sexta-feira, maio 30, 2008

Obrigado por fazerem do erotismo algo constrangedor, tá?!

É foda, tem certas coisas que não deveriam ser tocadas por gente esperta com boas idéias. Simplesmente porque essas certas coisas já atingiram seu pico evolutivo, possuem uma perfeição de forma e conteúdo e, portanto, não precisam (e nem deveriam!) ser reelaboradas, aperfeiçoadas. É o velho papo do "se melhorar, estraga", tão ligados? É assim que a coisa funciona com a pornografia, o erotismo ou qualquer coisa que envolva peitinhos na tv, não tem como ficar melhor do que já é. Isso é um defeito de gente que não consegue apreciar a simplicidade da vida, entender e gostar de algo pela sua primalidade.

Então, ontem me deparei com um programa chamado "As Pegadoras", na famosa faixa da punheta do Multishow. Preciso dizer que não sou um assíduo espectador do Sexytime, me deixa meio tenso, meio deprimido comigo mesmo essa coisa de assistir strip tease pela Tv na sala da casa da minha mãe. É pra ficar de pau duro e chorar. Mas, devo admitir, aquelas produções com umas "modelos" da 2ª divisão da Revista Sexy ao menos dão conta do recado. Gostosa, bronzeamento artificial, cenário vago, música de motel. Tirou a roupa, pá, pum, cabou. Mas aí me vêm essa produção moderna, com cast escolhido pelo Candé Salles, um produtor insensado da Conspiração, umas apresentadoras com cara de estudante de moda, super alto-astral, fazendo caras e bocas... Uma MER-DA!

O negócio é o seguinte, rapaziada. O cara não pode vir da Conspiração e querer fazer pornô, soft porn, seriado erótico, o que for, achando que manja tudo dessa linguagem. Não pode! Porque aí é isso, faz besteira! Sério, certos programas de Tv são pra ser vistos no mudo, não precisa de gente falando, só estraga. É o caso de transmissão de futebol em canal aberto e do Rolé do Sportv. As Pegadoras, nem assim. O programa consiste de três modelos tentando fazer algo parecido com interpretar três amigas com fogo no rabo que ficam lendo uns contos eróticos mais inventados que os do Fórum Ele Ela, enquanto a câmera dá closes no sorriso de uma, num decote que não mostra nada, na tatuagem de estrelinha no tornozelo da outra. TORNOZELO, porra?!?!!

E os contos eróticos dramatizados, por assim dizer, também não dizem a que veio. Se eu quisesse ver carioca com cara de piriguete naquele pega-pega meia bomba com surfista débil mental saído de agência de modelo de Ipanema, eu ia pra boate, não ligava a TV! E os "diálogos"? Puta que o pariu, diálogo na sua língua em produção erótica/pornô é receita pra brochada. Daí você fica nessas, não sabe se está assistindo a uma montagem de Sex & The City feita por adolescentes no quarto de casa ou um programa erótico para crentes. Não tem pegada, não tem saliva, não tem suor, não tem graves, não tem agudos, não tem nada!

Isso aí é fruto na verdade de um preconceito, de achar que atriz pornô é prostituta e que não é necessário um certo élan para interpretar cenas desse tipo a contento. O tal Candé Salles foi catar algumas das "atrizes" do programa em agências de modelo gabaritadas, numa tentativa de imprimir um ar de bom gosto à parada. Arrumou só umas doidas com vontade de aparecer que não são nem bonitas como uma modelo, nem cachorras como uma boa atriz pornô, ou seja, um deserviço ao pau-durismo nacional. Candé, os punheteiros te desprezam!

quinta-feira, maio 29, 2008

Por que cinéfilos sempre tem o pior gosto para filmes?

Uma conversa com meu bom amigo Leonardo Marques, PhD em História pela Universidade Emory, de Atlanta, ou seja, um puta cara inteligente, me fez atentar sobre como cinéfilos e/ou gente que trabalha com cinema geralmente tem um puta gosto cretino no que tange à sétima arte. Senão vejamos, quantas vezes vocês já se depararam com aquele típico entusiasta de filmes artísticos que não consegue gostar de nada que não seja chato e incompreensível? Geralmente essa gente diz que gosta de coisas como "Um Cão Andaluz", "O Anjo Exterminador" e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro", torcendo o nariz e nos ridicularizando quando assumimos que bom mesmo, mas bom de verdade, é Porky's!

Leonardo Marques me relata que foi obrigado a usar de força-bruta argumentativa para provar o óbvio a uma dessas criaturas. A fulana em questão, uma estudante universitária americana metida a intelectual, pedia uma explicação para nosso Doutor em Fuderalidade sobre porque Teen Wolf (aqui conhecido por "O Garoto do Futuro",tradução que tentava embarcar no sucesso anterior de Michael J. Fox) é melhor que Os Excêntricos Tenembauns. Rá! - rio com franca noção de superioridade e arrogância, como se fosse mesmo necessário gastar saliva para tanto.

Senhores do júri, I summit to you exhibit A da superioridade de Teen Wolf sobre qualquer obra pretensamente intelectual produzida nos dois últimos séculos: Um Lobisomem jogando basquete, porra!



Não estão convencidos? Ok, então me digam quando vocês viram um filme "cabeça" onde há um lobisomem de óculos escuros e walkman andando pelos corredores de um colégio, hein?




