segunda-feira, junho 30, 2008

Meu favorito em A Favorita

Pô... sei lá, entende?

Todo mundo está elogiando A Favorita, nova novela das oito (que passa às nove) da Globo. Dizem que seu autor, João Emanuel Carneiro, foi capaz de desenvolver uma trama realmente atraente e inovadora para os padrões globais - sim, é bom frisar padrões globais, para não sermos injustos com Caminhos do Coração. Enfim, não que fosse muito difícil chamar a atenção depois de uma novela que defendeu um pater familias miliciano de meia idade como herói E galã e apresentou a maior quantidade de valores de direita disfarçados de crítica social nos anais da teledramaturgia nacional.


Não vi a novela e, fora a presença da Juliana Paes, nada me empolgava muito em começar a fazê-lo. Quer dizer, até hoje de noite quando, por acaso na academia, me deparei com a melhor construção de uma personagem em anos feita por um ator brasileiro: José Mayer interpretando o Patropi! Juro pelo cadáver de Odete Roitman, José Mayer faz um hippie na novela que age, fala e se veste como o saudoso personagem de Orival Pessini.


No capítulo que assisti, José Mayer chegava a São Paulo e, por alguma doença não explicada, é incapaz de suportar qualquer tipo de barulho. Bom, ok, eles queriam mostrar que, sendo hippie e vivendo em um mosteiro budista nas últimas cinco décadas (única razão plausível), José Mayer é completamente intolerante à poluição sonora das grandes cidades. Incrível foi que até o som de um liquidificador fez com que o personagem tapasse os ouvidos em agonia, como se tudo que não fosse o gorjeio de um sabiá funcionasse como kryptonita para ele!


Como novelas da Globo são pródigas em criar personagens realmente profundos e originais, o hippie de José Mayer é ufólogo, tem um filho chamado Shiva, foi roqueiro, é jornalista (na redação mais silenciosa do universo, pelo que sua fobia a barulho nos leva a crer) e acredita que sua mulher foi abduzida por ETs há treze anos. Prova inconteste de que, para a Rede Globo, jornalista é tudo va-ga-bun-do e vi-ci-a-do. Ainda assim, José Mayer, seguindo uma das tradições novelísticas mais antigas do mundo, irá comer a Juliana Paes.

quinta-feira, junho 26, 2008

A nossa Varig... Quer dizer, a Varig dela!

Toda quinta-feira ao terminar de ler o Segundo Caderno do jornal O Globo me bate aquela dúvida: Qual era a porcentagem que a Cora Rónai levava na antiga Varig, hein?

quarta-feira, junho 25, 2008

A fama, enfim!

Se cabe uma desculpa para a pouca atualização desse blog (como se eu devesse explicações a vocês, hunpf!), estive trabalhando. Pois é, nem eu mesmo acredito que emendei um trabalho no outro. De toda forma, esses trabalhos não me renderam apenas alguns trocados e desculpas pra viajar pra São Paulo. Eu conheci gente. Gente famosa e influente, para ser mais exato.

Até poderia ficar escrevendo a lista de celebridades e personalidades que não me deu a mínima confiança, mas pra que palavras quando posso provar com imagens a veracidades do que narro?



Isso mesmo, eu e Maísa, a garota-prodígio do SBT! Bem, tenho dúvidas se Maysa é mesmo uma garota, pra mim ela está mais pra um experimento genético que cruzou Shirley Temple e o Chaka, do Elo Perdido. Ela também pode ser uma representante dos Bandar, a tribo de pigmeus que acompanhava Fantasma, o espírito que anda(va). Enfim, normal essa menina não é! Prova disso foi o ganido digno de uma harpia que ela soltou quando me posicionei para tirar uma foto com ela.


Ah sim, e como glamour pouco é bobagem, esse outro ladeando Maísa na foto é, nada mais, nada menos que Didi, o cromossoma XY responsável pelo blog mais popular dos últimos tempos, o Te Dou Um Dado?. Didi e eu, aliás, viramos amigos-de-orkut, de trocar foto e tudo, o que preciso confessar, era um dos meus sonhos (juro, sem cinismo!). E provando a teoria que celebridade só fala com celebridade, Didi teve direito a receber a atenção de Maísa... Não que ela tenha sido muito legal com ele, como vocês podem comprovar
aqui. Essa meninada de hoje, viu?!

segunda-feira, junho 16, 2008

Aceite, você não tem a vida de Sarah Jessica Parker!

Pois é, estreou. O pessoal no site da Júlia Petit deve estar em polvorosa, as meninas da Daslú e as estudantes de jornalismo da PUC também. A versão cinematográfica de Sex and the City, o seriado-sensação de 10 entre 10 solteironas de quarenta anos, chegou às salas brasileiras.

"E daí?", você pensa. Qual a relevância desse filmeco na sua vida e porque isso virou assunto nesse blog? Bom, por mais que eu queira sempre manter distância segura de uma turba de mulheres enlouquecidas com algum evento (seja show do Menudo, liquidação de shopping ou o filme em questão), não dá pra deixar de lado a importância sociológica da série para o universo feminino pós-moderno. Cê acha que eu tô de zueira? Mas é papo sério... Sex and the City foi responsável por reabilitar a futilidade e os sentimentos mais 'Amélia' que a revolução feminista enterrou a duras penas.

Longe de mim querer fazer o discurso riot grrrl, se uma mulher se sente confortável nesse papel, bom pra ela, que viva feliz. Mas todo esse negócio de fabulous, Manolos e Cosmopolitans pirou a cabeça de gente e, se antes de Carrie Bradshaw e cia, havia aquele saudável vergonha de admitir que você gastou o preço de dois salários mínimos num sapato, depois da série da HBO isso começou a ser visto como algo engraçadinho, charmosinho. Uma loucurinha fashion de uma designer shoes addicted. You go, girl!

