terça-feira, abril 29, 2008

Ah, o jornalismo internético!


Essa quem me mandou foi Tiago Lins, o Pequeno Príncipie do Alto Leblon. Reparem na foto. Reparem novamente. Se vocês não estão familiarizados, isso aí é uma fila de jogadores num - muito provável - clássico do Maracanã. Muito provável clássico porque só assim pra essas filas darem voltas no quarteirão. E é essa a foto que dá cara a uma matéria do site do jornal O Globo, o segundo maior jornal do país.


Até aí foda-se, né? Bom, problema mesmo não haveria se a matéria não fosse sobre... Filas de americanos afoitos para comprarem a nova versão daquele joguinho, Grand Theft Auto!!! Quer dizer, o rapazinho ou a moçoila - que fizeram quatro anos de faculdade de jornalismo, onde devem ter ouvido falar, assim, meio en passant, sobre APURAÇÃO - precisava de uma foto para estampar a matéria e, aposto grana, largou um 'fila' no google e pegou a primeira coisa que viu. Fazer esforço para checar matérias é coisa do passado, já bem apregoou Tom Leão, não é mesmo?


Daí novamente eu sento aqui, três da madrugada, no som rolando um cover de Rosa de Hiroshima by Salário Mínimo dando todo um clima trágico a cena, sem evitar o pensamento "Porra, e eu aqui desempregado...".

domingo, abril 27, 2008

Moleskine - um bloquinho superestimado

Qual é o lance com essa porra de moleskine? De repente há um culto de gente descolada, viajada e antenada que adora colecionar o caderninho e passa horas desenhando, fazendo colagens e anotações filosóficas* em suas páginas como se houvesse alguma coisa mágica ou diferente em suas páginas. [*by Isabel Wilker]

É só a porra de um bloquinho de notas, ora bolas! Quer saber o que existe de diferente nele? O preço que débeis mentais decidem dar em um conjunto de folhinhas que - oh, meu deus! - serve para escrever! Nossa, estou estupefato com essa invencionice. Um bloquinho onde você pode escrever e desenhar? Uau! Me conte mais, será que se eu arrancar as folhas elas... amassam?! Realmente, é um iPhone feito de celulose, hein?!


Controlem-se mulheres e homens apaixonados por modismos ridículos! Vocês não são o Tintin ou o Indiana Jones, portanto não tem um bom motivo para carregarem consigo um livrinho de notas pra cima e pra baixo. Para que fim realmente prático vocês usam o moleskine? Fazer conta, anotar o endereço da pedicure? Poupem-me!




oi, eu sou igual a um moleskine, mas não custo o preço de um rim!

quinta-feira, abril 24, 2008

Separados no nascimento: Hating the guts edition

José Wilker, o homem da capa preta e dos óculos coloridos...

...E Beto Bruno, que deve feder igual a um cachorro grande molhado.

quarta-feira, abril 16, 2008

Fecal material girl

Sou um insone crônico, pegar no sono e dormir no horário certo é sempre problemático pra mim. Constantemente troco o dia pela noite e qualquer coisinha (sério, qualquer coisinha mesmo!) me faz acordar e impede que eu volte a descansar. Enfim, o nariz de cera foi só pra dizer que descobri a melhor solução pras minhas crises: Notícias sobre a Madonna. Ai sério, que preguiça que me dá! Mais soporífero que ver a tia material em 11 de cada 10 capas de revista por sei lá qual motivo, só mesmo a empolgação que a parcela feminina do ocidente tem com qualquer coisa que faça referência a diva. "Madonna brigou com a Igreja Católica", "Madonna entrou pra Kabala", "Madonna fez um filme intragável", "Madonna adotou uma criança africana". Ai, ai, que soooono... Me acordem quando o Ryan Seacrest anunciar que a Madonna brigou com uma criança africana no meio dum filme sobre a Kabala e entrou pra Igreja Católica. Isso sim seria notícia!