É, foi o que eu pensei... Não restando mais dúvidas sobre como Teen Wolf paira acima de bilhões de fitas como exemplo de superioridade e qualidade cinematográfica, encerro meu caso. Away!

terça-feira, maio 27, 2008

A little help for my friends

Vocês lembram de Pedro, meu amigo-gênio, sócio em empreendimentos que irão nos tornar milionários um dia (como o Angu's Young), permitindo o sonho de passeios de zebra e castelinhos no estilo Ivanhoé? Pois então, prolífico que ele só, o cara além de tocar guitarra em duas bandas e uns 82 projetos, também tem um programa de rádio na internet. O lance é que a prolificidade do Pedro não é acompanhada de disciplina, fazendo com que o programa apresente apenas seu quarto episódio depois de dois anos parado. Menos mal que ele voltou em grande estilo, com excelentes blocos recheados de bandas que você nem sabia que existiam e que vão fazer você pensar 'E eu que achava que o Lúcio Ribeiro manjava do underground!'.

Pra escutar o Train of Doomsday (sim, esse é o nome do programa) basta ir em http://sinistra.libsyn.com e fazer o download direto na página. Tem um outro esquema pelo iTunes se você usa Mac, e também dá pra baixar normalmente e guardar pra ouvir sempre que pintar aquele tédio vespertino (aqui rola todo dia, não sei com vocês). O programa agora está trazendo convidados a cada edição, essa primeira contou com a chique presença de Zé Mazzei, baixista do Forgotten Boys e parceiro da Mallu Magalhães. Fui convidado para uma próxima edição e, pelas contas, em 2012 apresentarei uma seleção esperta de músicas do futuro.

segunda-feira, maio 26, 2008

E a novela das oito, hein?

Malhava eu na sexta-feira com a televisão da academia ligada quando me deparo com o seguinte diálogo entre um casal se pegando em Duas Caras, a novela das oito da Globo:

[ator] - Agora vai ser assim. Negro com Negro, sem mistura.
[atriz] - Raça pura, assim que eu gosto.

O casal em questão, obviamente, era negro. Os atores eram aquela namorada do Olivier Anquier, que também fez a namorada do Netinho Negritude Jr em 'Turma do Gueto', e um modelo/ator genérico que eu não sei o nome. O diálogo foi exatamente isso, as expresões "negro com negro, sem mistura" e "raça pura" foram reproduzidas ipsi literis. Tudo isso só serve para provar minha teoria de que o Aguinaldo Silva, de saco cheio do Brasil e no crepúsculo de sua vida, já não sente a menor obrigação de ser politicamente correto. É um mal que acomete algumas bichas conservadoras de direita ao ficarem velhas, taí o deputado Clodovil do Partido Trabalhista Cristão que não nos deixa mentir, né?

A diferença é que o Aguinaldo vomitou seus preconceitos num folhetim que teve a manha de agradar ao público. Aliás, só com uma novela no Brasil que alguém pode se safar de defender que todos os negros são racistas (não havia na novela um negro que se não se referisse aos personagens brancos de forma pejorativa, já o contrário não acontecia nunca), que militantes universitários de esquerda são todos riquinhos enrustidos e hipócritas com vergonha do próprio dinheiro e que uma milícia paternalista é a melhor forma de se gerir uma comunidade sem que ninguém o critique, o questione ou peça sua interdição. Pelo contrário, você é elogiado as pessoas te tratam como um craque do ofício! Acho que o problema é que se alguém diz " seguuura, que a bicha tá loca!" nesse caso, ninguém vê nada de diferente.

Imagina se a moda pega entre setores, digamos, mais periculosamente conservadores do país? Ainda bem que o pessoal da Opus Dei, TFP e a turma do Afanásio Jazadji não gosta de novela.

sábado, maio 24, 2008

Itáááália!

Como diria Fernando Vanucci: "Itáááália, agora é hora de reverenciar Canavaro, Totti, Zambrota...". A verdade é que existe muito mais o que se reverenciar na velha bota que possa supôr a vã filosofia e o vinhozinho com calmante do grande apresentador. Muito mais coisas, decerto, e esse texto poderia ser mais extenso e consitente se eu já tivesse, algum dia, ido até a Itália. O problema é que o máximo que eu cheguei do antigo berço da civilização foi ter tido um chefe de Turim e hospedado um vegansxe romano para o reveillon. Mas do que vale ter ido a Roma para poder relatar as belezas da capital italiana se eu posso, sem o menor esforço, provar-lhes a magnanimidade do país através de uma única foto?


Habemos Bulldozer, 80s black metal form Italy est

É tanta beleza que eu fixo perplexo. Por onde começar? Pelo bigodinho e cara de porteiro de um, pela camisa cortadinha e COLAR DA CHEVROLET do outro?! Ou que tal o detalhe dos charutos, o segundo cinto de inspiração indígena, a foto-novela pornográficanas mãos do vocal que, além de parecer um cover do Frank Zappa e estrelar na capa dos três primeiros discos da banda, hoje em dia virou produtor de dance music (o último EP do Bulldozer, por sinal, traz faixas como thrash rappcore e tech-core rap sickness)? A Itália é, definitivamente, foda!

quarta-feira, maio 21, 2008

Mutante que é mutante passa na Record

Wolverine, my assverine! Foi com um considerável atraso que descobri o melhor seriado de mutantes da face da Terra, a novela (?) Caminhos do Coração da Record. Não tem pra Lost, Heroes, filme do X-men ou o que quer que seja, essa novela é ficção científica tupiniquim com orgulho, naquele padrão Igreja Universal de qualidade. Não preciso nem dizer que já virei fã.