Só que não tem nada de bacana nisso, porra! Você não mora em Nova York, mora em Taubaté; Suas amigas não são mulheres poderosas, inteligentes e bem sucedidas que transam com modelos masculinos, elas são gordinhas de cabelo pintado de saia preta e all-star; Seus programas não incluem tomar um brunch no SoHo e comprar bolsas de griffe, mas se reunir em alguma lanchonete e depois ir pra porta de um show de emo. Porque, né, se é pra copiar, copia direito!

Ainda mais cretino e deprimente é quando essa adaptação da realidade é feita por senhoras já avançadas na casa dos trinta, quarenta anos. Porque mongolismo adolescente é duro, é grotesco, mas é compreensível. Agora, apatetamento surgindo na Idade da Loba é de ma-tar! Não pode e pronto. Tinham mulheres que, quando a série ainda era exibida nos EUA, andavam com camisas com frases como "I'm a Carrie" ou "I'm a Samantha", fazendo referência a personalidade e comportamento das quatro personagens principais. Olha, numa boa, se uma mulher sai com uma camisa dessas na rua, ela deveria seriamente pensar na possibilidade de comprar outra escrito "I'm a Moron", isso sim.

E sabe o que é mais calhorda em todo esse lance de Sex and the City? É que as pessoas que assistem e gostam da série a defendem como um libelo pós-moderno, de mulheres bem resolvidas que querem transar com quem bem entendem e serem felizes sem precisar dar satisfação a sociedade, só que a mensagem final era totalmente oposta! Reparem, a protagonista resolvia seus problemas comprando sapatos e passou a série toda correndo atrás de um cara que a desprezava para, no fim das contas, consumar seu happily ever after no altar. E de branco, mesmo depois de dar mais que xuxu na serra, porque hipocrisia pouca é bobagem!

Ou seja, quer ir vai, mas saiba que a mensagem que Hollywood te passa é: Não interessa se você é uma advogada de sucesso, uma quarentona fogosa, uma socialite certinha ou uma jornalista com cara de cavalo, você só será feliz se tiver marido.

PS - E caso você sinta uma vontade incontrolável de sair comprando sapatos depois de assistir ao filme, passa na Marisa, amiga. Porque, cêis sabe, de mulher pra mulher é Ma-riii-saaaa.

domingo, junho 01, 2008

Rock Brigade e a arte de resenhar discos

Militando na ingrata seara do jornalismo, com uma infeliz quedinha para o ramo musical da profissão, sempre tive uma relação visceral com a Rock brigade. Nos primeiros anos de minha adolescência roqueira, era uma clara e apaixonada admiração pela revista, da qual cheguei a ser assinante por um ano, acalentando o sonho de dividir a readação com Vitão Bonesso e Fernando Souza Filho. Com o passar do tempo e o aumento do conhecimento musical, a admiração se transformou em revolta, para hoje, já no crepúsculo da minha seriedade, se transmutar novamente em admiração. Só que agora por motivos menos deslumbrados e mais, digamos, "estilísitcos".

Porque, meus camaradas, é preciso ser muito trouxa como já fui para não exaltar as qualidades daquelas resenhas da Rock Brigade. Qual outra revista foi capaz de aliar poesia e crítica musical abalizada àquele dialeto típico do metal da década de 80. Nas resenhas da Brigade tudo era magnânimo, soberbo, poderoso e dilacerante, tal qual a piroca de cristal da encarnação de alguma divindade nórdica. Nada podia ser simples, direto, corriqueiro. Tinha que ter garra, afetação viril mal disfarçada, quadriloquência, tinha que ter tenacidade, ductibilidade, condutibilidade e elasticidade. Ou seja, tinha ser METAL na essência!

Para aqueles que não tiveram a chance de se inebriar com o néctar de uma resenha de disco do Accept, Savatage, Crimson Glory ou Judas Priest, separo para vocês trechos de algumas das melhores, retirados da comunidade Pérolas do Metal. Regojizem-se, oh, servos de Odin:

“Paice mostra uma feroz seqüência de hipnotizantes estrondos tirados de sua Ludwig rústica, mas resistente aos seus golpes certeiros. O baterista trata seus pratos como um escravo fugitivo enquanto Gillan solta um verdejante grito como um LEÃO em seu mais duradouro período de cio.”

“Ronnie James Dio encarou o demônio de frente, galopou no cavalo da morte e dançou na propriedade do sobrenatural. A amarga gota de fel que é nódoa nos corações humanos e o desespero pela poder da força que arrasta todos às profundezas do inferno, foram por ele galhardamente cantadas, num Heavy Metal que Satanás não ensinaria nas escolas do inferno."

"Joey de Maio lança maldições em cada nota executada, despedaça seu baixo em agonia mutiladora. Ross the Boss arrepia os reconditos mais profanos do corpo. Eric Adams vocifera tão afiado que choca-se em contato com a nossa era.A bateria parece ser tocada pelo próprio Lúcifer em extase, Scott Columbus detona a estrutura espaço-tempo com suas porradas sônicas..."

E a minha preferida,
"Misericórdia não existe! Não cabe na filosofia Heavy, por isso que Dave Lombardo pulveriza as moléculas do ar com suas patadas letais na mesma medida em que o terremoto provocado pelo baixo de Tom Araya invoca Satanás para a destruição! Não tem música melosa! A mais lenta faz qualquer um sair por aí chamando urubu de 'Meu Loro' e Jesus de "Jenésio."