsa proibida" e "Dança - o ritmo lambada"?

Minha única certeza é de que o Robby Rosa protagoniza um dos dois e que ambos são obras injustiçadíssimas. Só porque a gente é latino!

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Chega, com esse cara eu não toco mais!

Acabar banda é tão problemático quanto acabar namoro. É tão problemático quanto, mas é pior porque, do namoro, você pode ao menos guardar as lembranças de incontáveis fodas maravilhsoas. E da banda? Quem quer rememorar aquelas horas enfurnadas com mais dois ou três fulanos numa salinha apertada e discussões acaloradas sobre porque tocar um cover do Mudhoney e não um do Kiss? Banda é, portanto, um casamento coletivista e homosexual entre pessoas com sérios problemas de ego. Imagina o divórcio de uma porra dessas...

Primeiro tem sempre um membro da banda que vai se sentir ignorado pelos demais, que vai reclamar que suas opiniões não são levadas em conta e que, no fundo, no fundo, ele tem certeza que esse fim da banda é só uma tramóia para obrigarem-no a pingar colírio de asfalto no olho da rua. Mas não se engane, esse é o único com quem você vai conseguir manter uma amizade. Foda mesmo é tratar com aquele cara que se achava (ou o era por direito) o dono da bola. Com esse haverão discussões sobre quem realmente mandava ali, quem batizou a banda e quem fez a maioria das músicas. Em momentos como esse eu já me vi dividindo uma música em riffs para saber quem detinha mais direitos sobre ela. Juro por deus! E olha que como mesquinharia pouca é bobagem, eu o fiz pelo telefone, passando minhas opiniões para o vocalista enquanto ele discutia com o guitarrista pela internet! Deveria lançar um livro chamado "Como fazer inimigos e influenciar pessoas a fazerem merda".

Em dez anos eu já fui capaz de montar, sair, entrar e ver ruir umas quatro bandas, fora aquelas que não chegaram a ver a luz fora das salas de ensaio. E é com um misto de orgulho e vergonha que eu sou obrigado a admitir que não houve um mísero grupelho onde eu não tenha brigado com algum dos integrantes. Muitas vezes com dois, em formações diferentes. E é chato, sabe? Você encontra sua banda andando na rua semanas depois com um novo integrante, mais novo e mais bonito, e eles parecem tão alegres. Você se esforça para demonstrar alguma superioridade e que já superou tudo, "Eu também estou ótimo, brigado! Também estou vendo uma banda nova, vai ser sucesso!". Eles se afastam rumo a um show lotado e você chora baixinho ao lembrar que tudo o que conseguiu foi implorar para tocar numa banda de skacore... E eles ficaram de pensar! "Cuide bem de 'Flying high in the sky', vocês sabem, ela sempre foi nossa favorita!" você quer gritar, mas tudo o que consegue dizer é "o segredo dela é uma volta em dó ré sol antes do refrão" ao se despedir do novato.

E você sabe, as coisas não param aí, afinal, as pessoas falam. Sempre há aquele muy amigo que resolve ligar para você e contar as novas, the word in the street, por assim dizer... "Pois é cara, eu não queria falar nada, mas eu soube que eles estão tocando 'Look At Her Dancing' que você fez... Numa versão meio CPM 22!". E então você também descobre que seus antigos companheiros de banda andam espalhando que a guitarra do novo integrante é muito maior que a sua, que ele é bem mais habilidoso e que eles nem sabiam o que era um solo de verdade até ele ter tocado um. "A minha guitarra não era baixa, era o ampli deles que era muito grande. Aliás, era tão grande e eles emprestavam pra todo mundo e isso só prejudicava meu som!!!", você deixa como recado na comunidade da banda para que tooooodoooos saibam a verdade, a farsa que aquela banda a quem você dedicou os melhores anos da sua vida era. E pensar que você chegou a cogitar vender uns lances na internet pra custear a turnê pra argentina, hein?!