E para vocês, fãs da Madonna, um recado: Não, não há nada de extraordinário e realmente criativo nela! A não ser que você ache realmente fantástico uma senhora de idade que se apropria de todas as tendências urbanas dos últimos vinte anos sopradas por ela por uma equipe profissional. Não, apelação sexual pura e simples não tem nada de contestador, é só, bem... apelação! E todas essas coisas de entrar pra seitas religiosas, assumir a personalidade de primeiras-damas argentinas, se fantasiar de japonesa, judia ou indiana, começar a falar com ridículos sotaques inventados e o caralho, isso não tem nada de artísitico ou vanguardista. Isso é esquizofrenia, porra!

Aceitem os fatos, a Madonna é só uma daquelas velhas viciadas em ginástica que querem a todo custo provar pro mundo que ainda são atraentes andando com gente ridiculamente mais jovem. Tipo um crossover entre "Mrs Robinson" e "Invasores de Corpos" gravado por cima de uma fita de aeróbica da Lygia Azevedo, sacaram? E se o caso for só necessidade de um role model, podem economizar o dinheiro com cds lotados de remixes feito por colaboradores que tinham três anos quando a cantora de fato escreveu sua última música. O calçadão da praia de Copacabana fica coalhado de velhinhas de collant cítricos fazendo exercícios de manhãzinha. Bem mais simples, diz aí!

segunda-feira, abril 14, 2008

A Galeria dos humoristas sem graça do Brasil III


Pequena homenagem desse blog àqueles que, assim como seu autor, tentam, tentam e não conseguem...

sexta-feira, abril 11, 2008

A Galeria dos humoristas sem graça do Brasil II


Pequena homenagem desse blog àqueles que, assim como seu autor, tentam, tentam e não conseguem...

A Galeria dos humoristas sem graça do Brasil


Pequena homenagem desse blog àqueles que, assim como seu autor, tentam, tentam e não conseguem...


terça-feira, abril 08, 2008

Filmes que eu gostaria de ver

Inspirado na cinebiografia de gigantes da telona como David Spade, Rob Schneider, Martin Laurence e Chris Farley, desenvolvi alguns títulos e pequenas sinopses de filmes sucessos de público. Fico agora esperando um contrato de exclusividade com a Sessão da Tarde para ver os milhões começarem a entrar na minha conta. Aliás, a mulher de um amigo é editora de cinema, quem sabe ela não me dá uma força? Esses diretores brasileiros tão sempre querendo fazer um filme que alguém realmente veja, nada melhor do que seguirem minhas receitas de sucesso em forma de roteiro, né não?!

Meu Pai É Um Ninja - filho de casal recém-divorciado descobre que seu pai é, na verdade, um ninja que combate a Yakuza. Ação, aventura e valores familiares. Com Wagner Moura como o ninja.

Querida, Virei Um Labrador - cientista recém-casado ao testar uma nova fórmula acaba se transformando num labrador falante. Romance, aventura e leve zoofilia. Com Selton Mello no papel do labrador.

Superbad de Elite - Três amigos decidem comprar drogas num morro carioca, mas precisam fugir da perseguição de um capitão do BOPE. Ação, aventura e crítica social. Com Wagner Moura bisando seu papel de maior sucesso.

Ice Ice, Baby - Animação sobre Snow Kone, um boneco de neve que quer entrar no universo gangsta rap. Com Selton Mello na voz do rapper de neve.

Guerras Frustradas II, Com Chevy Chase - Chevy Chase vira presidente dos Estados Unidos e decide passar férias com toda família no Afeganistão. Humor, aventura e tensão diplomática de baixos teores. Com Wagner Moura no papel de Chevy Chase.

Será que ele é... Um Lobisomem? - Numa pacata cidade do interior, alunos de um colégio desconfiam que seu professor é gay. E também desconfiam que ele seja o Lobisomem que vem atacando jovens à noite. Com Selton Mello no papel do professor.

Vitor ou Vitória ou Vitor? - Um policial mestre em disfarces precisa assumir a personalidade de uma mulher que gosta de se fantasiar de homem para desvendar um crime. Suspense, aventura e algum romance meio dúbio. Com Wagner Moura no papel de Selton Mello.

