quarta-feira, junho 23, 2010

O verdadeiro problema na questão Israel

Se vocês leitores que ainda insistem em entrar aqui nesse blog são diferentes de mim, então vocês costumam ler jornal, possuem uma noção básica de política mundial e são bem informados sobre assuntos relevantes da contemporaneidade. Muito provavelmente portanto, como qualquer cidadão que se leva à sério, vocês têm uma opinião formada em relação ao conflito no Oriente Médio e aos últimos ataques israelenses a um barco na costa do país. Bem, eu até poderia fingir que me interesso pelo que vocês pensam, mas a quem queremos enganar, né? A verdade é que, mesmo sem ouvir suas colocações sobre tudo isso, estou certo que vocês estão perdendo o ponto. Independente de se posicionarem a favor da OLP ou do sionismo israelense, o verdadeiro assunto a ser discutido não é o Estado de Israel. O verdadeiro problema, meus amigos, o real inimigo a ser combatido, como preferem os mais inflamados, é o GEORGE ISRAEL. E com isso hão de concordar aqueles posicionados em ambos os extremos desse diapasão sócio-político.



Numa boa, quem em sã consciência pode ter algo a favor desse cara? Só de olhar para essa foto meu dia já fica um pouco pior! E não estou exagerando, juro. Lembro que uns meses atrás era obrigado a enfrentar uma longa viagem de ônibus para chegar ao local onde estava trabalhando. A viagem corria sem problemas e posso dizer que até sentia prazer no caminho extenso. Eu ia apreciando a paisagem, ouvindo música tranquilamente... Até passar em frente ao outdoor que anunciava um show de George Israel. Caralho, aquilo me deixava verdadeiramente deprimido! Seu nariz adunco, o sorriso forçadamente simpático e esse topetinho anacrônico ridículo detonavam meu (já raro) bom humor matutino em questão de segundos. E olha que, no anúncio, ele não se fazia acompanhar pelo instrumento de preferência do babaca original: o safoxone.

Por mais que me esforce, não consigo pensar em combinação mais odiosa que músico pop brasileiro dos anos 80 + safoxonista. E George Israel - não se enganem, companheiros - é capaz de ir muito mais além no quesito fecalidade. O cara além de fazer parte da oitava pior coisa já produzida em território nacional ( o Kid Abelha), tem a cara de pau de se orgulhar de ter feito sei lá quantas parcerias com o Cazuza! Sério, não houve recentemente um comunicado da OTAN proibindo esse tipo de declaração? Se não teve, deveria. Não sou crédulo o bastante para levar ao pé da letra  todos os ditos populares, mas "diga-me com quem andas que te direi quem és" é altamente aplicável nesse caso. Paula Toller, Cazuza, Leoni... É o tipo de parceria que não deve ser julgada na seara musical, mas num tribunal de crimes de guerra.


Responsáveis por 17 crimes de Estado

E para os que pensam que as atrocidades cometidas pelo saxofonista ficaram restritas aos longínquos anos 80, sinto dizer-lhes que a ameça representada por George Israel ainda está longe de ser erradicada. O saxo-pela saco continua cometendo suas barbaridades livremente. Em 2006 lançou um DVD com outros criminosos musicais do quilate de Guto Goffi e Rodrigo Santos (da célula terrorista Barão Vermelho) onde assassinavam friamente músicas dos Beatles sob o tenebroso nome de Os Britos, torturando não só os apreciadores do quarteto de Liverpool, como todo cidadão de bem contrário ao mal do trocadilho engraçadinho. Não contente, mantém um projeto com os DJs Memê e Marcelinho da Lua - o que por si só já é suficiente para sofrer graves sanções da ONU - onde diz exercitar seu lado performático!!! Eu juro, nem que eu quisesse seria capaz de inventar acusações dessa gravidade, está tudo documentado nas seguras fontes da wikipédia.

Olha, eu não entendo muito da política externa nacional, mas em tempos de aproximação do Irã, o que custa ao Governo Lula uma eliminaçãozinha rápida do George Israel, né? Aposto que a comunidade internacional não iria se posicionar contra, nem seria isso que deixaria os Estados Unidos mais contrariados. Sei lá, só uma dica.