Mas como tudo na vida, um dia esse rancor e essa coisa mal resolvida passa. Vocês se cruzam na rua, conversam de forma sinceramente animada e alguém sugere um encontro, como quem não quer nada. Daí é a vez de se ligarem e combinarem um chope, pelos velhos tempos, sem compromisso. E não é que no dia todo mundo aparece? Mesmo aquele membro que achava que todos só queriam se ver livres dele deixou a namorada em casa e foi lá encontrar a velha turma. Todos bebem, riem e, provando que ninguém é muito racional quando se trata de um velho relacionamento quicando livre na área, decidem marcar um ensaiozinho, só pra desenferrujar, dar uma brincada. E aí já viu, a ressaca moral costuma ser duríssima!

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

No trânsito com o Louzada

Acabei de saber do falecimento do ator Oswaldo Louzada, aos 95 anos. Para quem não está ligando o nome a pessoa, Louzada era aquele velhinho que fez o papel de, bem... um velhinho numa novela do Manoel Carlos. Ele e sua mulher (que era sua mulher na vida real, vejam só!) eram maltratados pela neta ambiciosa e interesseira e só recebiam algum carinho e compreensão do netinho (que 'interpretou' um cocainômano em Cidade de Deus) e do genro. Depois, como é de praxe na Tv brasileira em geral e na Globo em especial, terminaram de forma extremamente honrosa pagando mico num programa do Chico Anysio, evitando assim a penúria do Retiro dos Artistas.

Pois bem, minha primeira reação a saber de seu passamento foi "Foda-se! Noventa e cinco anos, tava mais que na hora!", mas fiz um esforço e puxei pela memória mais um caso em que me envolvi em infotúnios com celebridades. Quando eu ainda dirigia, certa vez vinha com pressa na avenida Lagoa-Barra. Eu sempre andava com pressa quando dirigia. E como era de costume, havia um retardatário na pista, a quem eu não tive o menor pudor de ultrapassar. Acontece que nessa manobra ousada, acabei fechando brutalmente um carro e quase causo um pequenino acidente com potenciais vítimas fatais. Olhei para o lado para ver quem eu havia fechado e com a pachorra de ainda querer reclamar do coitado. E não é que quem eu havia fechado era o Oswaldo Louzada? Claro que já passados dos 85 anos na época, não era o próprio quem diriga o carro... Quem diriga era o Marcos Caruso, aquele ator careca que intepretava o genro compreensivo e boa praça do Louzada na novela. E a mulher do Louzada também estava no carro! Tipo, era a realidade imitando a ficção, eles de carro, como se fossem uma família feliz. Feliz, mas mal educada porque o Marcos Caruso me mandou tomar no cu. Juro, no cu!

Só me restava continuar acelerando rumo ao meu caminho, mas não sem antes lhe devolver educadamente os impropérios, como manda o curso da Socila. Me ficou marcada a cara de assustado do Louzada, ofegante com a fechada e a experiência de quase-morte. Lembrar disso me deixou um pouco com pena dele, o cara aguentou a fechada, provou ter fibra pra durar infindáveis anos, podia ter ficado e no seu lugar morrido o Marcos Caruso filho da puta que me xingou! Esse tipo de acontecimento só comprova a teoria do amigo-gênio que disse ser o Rio de Janeiro uma espécie de Los Angeles tropical, com celebridades fazendo merda e sendo obrigadas a interagir com gente barbeira e boca suja como eu.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Ela é capa de revista