Uns amigos me explicaram no último final de semana que a trama se baseia nos experimentos de uma cientista interpretada pela Ítala Nandi que possui um mundialmente famoso laboratório de análise de DNA locaizado no Guarujá! Isso mesmo, naquele mesmo lugar onde o Chaves sempre dizia que queria ir, apesar de terminar mesmo em Acapulco. A Ítala Nandi ao que parece cria mutantes em escala industrial e eles, não sei por que cargas d'água, terminam morando numa ilha (que é, na real, a prainha, no Recreio dos Bandeirantes). Aliás, ao que parece não só os mutantes, mas todo o numeroso elenco da novela acaba indo, uma hora ou outra, se enfurnar no Recreio dos Bandeirantes. E olha, pelo que Caminhos do Coração dá a entender, sair do Recreio é uma tarefa hercúlea! Aceitem o conselho da novela e não se bandeiem praqueles lados, hein?

O capítulo que acompanhei mostrou o Gabriel Braga Nunes, um delegado-vampiro (ou delegampiro), quase não contendo seus impulsos assassinos pra cima de um ex-Global preso e desfalecido no laboratório da ítala Nandi. A cientista, aliás, adulava o ímpeto vampírico do Gabriel Braga Nunes com uma MOUSSE DE LEUCÓCITOS!!! Tão achando constrangedor? É porque vocês não presenciaram o diálogo; O Gabriel super despojado, dizendo que não tinha saco pra caçar presas depois de um dia de trabalho, enquanto dava colheradas na mousse. Vampirismo e informalidade - vanguarda! Havia uma outra cena que reunia o Tuca Andrada - pois é, mais um ex-Global. Ao que parece todos os ex-globais viram mutantes - , um ex-paquito e a Miss que namora o Aécio Neves! A Miss, me contaram, faz uma mulher-aranha, já o ex-paquito é um homem-cobra. Eles são um dos pares românticos, entenderam a sacação? Cobra, aranha, homem, mulher... hein, hein?

Bom, caso você fosse estúpido demais pra entender não teria o menor problema, porque em Caminhos do Coração é tudo muito bem explicadinho. Nenhum personagem dá dois passos sem dizer o que está fazendo e no que está pensando. Como as interpretações são sofríveis, o autor (aliás, quem comete essa obra-prima?) achou melhor fazer os mutantes dizerem tudo. E os diálogos não são só auto-explicativos, como também são auto-referentes. Por exemplo, o Gigante "interpretado" pelo Cigano Igor vaga pela mata segurando um mamão-papaia (que apesar do gigantismo do personagem, não era minúsculo como deveria), reclamando que agora não gosta de fruta, só de sangue (é, o Cigano Igor é um gigante-vampiro, um gigampiro), quando encontra Gelo. Gelo é um mutante parecido com o Ritchie, com hipoglós no rosto e um sobretudo de couro que, sempre ao se aproximar, exala uma fumaça de gelo seco. O Gigante então comenta que sentiu sua "presença gelada" e Gelo o interrompe dizendo que nem adianta tentar mordê-lo, pois ele congelaria antes de ultrapassar sua carcaça fria.

A batalha entre o mutante-que-se-parece-com-o-Ritchie e o Cigano Igor foi o ponto alto do capítulo que assisti. Entre ameaças de referências óbvias como "eu vou te transformar numa raspinha sem sabor" (afinal, ele é o Gelo, sacaram?), ataques de fúria vergonhosos do Ciganão e efeitos especiais de quinta, o Gelo acabou congelando seu oponente e saindo fora, de boa. Eu fiquei sem entender porque eles se enfrentaram à princípio, visto que um estava procurando sangue e o outro deixou claro que o dele ninguém chupa. Enfim, acho que lógica é o que menos importa quando se trata dos mutantes do Bispo Macedo.

terça-feira, maio 20, 2008

Chorão cantou, eu concordei

E a lembrança de nossa velha e querida sessão 'Pergunte ao Granamyr' me inspirou a criar mais uma boa saída para os dias de posts menos inspirados. Isso mesmo, se preparam porque aí vai... Uma nova sessão safada e não periódica!



Para essa nova sessão teremos o auxílio do vocalista, skatista, roteirista, porradeiro e ídolo de toda uma geração, Chorão do Charlie Brown Jr! A coisa toda é muito simples, eu pego algo que o Chorão cantou e, automaticamente, concordo com ele. Tipo assim:

Chorão mandou: Minha vida é tipo um filme de Spike Lee...


E eu concordo. A minha também, quando não é cheia de rancor, é chata pra caralho!

Pergunte ao Granamyr

O mais velho habitante de Etérnia volta ao nosso blog para responder algumas questões existenciais de leitores que preferem manter sua identidade oculta.

Querido Dragãozão bonitinho, eu uso galochas xadrez, óculos de armação grossa e sou incensada na Mtv e na Rolling Stones, mas tenho medo de as pessoas não gostarem da minha música. O que eu faço? Sensação adolescente do myspace, SP

Mallu Magalhães, eu sei que é você, ser desprezível! Deixe de se comportar como uma debilóide e conte com o inefável mau gosto de seus iguais para ter sucesso.

