sexta-feira, abril 30, 2010

Aumentando o seu vocabulário urbano pós-moderno

Em mais uma tentativa movida pelo altruísmo e a desocupação de faze-los se comunicarem cada vez melhor com os demais habitantes desse molecão verdejante e izoneiro que chamamos de país, lhes trago, queridos leitores, dois novíssimos formatos de linguagem usada por determinado grupo, geralmente incompreensível para quem não pertence ao mesmo e que serve também como meio de realçar a sua especificidade, AKA gírias. Girías que, enfatizando minha conhecida falta do que fazer, acabo de inventar e quero dividir com vocês.

Moradores de grandes metrópoles que somos (e, sim, isso exclui você curitibano, belorizontino e porto-alegrense), nos deparamos todos os dias com uma avalanche de novas informações e fatos que, muitas vezes, nos impedem de externar nossa indignação/surpresa/felicidade ou qualquer outra emoção descartável a contento. Nos faltam palavras para, por exemplo, externar a alegria de descobrir que os personagens de Jersey Shore existem de verdade e não são o produto de uma forte pancada que você levou na cabeça, ou o terror e descrença proporcionados pela figura de David Brazil apenas sendo em toda sua plenitude.

Foi com essa dificuldade em mente que elaborei essas duas expressões. Espero que sejam de alguma serventia:

Lágrimas do Cacique



Baseada na música de Johnny Cash e nesse clássico comercial norte-americano do líder Apache chorando depois de ver nego jogando lixo na rua, é ideal para ser usada quando aquele amigo, ente querido ou amor da sua vida o decepciona por confessar um ato hediondo ou um gosto secreto. Exemplos:

- Amor, no nosso casamento eu gostaria de recitar uma letra do Oswaldo Montenegro em forma de poema.
- ...
-  Amor, que cara é essa?
- Lágrimas do cacique para você Rejane, está tudo acabado entre nós!

Ou ainda:
- Eu conscientemente tomei a decisão de torcer para o Flamengo, não o fiz por influência familiar nefasta ou peer pressure e nunca senti um pingo de dúvida ou arrependimento em minha escolha!
- LÁGRIMAS DO CACIQUE PRA VOCÊ!!!!!

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Ficou Fiuk


Tá Lindsay!

Todos sabem a importância que a moda ganhou no nosso cotidiano. Porém, infelizmente, nem todos somos dotados de bom gosto e/ou bom senso para fazer as escolhas corretas na hora de nos vestirmos. Que o diga 3/4 dos stylists masculinos e aquele seu amigo modernaço que ainda curte alargadores, bigode irônico, mullets, boné de caminhoneiro, vans xadrez e camisas apertadinhas - tudoaomesmotempoagora. Apesar da breguice galopante, é de bom tom nos mantermos sempre elegantes para com os menos favorecidos estilisticamente. Essa gíria vem a calhar na hora daquela saia justa, quando um desses seres te pedir uma opinião sobre o figurino. Exemplo:

 - E aí amigammm, o que você achou desse meu vizoo misturando scarpin fosforescente, saia de cintura alta estampadinha, luvas de filó, cinto na cintura, regatinha canelada e esse chapéuzinho coco que é um mimo?! Pode ser sincera.
- Nossa... Ficou Fiuk!
- Ahazaaaam!


É isso, turma. Espero que as expressões sejam de alguma serventia no seu dia a dia. E lembrem-se, para cada vez que vocês usarem alguma delas, estarão me devendo automaticamente a módica quantia de 3 dólares em forma de royalties, ok?

terça-feira, abril 27, 2010

Rock pra vencer na vida pruns fudidos iguais a vocês


Sem muitas palavras, sem muita enrolação. Esse post foi feito pra você, roqueiro trapizomba, imundo e coitado que acorda infeliz e tem como únicas opções um 7" do Cut Your Hair ou um 4-way split Agoraphobic Nosebleed/Agathocles/White Frogs/Spazz. Isso aqui é rock pra vencer na vida, porra! Apreciem a felicidade dos músicos, a emoção em cada acorde, a galera bonita reunida e curtindo um dia legal ao som desse estilo subestimado por muitos. Sempre que vocês se sentirem mal, podem entrar aqui e se valer dessas pepitas de alegria e felicidade em formato musical.