Qual é o lance com essa mania de sub-semi-celebridades e playboys equivocados em geral de se locupletarem por terem pego não sei quantas "capas de Playboy"? Receber algum tipo de crédito ou valoração pela fama alheia, ou só tentar provar que eles podem comer mulher bonita? Sério, porque se for isso, não valia mais à pena eles usarem como parâmetro uma revista que NÃO estampou em suas capas tribufus do quilate de Yoná Magalhães, Betty Faria, Rosenery Fogueteira, Hortência, Marta, a musa dos Sem Terra, Bárbara Paz, a bandeirinha que roubou o Botafogo e que, há pelo menos um ano, vem caindo de qualidade a cada edição? Capacidade por capacidade, eu mesmo tenho vários amigos - apreciadores das atividades noturnas de áreas familiares como a Rua Augusta ou a Praça da Bandeira - que poderiam muito bem se orgulhar de já terem também faturado diversas capas... Da Brazil, Hustler e Big Man Internacional. E esses são sempre super-discretos, como todo bom gentleman!

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Indagações pedestres

Não tendo carro e sendo obrigado a me virar para vencer os dois túneis que me isolam nessa ilha esquecida por deus que é o bairro de São Conrado, algumas características acerca desse costume moderno de nos locomovermos motorizados não poderiam deixar de me vir à mente toda vez que ponho os pés pra fora de casa. Segue abaixo uma lista de coisas que me ajudam a matar o tempo e sempre despertam minha curiosidade enquanto cruzo essa cidade e pereço em engarrafamentos homéricos.

1 Por que a pessoa que não senta no corredor do ônibus está sempre com frio não interessando o quão fustigante esteja sol ou que horas seja, deixando então a porra da janela completamente fechada, o que impede que você, pessoa normal que sente calor no verão, não tome aquela brisa refrescante misturada com monóxido de carbono no rosto?

2 Por que motoristas e cobradores de van, esses físicos amadores, estão toda hora querendo provar a falha a lei da impenetrabilidade, aquela que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo? E por que, empiristas que só, eles tentam provar sua tese enfiando o maior número de gente possível no menor espaço cabível justamente da van em que você está? E mais, por que tem gente que aceita, sendo que devem existir facilmente cinco vans pra cada pessoa aqui nessa cidade?

3 Por que nossos amigos que possuem carro são justamente aqueles que também possuem uma política comportamental muito particular, o que inclui o ato de dar caronas aos outros? Eu nunca conheci um cara de carro que fosse gente boa e desprendido o suficiente para dirigir alguns quilômetros a mais e facilitar a vida dos camaradas mais pobres e necessitados. Acho que guerra de classes é mais ou menos isso aí, né?

4 Por que todo maldito taxista lança aquele farol alto nos seus olhos te cegando temporariamente, apenas para deixar claro que ele é um táxi e, se você tiver afim, ele te leva pra casa? Será que eles pensam que essa merda de farol é de alguma forma hipnotizante, e que bastam duas piscadelas para as pessoas paradas na calçada se convencerem a pagar caro numa corrida de táxi? Ou será que eles imaginam que nós esquecemos o que estamos fazendo ali parados, então usam a piscada como uma forma de nos trazer de volta à realidade. "Podes crer, tô esperando um táxi! Ai, se ele não joga um farol alto na minha cara, era capaz de eu ficar aqui a vida toda sem saber o por quê!"

5 E por que, não contente em deixar você cego, o taxista ainda passa mais devagar e pára na sua frente, olhando pra sua cara como se VOCÊ estivesse esquecido alguma coisa? O que é aquilo, eu sempre fico pensando "será que ele me confundiu com um amigo dele? Será que ele quer informações ou vai perguntar se eu curto Deep Purple?". Talvez eles pensem que nós estamos ali parados à toa, apenas a espera de uma boa aventura ou de um taxista confiável que apareça para você embarcar sem destino, o que pintar primeiro.

6 E, finalmente, por que o governo daqui não constrói um metrô decente e não um cujo o percurso seja quase uma linha reta? Sério, e eles ainda vem com aquele papo de "metrô na superfície". Porra, se é na superfície não é metrô! E eles acham que a gente não sabe que aquilo ali é, na verdade, um ônibus? Do jeito que a coisa vai, eles vão instalar uns rikshás em Ipanema e botar uns chinezinhos pra puxar a gente até a Barra dizendo que, agora sim, o metrô atende toda a Zona Sul!