Meu Marido é Uma Máquina - Soft-pornô sobre as agruras do casamento e do universo feminino. Dona de casa realizada e com vida aparentemente perfeita guarda um segredo: Seu marido é uma torradeira. Com Marcos Mion no papel da torradeira.

Central do Brasil 2099 - No Brasil pós-apocalíptico, uma senhora ganha a vida escrevendo cartas para o povo-toupeira em uma cratera nos escombros de Goiânia. Emoção, ação, aventura, romance, terror e suspense. Com Fernanda Montenegro no papel dela mesma, Wagner Moura como o povo e Selton Mello interpretando uma toupeira.

Meu Nome Não É Johnny, Porra! - Pornochanchada moderna. Garotão é sempre chamado de Johnny pelas cocotinhas da praia do Leblon, mas na verdade seu nome é Ernesto. Com Johnny Rivers no papel de Selton Mello.

domingo, abril 06, 2008

Ditadores fofinhos

Manja o presidente do Irã, o Mahmoud Ahmadinejad? Então, sei lá, não consigo ter raiva dele. É alguma coisa nessa sua fisionomia humilde de médio-oriental, em seu terno cinza sempre meio amarfanhado e na constante expressão de cachorro sem dono misturada a leves traços de mongolismo que me faz ter pena dele. Mas sabe aquela peninha fofa, de velhinho doente ou de criança com paralisia, aquela que dá vontade de apertar? Então, eu olho pra ele e não contenho um "ooooh, quem é o líder nacionalista mais cúti cúti que existe, hein, heeeein? Quem é o maluco misógino, nuclear e homofóbico mais fofinho deste lado da civilização? É vo-chê! É voooochê sim, minha coisinha de Alá!" enquanto me imagino apertando suas bochechas ultra-conservadoras. Meus ideais políticos não resistem a uma cara de tadinho.

- Eu faço biquinho, aperto os olhinhos e pareço o Chapolin!

sexta-feira, abril 04, 2008

cats and dogs have all the luck

O Fun People tem uma música de seu primeiro disco, Anesthesia, chamado "Shaggy, mi querido amigo en peligro", que o Nekro fez para seu cachorro quando soube que ele estava doente. Eu sempre pensei que o dia que a Abigail (ou Biga, como ela preferia atender) ficasse doente eu ia querer ouvir essa música. Não pra sentir dor ou coisa parecida, mas porque é uma letra bonita, fala dessa relação de amizade que a gente desenvolve com animais de estimação e, ora bolas, seria uma homenagem mais que devida a labrador amarelo de mais personalidade e carisma de São Conrado.

Pois bem, o dia chegou hoje. Depois de quinze anos e um tumor estirpado que acabou voltando, a gente enterrou a Biga no jardim da casa de uma amiga da minha mãe. Bem, a gente não, eu não tive coragem de ir. Ao invés disso, sentei no chão da cozinha quando cheguei do trabalho, de madrugada, e fiquei ali algum tempo, me despedindo e comendo passas com ela. Biga adorava passas. E banana, e tudo mais que você oferecesse e fosse vagamente comestível.

Eu sempre fui contra ter animal de estimação (principalmente um do tamanho de um labrador) num apartamento pequeno, não achava legal pra ninguém. A Biga veio de uma fazenda, foi presente do meu tio a minha irmã Manoela, e conservou hábitos muito higiênicos e saudáveis até quando ainda tinha forças pra passear na rua. Sempre fez questão de só fazer suas necessidades no mato, como toda lady que se preza. Até pra sentar a Biga tinha porte e élan, juro pra vocês. Doía muito ver ela deitadinha o tempo todo na cozinha, ganindo de aflição por não conseguir levantar, o corpo já cheio de bolhas (acho que decorrência do tumor) e verruguinhas. Doía tanto que a gente até pensa que foi melhor ela ter ido embora.