Granamyr, oh grande sapiência de Etérnia, me ajude. Como posso fazer minha arte ser levada a sério se as pessoas não entendem as fotos que tiro com minha Lomo? Artistinha da Facul, RS

Tente beber cianureto e deixar a terra livre do seu peso inútil, reles mortal.

segunda-feira, maio 19, 2008

A fama, enfim

Se não é a prova cabal de que a fama bateu a minha porta, senhoras e senhores, eu não sei o que é. O fato é que respondi as famosas 'Cinco Questãs' do site de Bia Bonduki, ex-integrante da sensação dance Os Princesa, amiga de prós-graduação da minha irmã e colega de colégio de Cristeza, líder dos Bandanos. O mundo é mesmo um ovo e agora eu finalmente posso fazer um omelete com ele!

As cinco questãs estão aqui e, apesar da megalomania mode on, digo que todo o resto do site vale sua lida.

Bate o pé, bate a mão, a cabeça e o coração

Demorou um pouco pra eu comentar aqui, mas não pensem que eu tinha esquecido. Wander Taffo morreu, né gente? Pois é... foda-se! Como eu nunca dei a mínima pro Wander, sempre achei ele chato pra caralho, ao invés de uma homenagem a ele com um vídeo de "Garota Dourada" e sua letra claramente pró-incesto (quer ser seu irmão/ eu sou seu irmão-namorado), vou colocar para a apreciação da galera o magistral Robertinho do Recife, ídolo maior desse blog, debulhando sua técnica num encontro com o maestro e sonífero-humano Arthur Moreira Lima. Aliás, eu vivo a buscar desculpas para falar das minhas obsessões, e a fase metal do Robertinho é uma delas. Mas acho que não preciso me justificar muito aqui, né? Imagens que valem por mil palavras.




E por favor, atentem para os comentários desse vídeo:
"3 palavras: Pegada, Feeling e raça!"
"Existiu Jimi Hendrix.
Existiu Robertinho do Recife"

"eddie van ... foi quem copiou robertinho meu vei,nao adianta... "
"O Robertinho já tava uns dois mil anos-luz à frente do Van Halen em termos de técnica. Aliás, já tinha gente nessa posição antes mesmo do VH surgir... "

E last, but not leat:
"eh um milagre um nordestino ser reconhecido pelo seu trabalho aki no brasil
o robertinho eh realmente foda...
"


Wander Taffo, descanse em paz. Descanse sabendo que Robertinho continua aí, o milagroso nordestino, imbatível no tapping, anos-luz a frente do Van Halen e profissional na arte de ser foda. All hail Robertinho!

domingo, maio 18, 2008

Diretrizes Robocop

Seres sociais são aqueles capazes de se misturar e criar empatia num círculo de estranhos ou semi-estranhos, trocando experiências e apontamentos sobre os mais diversos assuntos. Eu não sou um ser social, longe disso. Como num organismo ciborgue, meu cérebro-HD bloqueia automaticamente a emissão de opiniões sérias e verdadeiras sobre determinados temas. Tipo no Robocop, saca? O probre policial Murphy não podia ir contra aquelas diretrizes que tinham sido implantadas na sua mente depois que o transformaram numa máquina de mutilar bandidos.

A única saída encontrada pelo meu cérebro em situações em que tenho que falar sobre coisas que acendem a luz da chatice dentro dele é o bom, velho e demasiadamente humano cinismo. É isso ou entrar em coma induzido durante todo o papo. Eu já me esforcei para driblar esse tipo de subterfúgio babaca, mas é mais forte que eu, juro pra vocês. Segue aí uma pequena lista de coisas que eu meu organismo me obriga a tratar de forma sarcástica pelo bem da minha saúde:

1- Tecer qualquer espécie de comentário sobre o programa Altas Horas. Eu acabei de tentar forçar um papo sobre as qualidades do Serginho Groissman com minha namorada. Não rolou, a gente caía na gargalhada antes de terminar as frases.

2- Entrar em uma discussão sobre política no âmbito partidário. Saca aquele tipo de gente que discute o assunto num nível de paixão futebolística? Geralmente é coisa de classe média festiva que vota no PT...

3- Fazer elogios à performance de um ator ou atriz de teatro.

4- Discutir sobre rock com gente que acha o Cachorro Grande "tri massa".

5- Discutir sobre qualquer coisa com gente que usa "pra o que se propõe, é muito bom" como um argumento válido.

6- Discutir sobre qualquer coisa baseada na premissa alheia de que "você não gosta, mas precisa respeitar".

7- Falar com pseudo-intelectuais que acham que algo bom precisa ser, necessariamente, alternativo, chato e invariavelmente incompreensível. Fico pensando o que essa gente diria de Shakespeare, Beatles, Seinfeld e Andy Wahrol.

8- Falar o que quer que seja numa conversa com designers, estudantes de desenho industrial e publicitários.


Eu queria ser melhor, eu queria ser sincero. A culpa não é minha, são as minhas diretrizes Robocop que não permitem.

- Glauber Rocha é gênio, Menezes. Gênio!
- Eu... dzzz... concordo... dzzz... plenamente!

quinta-feira, maio 15, 2008

Voadora - estilosa e fatal

Tenho absoluta certeza que uma das principais preocupações dos leitores desse blog é saber como se defender de possíveis ataques. Sejam de amigas invejosas, babuínos loucos, inimizades criadas no ambiente de trabalho, guepardos assassinos e todo tipo de nemesis, bostalhões e péla sacos vingativos. Como essa também é uma preocupação muito particular da minha pessoa, tenho certeza que vocês irão tirar proveito do que tenho a dizer.