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

For those about to rock, we salute you!


Esse menino da imagem acima é o Matos, ídolo, profeta e maconheiro em partes iguais. Matos está assim fantasiado para o Dia das Bruxas de seu colégio... Em 1983! E, devo atentar para os desavisados, com detalhes idênticos ao do visual de Paul Stanley ali por 81/82. Não interessa que em 83 o Kiss já tivesse abandonado a maquiagem, Matos era desde pequeno um radical e deixava claro que a banda só valia se estivesse mascarada.


Como se isso não fosse o bastante para garantir um lugar de destaque para Matos no panteão de meus roqueiros anônimos prediletos, o cara já protagonizou uma cena de amor incontido pelo metal. Aos 8 anos de idade invadiu a sala de aula aos prantos, triste e de luto pela morte de Cliff Burton. Quer dizer, ele chorava a morte de um dos melhores baixistas do thrash metal e - creio eu - os tempos negros que passaram a acompanhar o Metallica desde então. Um profeta!


Hoje em dia eu não sei bem o que Matos faz, seu último emprego conhecido foi atendente de uma locadora de cds. Trabalho pelo qual era pago... em aluguel de cds! Amor a causa, incrédulos e infiéis, é isso que Matos nos ensina com seu gesto abnegado e desprovido de ganância.


Existem outros detalhes que elevam essa imagem a condição de certificado da genialidade de mais um judeu engraçado. Se liguem no tamanho das caixas de som e na gigantesca samambaia no meio da sala (imagina o tamanho do xaxim!) que fazem cenário para nosso roqueirinho. E o que dizer da calvíce hiper-precoce que Matos ostentava por cima da faixa roxa? Tudo isso é poesia imagética para mim. Sem contar que para a mesma festa o irmão do Matos foi fantasiado de Mestre Yoda, mas isso já é outra história...


For those about to Matos, we salute you!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Se você não captou a essência dessa imagem, não quero ser seu amigo!


Caras, eu nem sei por onde começar. Essa foto representa tudo de mais foda que o rock pesado pode proporcionar a você. Ok, faltou alguém de capa colorida, mas creio que essa seja uma estética meio conflitante, apesar dos temas de bandas desse estilo. Para quem não sabe, esse aí é o Tokyo Blade, uma legítima representante do que há de melhor na NWOBHM (se você não sabe o que significa essa sigla, morra! Eu não vou explicar). Eu não sei qual é, mas havia uma ligação íntima entre as bandas de heavy metal britânicas do início dos anos 80 e o Japão. Podem reparar, você tem o "Maiden Japan" do Iron Maiden, o "Unleashed in the East" do Judas Priest e a capa do "Stained Class", você tinha o Samurai, o Tokyo Blade... E você tinha essas camisas com o símbolo do exército japonês que todo mundo usava e é simplesmente a coisa mais maneira do mundo!

Aliás, essa foto exala fuderosidade metaleira! Reparem no vocalista segurando uma espada ninja e trajando calças de couro ROSA e lenço no pescoço (!!!). E que tal o rapaz da ponta-esquerda de camisa estilo Def Leppard e cabelos como os de Adria Busic na época em que ele tocava no Ultraje a Rigor? No meio deles, mantendo o nível, tem um cover do Sebastian Bach de calça justinha e colete listrado fazendo composê. Mas o melhor mesmo é a expressão do fulano da outra ponta, o que enverga a camisa nipônica (notaram a meta-linguagem nas camisas dos integrantes nas extremidades?); essa deve ser a pose de malvado menos crível de toda a história do rock! Parece que o fotógrafo disse "vamos lá, todo mundo agora faz cara de fodão!" e ele pensou "se eu fizer só assim será que fica legal?".

