domingo, fevereiro 20, 2005

É que a televisão me deixou burro, muito burro demais- parte II

E em um programa noturno de entrevistas na tv a cabo feito pela Marília Gabriela e com cenários assinados pelo Gringo Cardia (aliás, tenho a impressão que todos os programas de entrevistas em canais a cabo são capitaneados pela Marília Gabriela e tem cenários de Gringo Cardia) não é que quem está ali, resplandecente, é nossa grande Verinha, a heroína da novela das sete?! Você quase não acredita, mas decide sentar e terminar o sanduíche entretendo-se com o dedo de prosa das duas comadres televisivas. Por pura falta de sorte você perdeu a parte mais substancial da entrevista, restando contentar-se com um “bate-bola, jogo rápido”.
O enquadramento é fechado, o rosto das duas está tão próximo que você tem a nítida impressão que, caso a pobre Verinha dê uma resposta que não agrade a entrevistadora, Marília Gabriela vai arrancar um naco de seu nariz a dentadas. Fica a dúvida se o enquadramento é uma opção estética ou, pura e simplesmente, falta de outra câmera de tv.
Marília fuzila a entrevistada:
- Vida?
- ...É bela
- Morte?
- Passagem.
- Uma passagem?
- De ida e volta, please!
- Uma volta?
- Hummm, essa é difícil. Posso pensar? Ah, de pedalinho em Paquetá!
- Uma frase?
- Abre aspas, meu pipi no seu popô, fecha aspas. É do Roger, do Ultraje.
- Um ultraje?
- Eu comia meleca, admito.
- Uma palavra.
- Paz.
- Uma sílaba...
- Bu. De bumerangue!
- Uma vogal.
- Z!
- Z não é vogal. Você comeu alho hoje, né?
- Comi, como você sabe?
- ...E não escovou os dentes!
- Nossa, você sabe tudo de mim, meu deus?! Marília, você é genial!

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