Pensem bem, não existe nada mais constrangedor que assistir a uma briga de amadores. Os socos são mal dados, sempre tem puxão de cabelo, os chutes costumeiramente erram o alvo e os oponentes sempre acabam com a gola da camisa desbeiçada, os braços lanhados e aquelas bochechas avermelhadas de gordinho na aula de educação física. Um ter-ror! É por isso que eu passei anos pensando em como destruir meus inimigos e, ao mesmo tempo, não abrir mão da graça e do estilo que tão arduamente cultivo e mantenho a quase três décadas.

Se esmagar idiotas com atitude e muito estilo também é a de vocês, eu tenho apenas uma palavra: Voadoras! Sério, não há meio mais fuderoso e que indique "lá vai um verdadeiro campeão das ruas" do que acertar uma poderosa voadora no peito, cabeça ou estômago adversário e encerrar a contenda. O golpe popularizado por filmes de artes marciais ao redor do mundo reúne duas coisas supostamente ridículas para uma briga de rua (pulos e chutes desferidos numa altura improvável), mas que unidas formam um combo de extrema destruição física e moral. Só há uma sensação mais forte que ganhar na porrada de alguém com uma mortal voadora, perder pra alguém que dá voadoras em brigas. A humilhação é insuportável.

Porém, para garantir que seu golpe combinará os três elementos necessários - a saber, estilo, força e eficiência - , é preciso treinar bastante e levar em conta algumas regras básicas: O salto deve ser dado com as pernas recolhidas, o que facilita que o golpe seja desferido com velocidade e de forma satisfatória; O chute deve sempre ser dado com a perna reta; É preciso se projetar em direção ao inimigo, pular e chutar parado não rola, é coisa de melódico; O corpo, uma vez no ar, precisa pender um pouco para trás, as mãos ficarem em posição de defesa e o pé virado, a fim de atingir horizontalmente o oponente. E lembre-se, não importa o tamanho do adversário e sua falta de habilidade, treino ou noção de luta, a voadora está dentro de cada um de nós.

Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre esse golpe titânico, mãos à obra. Apodere-se do espírito de Lindomar, o Sub-Zero brasileiro e vá para as ruas fazer justiça com as próprias pernas. Hai!

segunda-feira, maio 12, 2008

Porradarias dos anos 80 que eu gostaria de ver

Apesar de embates entre grandes personalidas da ficção terem ficado um tanto demodê (aliás, tão demodê quanto a palavra demodê), todas as possibilidades de enfrentamento ainda não foram totalmente esgotadas, como costuma ser ordem em qualquer filão de entretenimento que parece interessante e criativo num primeiro momento. Resolvi então dar uma ajudada com embates realmente interessantes que, sem muita explicação, os roteiristas de Hollywood deixaram passar.

He-Man x Lion-O: O príncipe e defensor de Etérnia e o líder dos Thundercats numa interminável luta sangrenta para decidir quem foi a maior inspiração para gays musculosos ao redor do mundo.
As armas: As espadas de greyskull e a espada justiceira, respectivamente. A primeira era o item mais desejado de todo um planeta, capaz de transformar um príncipe que andava de colete rosa num mistura de Conan com surfista. A segunda aumentava de tamanho, lançava raios e era mais conhecida por ter uma espécie de bat-sinal para chamar os amigos toda vez que seu dono se fudia.
Mais provável vencedor: He-Man. Convenhamos, mesmo que ambos tenham liderado os mais poderosos times de heróis da tv nos anos 80, ainda é covardia fazer um garotinho que se desenvolveu numa viagem interestelar enfrentar um cara que é literalmente a epítome da masculinidade. Fora isso, Lion-O (um nome mais adequado pra um rapper gay) nunca sabia muito o que fazer e, costumeiramente, precisava ser guiado por Jaga, o espírito de um velho mentor. Tods nós sabemos que garotos que precisam ser guiados por mestres anciãos (Luke Skywalker, Daniel Larusso) são muito inseguros, e caras muito inseguros não dão grandes lutadores.

Cobra Plisken x Mad Max: Os protagonistas de dois dos maiores filmes de ação pós-apocalíptica B ambientados ironicamente nos - então - distantes anos 90 se degladiam para provar quem é mais durão num mundo sem leis, sem água, onde Tina Turner é uma líder rebelde e, curiosamente, o Issac Hayes tem poderes para sequestrar o presidente.
As armas: Na real, qualquer coisa. Pedaços de pau, canos, pedras, seus próprios punhos e, muito provavelmente, revóvleres e escopetas antigas modernizadas com o auxílio de cenografia e mira laser.
Mais provável vencedor: Mad Max. Nem tanto pelo fato de o cara ter se vingado de uns motoqueiros que mataram sua mulher, sua filha e seu melhor amigo (!!!), mas porque o Cobra Plisken deve ser o herói de filme de ação menos intimidador que já fizeram. Era só o Kurt Russell com tapa-olho e tatuagem tomando um calor do Isaac Hayes e tendo que enfrentar bandidos com a ajuda do Ernest Borgnine (o que já tira muito de sua credibilidade de herói). Além disso, mesmo sóbrio e contra um oponente não-judeu, Mel Gibson ainda parece mais capaz de dar uma surra no louco lobo dos mares, Capitão Ron.