Em termos de metaleiridade, a única coisa que chega aos pés de uma foto de roqueiros ingleses magrinhos com camisa do japão e espada de samurai é uma foto de integrantes de banda speed metal alemã de cabelo enroladinho, óculos escuros e bigode. Um lance meio John Holmes, meio Unabomber, sabe como é? Enfim, lembram o que eu disse sobre aquela foto do Tiririca? Então, creio que essa imagem do Tokyo Blade pode ter finalidade semelhante.

domingo, fevereiro 10, 2008

Rockuppie - por um rock n' roll mais babaca e deprimente

Você certamente já se deparou com um representante da classe, talvez seja um amigo seu ou, quem sabe, até mesmo um companheiro de banda. O fato é que, se você tem algum envolvimento com rock e está caminhando para os 30 anos, rockuppies são uma constante na sua paisagem. Para quem não está ligando o nome a pessoa, rockuppies é a contração comportamental de roqueiros e yuppies. Mas não se engane, ser um rockuppie tem pouco ou nada a ver com a classe social da pessoa em si, é mais como uma afirmação ideológica.

Rockuppies são fãs de todas as bandas clássicas do rock n' roll da década de 60 e 70, mas só por uma questão de elitismo saudosista; rockuppies colecionam memorabilia rara e cara como hobby e vão a shows de reunião pagando uma baba de camarote (rockuppie não vai de pista porque, afinal, "pode pagar e tem a comodidade, né?"). No dia seguinte, o rockuppie tá cheio de história pra contar pro pessoal de programação visual da agência de publicidade em que ele trabalha (ou pra molecadinha da edição da sua produtora de vídeo, tanto faz). Se rockuppie fosse uma cidade, o Frejat seria seu prefeito e os Rolling Stones uma espécie de Sumos Pontífices. Só que ia ser o Rolling Stones pós-Tattoo You, claro!

O rockuppie clássico usa blazer com camisa do Eric Clapton, all-star, já cultiva uma barriguinha e dá um tapa na juba um tanto grisalha com um corte moderno feito pelo cabelereiro de sua mulher. A mulher do rockuppie, aliás, é um capítulo a parte. Ela já deve ter sido bem gostosa, é menos esperta do que gosta de aparentar e carrega um vibe meio Paula Lavigne no que concerne a sua simpatia. Ela acha o marido um pouco ridículo ainda com esse negócio de roquenrrôu, mas compra umas camisas super-modernas e transadas pra ele quando viaja. O sonho da mulher do rockuppie é que o marido fosse radical, estiloso e selvagem como o Lenny Kravitz. E o do rockuppie também é, mesmo que ele não confesse (apesar dele achar o último disco do cara "uma puta sonzêra!").

O rockuppie é, portanto, a afirmação maior do pensamento bunda mole de classe média dentro do rock. É ser 50% Ron Wood e 50% Beto Guedes (ou pior... 50% Lulu Santos!!!) e tocar no Capital Inicial. Óbvio que esse discurso pode ser confundido - e é mesmo muito similar - ao de figuras como Lobão ou Branco Mello, que se acham dissidentes mas são fiéis representantes da classe. Não dá pra confundir as coisas, rockuppie é rockuppie, reclamando na Veja ou sorrindo no VMB. Não interessa se vota na Marta, no Sirkis, no Maluf ou no Serra, o cara compra uma les paul vintage pra tirar som do U2 e isso já entrega! A evolução de um rockuppie é simples: ele nasce grunge (ou emo), cresce equivocado, envelhece Rod Stewart e vai morrer Caetano Veloso!

sábado, fevereiro 09, 2008

Foneticamente falando

O vídeo da Narcisa Tamborindeguy + quatro doses de uísque + três comprimidos de Valium + derrame =

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Esse post é uma merda!