For those about to Arena Rock, we salute you!




Atentem pra beleza do visual do Mike Levine, baixista da banda. Isso foi feito antes de terem inventado a ironia, só pra vocês saberem, tá?


 


Eu amo Journey, muito pelo fato do Steve Perry ser uma mistura de Biafra com André Mattos e também fazer umas caretinhas quando ataca nos agudos.




Muito provavelmente seu pai comeu sua mãe bem gostoso ao som dessa música. Só pra vocês saberem de novo, tá?




Rock de arena não é rock de arena sem som grandiloquente super produzido e quilos de cocaína. Sendo assim, Fleetwood Mac!



O lance aqui fica mais heavy, mas não menos arena. Quiet Riot e seu grande sucesso. Bang Your Head, motherfuckers!!!!

 



REO Speedwagon não pode faltar num café da manhã dos campeões!



Kansas pra você é só aquela baladinha xexelenta "Dust in the Wind"? Pau na sua bunda, os caras faziam rock pauleira para as multidões e ostentavam a melhor coleção de pêlos faciais da época. Comprovado isso!




Agora, uma das prediletas do meu amigo pessoal e futuro hóspede, senhor Leonador Marx, PhD em bom gosto e em mais alguma outra merda que ele ensina lá nos EUA: Asia!


 

Europe, a banda que não compõe canções, compõe hinos!



Phenomena = Hollywood, o sucesso! Precisa dizer mais? Não, não precisa!
  

Sabe por que vocês não pegam mulher? Porque ficam fazendo esporro com a guitarra e vocal gutural, ao invés de seguir o exemplo do Foreigner.




Eu amo o fato de que o Marillion era uma das bandas preferidas do meu pai nos anos 80 e que seu vocalista se chama PEIXE e parece a mistura de um extra do Willow com meu amigo metaleiro Joaquim Ghirotti.





Como a imensa maioria das bandas AOR, o Supertramp começou tocando rock progressivo, mas percebeu logo que nunca seriam trilha-sonora prum vôo de ultra-leve num comercial de cigarros Hollywood e mudaram pra melhor. Ah, o vocalista fala fino!




E por falar em falar fino e tocar rock progressivo chato, Yes na sua - quer vocês queiram ou não - MELHOR FASE! Porra, esse clipe tem guitarra sintetizada, escorpião, águia, subtexto Kafkiano (Rá, e vocês achando que eu era só mais um rostinho feio, hein?!) e emoção ZERO nas interpretações. Não sei como poderia ficar melhor, sério.





Parafraseando o grande Ron Burgundy, se você não acha essa a melhor canção de todos os tempos, eu brigarei com você. Tudo aqui é perfeito! O visual, a capilaridade dos membros, a letra, o riff, o refrão... Mano, olha esse batera! O cara é uma mistura de Viking com Cro Magnon porra, que coisa mais linda!!! Devo agradecer ao Boston por ter me feito trocar três palavras com o Sebastian Bach do Skid Row, que elogiou minha camisa da banda. Se isso é bom ou ruim, eu já não sei.


Como não poderia faltar, o ÚNICO e VERDADEIRO representante do Rock de Arena nacional, o meu ídolo pessoal, Robertinho do Recife. Nesse vídeo da Bandeirantes ele ataca um solo e emenda com um cover de Iron Maiden!!! Atenção para o cameo de Pepeu Gosma e Baby Consuelo em visual Pluct Plact Zum/Lick it Up.

 


E pra finalizar, mais um vídeo de Robertinho tocando na praia do bairro onde resido, minha amada terra de São Conrado. É muita emoção!!!

 




Então já sabem, quano estiverem deprimidos, desgostos e descrentes da raça humana, fiquem à vontade, a casa é sua. Bote uma dessas sonzeiras pra rolar e descubra todo poder do bom rock pauleira que revigora e impulsiona. Deitem, relaxem e se imaginem numa praia nos anos 80, de viseira e gel no cabelo, andando de windsurf ou paquerando a Magda Cotroffe de biquini asa-delta e rockeando com a turma em clima de "se a vida começasse agora..." . Então, pensem em mim não como um desocupado que escreve sobre bandas de rock cafonas que ninguém dá a mínima, mas como um Centro de Valorização da Vida de carne, osso e QI mediano.