Arnold Schwarzenegger de Comando para Matar x Arnold Schwarzenegger de Predador: O Coronel John Matrix e o Major Alan Dutch em alguma selva de algum país da América Central numa porradaria que só acabará quando um deles explodir os orgãos internos de seu oponente e então se tornar o único governador cyborg da Califórnia.
As Armas: Armamento pesado de uso exclusivo do exército conseguidos com espantosa facilidade, um facão e toneladas de esteróides anabolizantes.
Mais provável vencedor: Levando-se em conta que Conan, o Bárbaro foi impedido de participar por já ser detentor do título de fuderosidade máxima universal, essa será uma decisão difícil e certamente decidida por pontos. Ainda assim, aposto no Major Dutch nessa contenda. O motivo é bem simples: Enquanto Major Dutch lutou e venceu com suas próprias mãos um alienígena caçador gigante capaz de dizimar uma equipe que contava com Bill Duke, Jesse Ventura e Apollo, o doutrinador, John Matrix só foi capaz de aniquilar o sequestrador da sua filha e seu exército particular com a ajuda de lança-mísseis e de uma aeromoça! E o sequestrador em questão era um cover do Freddie Mercury de camisa furadinha que atendia pelo nome de Bennet. BENNET!!! um nome que remete a institutos de educação, cachorros de seriado e coisas fofinhas.

sexta-feira, maio 09, 2008

Claudia Leitte, uma análise literária

Num esforço de compreender o incompreensível e facilitar a apreciação de amantes da poesia em geral, me aventurei a decifrar os melhores e mais complexos versos do poema de Claudia Leitte. Eu não possuo nenhum tipo de qualificação ou experiência para tanto, mas movido pelo sentimento DIY e pelo próprio exemplo de Claudinha, catei uns versos aleatórios e vou tentar adivinhar o que passava na cabeça da cantora de axé quando ela digitou essa merda toda no Word. Vamos lá:

Uma crianca eh como uma estrela
Estamos no ceu se podemos te-la
Olhamos para o ceu se queremos ve-la.


Logo no terceiro verso temos uma afirmação um tanto polêmica, afinal, o tipo de gente que "está no céu" quando finalmente pode "ter" uma criança são aquelas que nunca são deixadas a sós com crianças e tem seus computadores confiscados pela polícia federal. Também não fica muito claro em que lugar do mundo você precisa olhar pra cima para ver crianças. Será que em Salvador as pessoas lançam crianças como foguetes?

E lhe ensinamos:
A soltar pipas,
Fazer rimas,
Ou um barco, se nao gostar de rimar.


Ok, a coisa aqui evolui para a perversidade pura e simples. Vejam, para Claudia Leitte é oito ou oitenta, se uma criança não quiser aprender rimas com ela (e que tipo de rimas ela pretende ensinar? tê-la com vê-la?), ela vai obrigar a coitada a construir um barco! Vocês tem noção do descabimento entre aprender a rimar e contruir a porra de uma embarcação capaz de transportar pessoas através do oceano?!?! E fica a dúvida, se Claudia Leitte constrói barcos tão bem quanto rima, você daria um passeio numa escuna projetada pela cantora?

Se nao comer, nao brinca,
Se nao estudar, nao vai ao aniversario da Julia.
Se voce errou, nao minta.
O que voce fez assuma.


Ficamos sem entender direito, mas parece que o aniversário da Julia deve ser uma puta coisa legal pra se perder. Vou até passar a estudar mais e ver se sou convidado pra algum.

"Pipa, Papel.
Hein?
Barco.
Nao, Senhor, eu fugi de trem."


Aqui nossa poetisa decide fazer uma brusca mudança de estilo e ataca com versos dadaístas que indicam a fala débil de algum fugitivo (notem que todo verso está em aspas). Não fica muito claro se o tal fugitivo não estava familiarizado com uma pipa e com o papel, nem porque seu interlocutor confundiu um barco (novamente, uma fixação) com um trem.

Escola?
“Ah! Merenda.”
Se comer, apanha!
Quer viver, aprenda!
Aprenda logo a roubar."


Aqui as coisas ficam ainda piores para a pobre criança. Três versos acima, Claudia Leitte diz que se não comer não tem brincadeira, só para depois, em um desdobramento cruel, falar que vai bater na criança se ela ousar se alimentar. O lance de incentivar crianças a aprenderem a roubar o mais cedo possível também não vai garantir a autora uma posto de embaixatriz da UNICEF.

Pedofilos, Parasitas, Patifes
e ateh um bando de Politicos.
Baratas, Barbeiros e outros mosquitos
.


Talvez ela não saiba, mas barbeiro não é um mosquito.

Uns repousam sobre as feridas e as remelas,
outros trazem febre, que nao importa se eh amarela,
fazem a crianca colorida, acinzentar.


Ou Salvador é habitat de uma raça especial de crianças coloridas que são lançadas ao espaço ou seria bom alguém fazer um teste anti-drogas em Claudia Leitte.

E o silencio sempre reverbera.
Nesse mundo onde a beleza impera,
Nao tem espaco para a crianca sonhar
E a gente que nao eh crianca,
Nem pensar em cochilar!


Esse verso me deixou verdadeiramente confuso. Depois de desfiar um rosário de todas violências possíveis sofridas por menores de idade, a cantora diz que esse é um mundo onde "a beleza impera"?! Impera pra quem, pra ela e pra gente do quilate do Rei Herodes?

Pedir a Deus pra nao nos deixar sentir a dor da mae de Isabella,
Acreditar na historia da Cinderela
E continuar a caminhar.
Se “nem tudo que eh licito eh honesto”,
Apenas a confianca no PAI nos ajuda com o resto.