Eu sou um homem sem preconceitos, tento viver a vida de forma plena e abraçar todo tipo de escolha que um ser humano seja capaz de fazer. Em suma, aceito e me relaciono com todo tipo de gente. Menos com gente que gosta de falar sobre cocô. Sério, gente que pensa que excremento (o seu ou o alheio) é tema de uma conversa civilizada deveria ser banida da sociedade. Eu fico tentado a buscar em algum livro de psicologia a explicação para gente que sente orgulho de descrever seu movimento intestinal e é capaz de passar horas se divertindo ao discorrer sobre seus hábitos excremenciais. Segundo Freud, mulheres bonitas não cagam e existem uma relação subjetiva entre essa afirmação e o comportamento anteriormente narrado. Vai saber...

É inegável que a interação com o cocô é o que nos separa dos selvagens. Portanto, quem gosta tanto de merda é bicho, não é gente! Eu, como o grande metódico que sou, divido o mundo da seguinte forma: Seres civilizados (eu e você) /cocô/ rinoceronte, javali, gente que gosta de falar sobre merda, babuíno, ratão do banhado... Pior que isso, só mesmo gente que mistura fezes e excitação sexual. Mermããão, aí a coisa já entra num nível tal de bestialidade que mesmo a selva mais recôndita é pouco. Porra, cropofilia é pedir pra entrar num nível monstruoso de existência, deixando nosso esquema mais ou menos assim: Seres civilizados (eu e você) /cocô/ rinoceronte, javali, gente que gosta de falar sobre merda, babuíno ratão do banhado /cocô como instrumento de excitação/ Bandido da Luz Vermelha, Fera da Penha, Átila, o Huno. Aterrorizante!

Para terminar, uma mensagem para vocês refletirem antes de saírem de casa: "se cocô fosse piada, saía pela boca", tsá? Boa noite!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Galeria do Rock


Nada a dizer, palavras não são necessárias diante da majestade dessa foto. Udo Dirkschneider, grande figura humana! Mezzo Mario Bros, mezzo Russo da Rede Globo e 3/4 Joe Pesci, Udo é nosso leprechaun metaleiro #3.

Esse é também um espaço aberto para a livre apreciação de vocalistas germânicos bizarros, seus comentários são bem vindos.

domingo, fevereiro 03, 2008

You're only young once...

Provando meu potencial de brilhante cérebro publicitário mal utilizado, dedico minhas tardes e grande parte de minhas noites à criação de mega-empreendimentos ao lado de Pedro. Pedro, para quem não conhece, é meu amigo-gênio. Buscando algo que nos faça trabalhar ainda menos e garanta os vinis raros das crianças, nosso objetivo é conseguir inventar alguma coisa que dê dinheiro. Vale até a ilegalidade e a prostituição branda, mas tem que dar grana. E muita, porque o negócio tá feio!

O problema é que nunca conseguimos sair dos nomes dos nossos inventos. Já bolamos uma loja germinada que venderia material de piscina e artigos de telefonia móvel: A Cláudia raias colada com a Édson celulares. O projeto foi inviabilizado devido a problemas referentes ao direito das marcas. Eu também tive uma idéia de lançar comidinha no palito para fãs de hard rock numa carrocinha chamada Styx. Não pegou. Agora, nosso grande projeto, em que estamos apostando todas nossas parcas economias, é a revitalização das clássicas carrocinhas de Angú do Gomes que pululavam pelo Rio de Janeiro até os anos 80.

Aliás, não consigo entender o porquê do hábito de se comer angú de carrocinha no meio da rua foi abandonado pelo carioca. Quer coisa mais prática, saudável e rápida que um pratinho quente de angú ali na entrada do cinema, na saída com sua companheira, num passeio a beira da praia? E pra não perdermos os trocados do pessoal de vanguarda, nossas barraquinhas de angú virão com um projeto modernoso e bacana, visando o público roqueiro e antenado, a galera jovem. Não por acaso o nome foi a grande sacação do empreendimento. Senhoras e senhores, é com orgulho que anuncio em nome do meu sócio o lançamento das carrocinhas Angu's Young - o angú de quem é jovem! Sei lá, mas tô sentindo cheiro de sucesso, hein? Agora vai...





sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Pedido de desculpas oficial

Prometo nunca mais criticar Mayra Dias Gomes ou fazer qualquer tipo de troça de seus dotes literários. Acabei de ler o melhor post da história dos fotologs, cortesia de miss Fugalaça.