A Biga era tipo prefeita aqui de casa. Entrava nos quartos quando queria, sem ser chamada, dando cabeçada nas portas. Acordava a gente quando achava que estava na hora de levantarmos da cama e darmos atenção pra ela. Gostava de parar com a cabeça no nosso peito quando estávamos deitados no sofá vendo tv e se sentia pessoalmente ofendida se a gente não dividisse o que estávamos comendo com ela. Um acinte essa gente que não lhe dava biscoito, queijo, sanduíche, chocolate, chiclete (bom, minha irmã mais velha está excluída desse item). Como eu disse, uma cachorra de personalidade. Vai deixar a casa um pouquinho mais vazia e sem graça e muitas saudades guardadas com a gente.

me levantaras como todas las mañanas, te recostaras en los pies de mi cama, desayunaré contigo en mi falda, saidremos hoy de paseo por la plaza/ se que lo harás por mi, se que lo harás por ti/ hoy no esta bien me dijo el veterinario/ la vejez e la muerte son cosas inevitables/ pero por favor shaggy no me dejes hoy/ shaggy mi querido amigo en peligro

terça-feira, abril 01, 2008

Quantas músicas do Seal você conhece?

Atingindo um dos pontos mais baixos na minha... hum, "carreira", errr... "profisisonal", aceitei um trabalho no show do Seal, no último sábado, na Arena do Pan. E não só aceitei, como o fiz pela metade de uma quantia que, acredito, não faria a maioria dos leitores aqui se levantarem da cama. Enfim, é grave a crise, mas não é sobre isso que eu gostaria de discorrer. O que me parece realmente absurdo nisso tudo é o fato do Seal ter fãs, gente disposta a vê-lo cantar um setlist inteirinho. E não é que ele tem?

A meu favor é preciso dizer que o trabalho era uma teta, apenas recepcionar o pessoal que pagou caro para ver o cantor careca fazer playback. That's right, o Seal largou um desavergonhado playback na frente de uma platéia ávida por seus, como direi, "sucessos" (ai gente, estou num cinismo louco hoje!). Para facilitar a recepção, escalaram ao meu lado uma menina muito simpática que veio de Queimados e ficou realmente transtornada por eu nâo tê-la, segundo palavras da própria, "amostrado o ator que entrou". Eu levei algum tempo para explicar que não era alguém exatamente famoso, era o Hugo Gross, porra! E não me perguntem como eu reconheci de cara o cidadão, eu simplesmente tenho bastante tempo livre e prefiro gastá-lo em frente à TV, ok?

Afora a presença de gente do quilate de Gyselle, Toni Garrido e Rafael Galego do Big Brother (todos enumerados por minha companheira de Queimados com uma ponta de inveja e deslumbramento), era supreendente o fato de que algumas milhares de pessoas terem saído de suas casas e gastado dinheiro em ingressos para ver o Seal cantar. Não porque eu ache ele um chato e o trabalho foi uma verdadeira tortura soft-pop com sintetizadores e bases eletrônicas, mas porque era humanamente impossível para mim que alguém conhecesse mais de duas músicas do cantor. Vocês conhecessem quantas? Lá na produção, o staff foi capaz de enumerar "aquela do filme do Batman" e "aquela outra lá...", mas empolgação de uma dona logo nos primeiros acordes da primeira música que ele dublou me fez perceber que estava errado. Ou que a bala bateu mais cedo do que o esperado naquela noite.

Como é presumível, a platéia era formada em sua imensa maioria por profisisonais liberais já passados dos trinta e querendo curtir um showzão de rock legal, numa boa. Saca o tipo de gente que é fã de Simply Red, Jamiroquai e Maroon 5? Pois é. Um casal em especial me causou uma espécie de revolta de classe, os dois deviam ter, no máximo, uns 21 anos - ok, eu já passei dos 21 anos faz tempo, mas continuo jovemjovemjovem, do exército do surfe, tá?! Sério, a única razão plausível que eu encontrei para um garoto dessa idade levar sua namoradinha a um show desses é a desculpa de que é seu aniversário de namoro, e que por isso, mais tarde, ele vai cobrar em cu o preço do programinha a dois.

Ver platéia - e animada! - nesse tipo de evento me faz lembrar de um amigo cujo nome prefiro não revelar, mas que já me confidenciou ter ido a um show do Flávio Venturini com toda sua família só para vê-lo cantar "Te amo, espanhola". A propósito, ele cantou "aquela do filme do batman" e "aquela outra lá". Em sequência.