Por que um adulto vai pedir para acreditar na estória (e não na história) da Cinderela, uma princesa feita de empregada pela madastra? De que forma isso pode auxiliar a aliviar a dor pelos problemas vividos pelas crianças no Brasil? E como assim, "nem tudo que é lícito é honesto"? Ela não citou nada nem próximo de ser considerado lícito ou honesto nesse poema, só um monte de barbaridades tidas como crimes hediondos!!! Sério, acreditar no PAI e na Cinderela não vai melhorar em porra nenhuma, Claudinha.

quinta-feira, maio 08, 2008

Cantinho da poesia by Claudia Leitte

Isso é sério, não é piada. Numa tentativa de elevar o nível da porra desse blog, decidi dedicar um espaço para a postagem de poesias. Engrandece o espírito, abrilhanta a mente... E faz a gente chorar de rir ou morrer de constrangimento - ou ambos -, caso os versinhos sejam assinados por ninguém mais, ninguém menos que Cláudia Leitte!!!

Atenção, repetimos, não é uma piada (leiam esse poema épico até o fim e vocês verão que não há necessidade). Ela realmente escreveu um poema e enviou aos jornais através de sua assessoria. Sintam que o lance é de conteúdo social, tipo dedo na ferida mesmo. Lá vai:

“NON OMNE QUOD LICET HONESTUM EST.”

Gosto de criancas.
Tem aquelas mais espertas, as quietas.
Ateh as mais sapecas sempre dao paz.
Criancas sem dentes,
Criancas que riem,
Criancas na praia,
Criancas nao sao iguais


Seus sorrisos sao verdadeiros
Em suas mentiras nao ha desespero
Sao soh fantasias, Ou medo dos pais


Uma crianca eh como uma estrela
Estamos no ceu se podemos te-la
Olhamos para o ceu se queremos ve-la.


E lhe ensinamos:
A soltar pipas,
Fazer rimas,
Ou um barco, se nao gostar de rimar.


“Vah a escola,
Coma sua merenda,
Sonhe! Aprenda!


Porque quem sonha alimenta o futuro,
Pode ateh temer o escuro,
Mas sabe que tudo pode superar.”


Crianca brinca o dia inteiro.
“Volte pra casa, menino, entre logo no chuveiro
Depois vah se alimentar…”


“Se nao comer, nao brinca,
Se nao estudar, nao vai ao aniversario da Julia.
Se voce errou, nao minta.
O que voce fez assuma.”


A educacao, o cuidado.
O amor, o preparo.
Privilegios para poucos,
Anseios dos “loucos”?


Pipa, Papel.
Hein?
Barco.
“Nao, Senhor, eu fugi de trem.”


Escola?
“Ah! Merenda.”
Se comer, apanha!
Quer viver, aprenda!
Aprenda logo a roubar.”


Quantos anos voce tem?
“Aqui eh terra de ninguem,
Nao tem aniversario,
Mas eu pratico o conto do vigario,
quer que eu te ensine tambem?”


Nao ha respeito.
Nao ha lei.
Todo dia uma crianca morre,
Ninguem diz: “eu matei”.


Pedofilos, Parasitas, Patifes
e ateh um bando de Politicos.
Baratas, Barbeiros e outros mosquitos.


Uns repousam sobre as feridas e as remelas,
outros trazem febre, que nao importa se eh amarela,
fazem a crianca colorida, acinzentar.


Barrigas grandes de vermes,
Braços pequenos carregando armas.
O menino que nao sabe se defender,
Aprende que tem que matar para nao morrer


Silencio de um povo que segue
Porque o seu umbigo eh a piscina onde se nada.
Nada. None!
Todo dia uma criança some.
Nada! E mais Nada!
Todo dia tem uma violentada!


Ninguem faz absolutamente nada!
Ninguém eh suficientemente homem.
A gente se senta e come
Enquanto a criança eh enterrada!


Umas são espancadas,
Outras caem de um arranha-ceu
Uma família eh indiciada,
A outra experimenta do mais amargo e puro fel.


Minta, chore, mas corra.
“Ei, menina, não conte a ninguém,
Ao que eu disser, diga: amem
Essa eh a lei, ou então morra.”

E o silencio sempre reverbera.
Nesse mundo onde a beleza impera,
Nao tem espaco para a crianca sonhar
E a gente que nao eh crianca,
Nem pensar em cochilar!

Pedir a Deus pra nao nos deixar sentir a dor da mae de Isabella,
Acreditar na historia da Cinderela
E continuar a caminhar.
Se “nem tudo que eh licito eh honesto”,
Apenas a confianca no PAI nos ajuda com o resto.


Juro por tudo que é mais sagrado que não adaptei, suprimi ou mudei uma vírgula de lugar. Ela realmente escreveu isso! Mayra Dias Gomes perdeu o posto de rainha literária desse blog.

quarta-feira, maio 07, 2008

Separados no nascimento: Creepy sex appeal edition

Thalita do BBB8, supostamente uma das gostosas da casa...

...E o comediante americano Carrot Top, depois de um coquetel de esteróides pra cavalo.

Discriminação racial em desenhos animados

Quantos desenhos vocês já viram na vida? E quantos desses eram protagonizados por animais que, se muita explicação científica, falavam, dirigiam carros, eram cidadãos proeminentes da sociedade e combatiam o crime? Para quem cresceu assistindo as produções da Hanna-Barbera, aposto de milhares e milhares. Agora, o que vocês podem nunca ter reparado - e por isso é preciso um adulto paranóico e idiota como eu vir lhes trazer a verdade - é que a maioria desses desenhos era, na verdade, extremamente racista.