"Não podemos usar a loucura angustiante de uma celebridade como desculpa para nos sentirmos mais normais.

Get well, Brit.

E para acabar...Não deixem de forma alguma de baixar o novo episódio de LOST, a série mais genial de todos os tempos.Quanto a Beto Carreiro... Minha família já foi muito próxima dele. Beto sempre nos recebeu com carinho. Quando eu e minha irmã éramos crianças, ele nos deu de presente um dia VIP maravilhoso em seu parque de diversões. A notícia de seu falecimento é muito triste. Esperamos que a terra lhe seja leve. Descanse em paz. Muita luz pra ti."

A parada toda era um texto profundo e analítico sobre a condição psicológica de Britney Spears, mas o que ganhou minha admiração eterna foi mesmo o recadinho final sobre sua proximidade familiar com o Beto Carreiro (sic). Brother, juro que virei fã e a-ma-nhã tô indo comprar o Fugalaça! Será que tem um capítulo falando desse dia de princesa no parque de diversões?

Achei muito chique ela se referir ao falecido como Beto e dizer que ele sempre os recebeu com carinho. Pareceu um lance meio "coisas de Laurinha", sabe?... Só me decepcionei porque quando Mayra começou a contar sobre o presente dado pelo Beto Carrero eu jurei que se tratava de um pônei. Mas acho que um dia VIP no Beto Carrero World é quase igual, né?

Beto Carrero underworld

A bruxa ao que parece está mesmo solta, o que já é em si uma boa piada ruim nesses tempos carnavalescos. Enfim, depois do cowboy gay e da Dora Bria, quem empacotou agora foi o Beto Carrero. Não esperem algum tipo de piada com o fato, porque não há nada mais triste e babaca que fazer piada com a morte de atores, atrizes e semi-celebridades a quem ninguém dá a mínima (piada boa mesmo, só aquelas do Mamonas Assassinas e do Ayrton Senna!); E também porque, no caso específico do grande cowboy do interior paulista, sua morte me abalou pessoalmente. Sério mesmo, um lance de família.

Não que eu ou qualquer outro parente fôssemos fãs do Beto Carrero, vejam bem. O negócio é que ele partindo dessa pruma melhor, deixa incomprovada para sempre uma velha teoria do meu pai. A de que Beto Carrero era, na realidade, um traficante internacional de drogas! Isso é real, meu pai achava muito lógico e plausível que o parque de "diversões" e o hotel fossem apenas uma fachada para encobrir as verdadeiras negociatas que enchiam seu cofre. Mais, que ambos os empreendimentos teriam sido financiados com dinheiro da venda de tóxicos. "Porra, esse cara vendia cinto de couro e agora abre um parque gigantesco no Sul? A-pos-to que tá é vendendo droga!", era essa a profundidade dos argumentos de meu pai.

Creio que meu pai, que o mais próximo que já esteve do Beto Carrero foi quando avistou ao longe seu parque num engarrafamento de proporções mitológicas indo para Santa Catarina no carnaval, tenha feito o comentário baseado na ingnorância e em inveja. Nunca contei a ele que Beto Carrero, na realidade, era dono de terras, administrava circos e foi empresário d' Os Trapalhões desde as mais priscas eras. Pelo sim pelo não, já liguei pro meu pai e contei que a causa mortis foi um tiroteio com federais que haviam descoberto seu esquema de venda de cocaína, ecstasy e maconha. Só pra dar uma alegria pro velho, né?