sexta-feira, junho 04, 2010

Elma Chips way of life

Ontem enquanto passava mais uma  madrugada insone, fui atacado por um caso forte de larica noturna. Sem titubear, corri até a cozinha e agarrei o primeiro pacote que vi na despensa, não sem antes encher um copo de coca-cola. A operação teria sido um sucesso se o pacote em questão não fosse outro do que um de Stiksy. STIKSY, senhoras e senhores! O salgadinho mais sem graça da história, a ovelha negra da Elma Chips! Pra quem não se lembra, trata-se daquele pretzel que nem ao menos se dá ao trabalho de vir entortadinho, sendo, basicamente, um graveto salgado. E a embalagem, ainda por cima, tinha a pachorra de comentar "Ele voltou!!!", assim mesmo com três pontos de exclamação. Uau, isso é sério?! o Stiksy voltou, preciso atualizar meu status no facebook e espalhar a boa nova... NOT! Sério, será que os executivos da Elma Chips realmente pensavam que as pessoas sentiam saudades de um salgado que, muito provavelmente, era servido unicamente por homens de bigode e mulheres com permanente em coquetéis de troca de casais no início dos anos 80? "Minhas preces foram atendidas, o Stiksy voltou, onde está meu caderninho de surubas?!". Eu poderia aceitar esse tipo de comemoração para um Cebolitos, Pingo D'ouro ou até mesmo um triunfal retorno do Baconzitos. Mas Stiksy? Vai à merda, porra!

I wanna make sweet Stiksy love with you and your lady friend

Talvez eu esteja exagerando e passando uma imagem que não condiz com a realidade. Eu não sou um TRVE apreciador de salgadinhos. Na realidade, meu último caso de amor com um pacote de salgados foi com as batatas Lays, mas como diria o saudoso Ronnie James Dio, "good things never last". Retiraram seu delicioso sabor das prateleiras dos supermercados e usaram seu bom nome para batizar uma cópia de segunda classe de Pringles. Malditos engravatados! Claro que, bem antes disso, eu fui uma criança saudável que levava uma vida regrada e, portanto, era viciado em  gordura vegetal hidrogenada e fritura a base de milho com corante e sabor artificiais.

Nos meus anos de inocência, minha guloseima predileta era, sem dúvida, cheetos. O tradicional, alaranjado, no estranho formato de bastonetes, daqueles que se parecem com bactérias ou glóbulos brancos. Minha lealdade ao salgadinho produzido por um bando de ratos assalariados na fictícia Queijolândia podia ser medida pelo fato de que, mesmo quando a Elma Chips decidiu aumentar a franquia e lançou as versões Bolinha (que cheirava a pé) e Tubinho (que tinha gosto de vômito), eu continuei representando a família Cheetos. Foi apenas quando substituíram os simpáticos e trabalhadores ratos locais pelo imperialista Chester Cheetah, o garoto-propaganda original, que me vi obrigado a tomar uma decisão. Pau no cu do sistema, fiz do meu boicote uma arma para deixar claro meu descontentamento político-social.

Uma das piores consequências da privatização


Uma divisão muito clara que havia nessa época era entre os adoradores de Cheetos e os fãs de Fandangos, que promoviam encarniçadas batalhas campais na hora do recreio. Nunca entendi quem pudesse preferir um salgadinho feito de queijo por uma merda de milho em formato de cumbuca com sabor de - oh, que original - milho. E que ainda tinha a bosta de um ESPANTALHO como símbolo. Vocês fandangueiros vão sempre me causar nojo! Ah sim, haviam também aqueles que diziam gostar de Skiny, mas esses eu não levo à sério, sei que estão apenas se enganando. Ora gente, todo mundo sabe que o Skiny foi feito para aqueles coitados cujos os pais não eram ricos o suficiente para comprar salgadinhos de verdade. Então, eu não tenho culpa se sua mãe é dona de casa e seu pai é taxista, mas não me faça acreditar que você realmente gosta de comer pedaços de isopor que foram esfregados no suvaco de um empregado numa fábrica imunda na Região dos Lagos, ok?!

Claro, não se pode deixar de mencionar outros tipos mais excêntricos, geralmente filhos de mãe solteira, intelectuais de classe média ou compositores de jingles, que optavam por sabores ousados, como o de Zambinos ou o mítico Pegaditos, em formato de patas de dinossauro (!!!). Ainda assim, mesmo os meninos mais esquisitões do colégio nunca eram vistos degustando essa merda de Stiksy. Digo isso por experiência própria, só quem já foi enganado por uma mãe desatenta que o fez acreditar que estava levando na lancheira um pacote de salgadinhos decentes, apenas para descobrir bem na hora do recreio que se tratava de um resto de Stiksy da reunião da noite passada sabe a dor de se tornar um pária aos 8 anos de idade. Pois no baile de debutantes da vida, o Stiksy é aquela menina que fazia parte do grupo jovem da igreja e morava com a avó que ninguém queria comer. A diferença é que ela acaba crescendo, reencontrando com você e te humilhando na frente das amigas depois de ter virado modelo, e aí só te resta comer um pacote de Stiksy pra se consolar... Não que isso já tenha acontecido comigo, claro.