Sério, tive a confirmação da minha abalizada teoria quando um amigo próximo disse que está desenvolvendo uma animação para a tv canadense. Sinceramente não lembro de absolutamente nada sobre a trama, acho que envolvia um peixe que era agente secreto e andava na superfície, algo assim. Crível, as always! Mas o que despertou a certeza de que, mais uma vez, eu enxergo o que vocês da plebe ignara não conseguem foi ele ter falado do "personagem cômico" do desenho. A saber, um macaco.

Até aí, tudo bem, nada contra macacos exercendo papéis relevantes na indústria do entretenimento, muito pelo contrário. Porém, já notaram como todo macaco de desenho animado guarda, constrangedoramente, semelhanças com esteriótipos de negros da tv e do cinema? Podem reparar, o macaco é sempre desenhado com bonés pra trás, se comunica através de gírias, é de uma ignorância engraçadinha e precisa da ajuda do protagonista até pra descascar suas bananas. Macacos de desenho são os 'token black guys' da animação!

Fazendo uso de elementos tido como universalmente modernos, os produtores preconceituosos aproveitam então para criar um racial profile disfarçado, já que todo macaco de desenho animado, além das características acima citadas, é sempre acusado de nunca querer nada com a hora do Brasil, só se interessar em comer bananas e ficar de papo pro ar. Maguila, o Gorila e Jake, de "Meu Amigo da Escola É Um Macaco" (provavelmente o desenho mais desavergonhadamente racista dos últimos tempos) são os principais [únicos] exemplos que me vêm a cabeça agora.

Durante os anos, entretanto, outros animais graciosos também foram usados para propagar idéias racistas. Lembram do Zé Colméia, que andava ao ritmo do bebop, improvisando skats e dancinhas e ASSALTANDO famílias na compania de um menor? E o urso do CABELO DURO, que só queria saber de matar a sua larica e andar numa moto invisível, uma clara esteriotipização racial de usuários de drogas? Isso sem falar em Faísca e Fumaça, os Black Crowes, que eram vagabundos, assaltantes de plantações de milho e baderneiros no sul dos Estados Unidos.

O mais confuso e desconfortável dessa história toda é pensar que esses desenhos foram todos prduzidos por estúdios dirigidos por judeus americanos, o que adiciona um tempero social bizarro nessas críticas e me faz querer parar por aqui antes que eu seja processado.

segunda-feira, maio 05, 2008

Separados no nascimento: Nerdario edition

Dwight Schrute, a prova de que nerds paranóicos podem ser engraçados


E Pat Wilson do Weezer, a prova de que certas coisas tem idade pra terminar

sábado, maio 03, 2008

Bombom, um doce gay-friendly

Existem algumas coisas que a gente costuma não dividir com o público para evitar o ridículo público. Bem, se eu rezasse por essa cartilha, nem esse blog existiria, nem eu teria a foto que tenho estampando minha página no orkut, portanto... Eu devo admitir que como bombons. Obviamente só o faço quando estou sozinho, longe dos olhares de escárnio da sociedade ou da minha consciência repressora. Bombom, prazer solitário.

Ok, a parcela feminina que lê esse blog deve estar pensando "e daí, grandes merdas comer bombom", mas a ala masculina que passa por aqui de vez em quando deve me entender. Há um certo pesar em um homem admitir que se atraca com caixas de bombom, simplesmente porque bombom é a sobremesa mais gay/mulherzinha/vamosassistirsexy&thecityjuntosechorar que existe! Pensem comigo, são bolotas de chocolate recheadas que são batizadas (!) com nomes como "Alô, Doçura", "Kisses", "Sonho de Valsa" e "Serenata de Amor" (!!!). Serenata de Amor? Sério, alguém conhece algum outro tipo de serenata? Serenata de ódio, serenata de indiferença, serenata de sentimento maduro e sensato em relação a um outro adulto?! Para completar, bombons costumam vir embalados em multicoloridos e pintosos papéis celofane. A única coisa mais ridícula já feita com papel celofane que eu lembro foi aquele escudo gigante que o Super-Homem joga sobre os prisioneiros da zona fantasma no segundo filme da série.

O ato de comer um bombom também não é algo que deixa nós homens bem na fita. O bombom geralmente é pequeno demais pra uma boa mordida masculina, mas grande o suficiente para que você seja incapaz de lançar uns três de uma vez na boca. Fora isso, imagine um homem sentado, caixa de bombons no colo, desenrolado embalagens de celofane e se refestelando com a festinha de cacau e açucar em suas papilas gustativas. Aposto que vocês não queriam pegar seus maridos numa situação assim, hum?

Outra coisa que me irrita nesses docinhos é a sacanagem empregada pelos fabricantes. Será que os caras lá na fábrica da Garoto ou da Nestlé acha que somos todos estúpidos? Não adianta disfarçar, caras, nós sempre sabemos qual é o bombom com recheio de banana, ok?! Não cairemos tão facilmente em seus truques, não vamos nos deixar levar por nomes como "Tropicana", "Dominica" ou "Chiquita Bacana", a gente sabe que é só o velho e horrível bombom com recheio de banana-passa.

Se você tem alguma dificuldade em identificar o bombom de banana, use essa tática infalível: Espere algum tempo, o que sobrar na caixa é, 100% de certeza, o referido doce. Não há como falhar, os bombons de banana estão para as suas caixas assim como o cupim está para as churrascarias e a menina feiosa para as chopadas e churrascos da turma de engenharia: Ninguém nunca quer comer, mesmo que seja a única coisa disponível. É por isso que continuarei vigilante no meu ato solitário de comer bombons, o sabor banana nunca me pegará desprevinido.