sábado, novembro 21, 2009

Anúncios perturbadores

Eu não sou um homem de muitas hábitos e muitos gostos. Devo admitir também que não sou capaz de executar muitas atividades a contento. Porém, existe algo que eu gosto e sei que faço bem: Assistir TV. E se você gasta horas do meu dia hipnotizado pelo tubo de imagem, certamente acaba esbarrando com programas, comerciais e personagens cuja escrotidão só é capaz de ser entendida com um certo tempo, após uma necessária meditação.


Enfim, depois de muito pensar sobre ele, cheguei a conclusão que aquele anúncio da mulher que vai na casa de duas adolescentes mandar elas lavaram a xoxota é a coisa mais bizarra e perturbadora que eu já vi na TV desde o menino que pedia pra mãe pra ir cagar na casa do Pedrinho.


Sério, vocês já viram esse anúncio? Acho que é de um produto chamado Dermacyd Teen e estrelado por uma senhora meio moderninha que, descobri pesquisando na interweb, é escritora de livros adolescentes, apesar da idade. Thalita Rebouças é o nome da fera (e que nome escroto, by the way. Thalita, quase todas que eu conheci eram nesse naipe) e não, ela não é retardada, muito pelo contrário, apenas descobriu o filão tatibitati de se infantilizar para capitalizar sobre a insegurança e a falta de critério das adolescentes do sexo feminino. Mais ou menos como fizeram a Maria Mariana, a Astrid Fontenelle, o Serginho Groissman, todos os programas de sexo da Mtv, a revista Capricho...

Ela vai te oferecer um livro e depois pedir pra colocar a mão nas suas "funny parts"

O comerical consiste basicamente dessa moça, Thalita, INVANDINDO um apartamento com uma equipe de TV e se metendo na conversa de duas meninas que, não demoramos a entender, tem problemas com o odor de suas vaginas, apesar de ainda não saberem disso. O approach de Thalita é aquele clássico dos pedófis internacionais, ela chega, se faz de amiga e pede pra participar do papo, esperando apenas o momento para começar a falar das xoxotas alheias.

Após fazer as pobres meninas acreditarem que tem mofo vaginal, Thalita as obriga a entrar no banho (muito provavelmente as duas ao mesmo tempo), enquanto se planta na porta do banheiro para saciar sua curiosidade doentia. No final, o comercial mostra apenas a escritora saindo lépida e fagueira do prédio com duas embalagens do sabão bucetal não mãos, enquanto que no quarto de um apartamento que podia ser o meu ou o seu, a ingenuidade de duas adolescentes foi pra sempre corrompida e, entre choros abafados, selou-se a promessa de "nunca mais, haja o que houver, eu deixarei que me achem uma fraca".





Irreversível, brazilian version

terça-feira, novembro 17, 2009

Wolf Like Me III

O Glenn Danzig tem visual guido/punk/chabi, mas curte criar uns lobos.


Wolfs Blood, morô? Ra-raaae!


A Shakira é colombiana, gostosa e, apesar de eu não entender muito bem o que ela quer fazendo a dança do robô a essa altura do campeonato, é notável que ela também é time Lobisomem como nós desse blog!





E o que falar dessa colaboração magnífica entre Glenn Danzig e Shakira? Reparem que a produção foi cuidadosa o bastante para convidar um lobisomem de verdade para fazer backing vocals aos 22 segundos do vídeo.






E não podíamos esquecer de Lobinho, o popular Metrankor. Baterista licantropo que tocou no Prime Mover e me confidenciou que já frequentou a residência do indescritível Vitão Bonesso, outro dos ídolos desse blog, no ABC!

O mosh me protege das suas balas de prata!

Na boa, depois dessa, lobisomens 4x0 nos vampiros!

Wolf Like Me II

E levando a cabo uma das maiores lições que o punk me ensinou, não vou ficar aqui simplesmente reclamando enquanto vejo o mundo ser dragado por essa modinha vampiresca ridikley. Não mesmo, meus três leitores (Pedro, Gabi e Marcela, estou falando diretamente com vocês!), eu vou é agir! E pra começar a fazer com que os lobisomens tenham seu lugar de direito no panteão dos profissionais na arte de ser foda retomado, decidi escrever uma crítica cinematográfica sobre Teen Wolf Too, a desconhecida continuação de O Garoto do Futuro.

Sorry, periferia

Bom, basicamente a continuação do sucesso Teen Wolf, um dos melhores filmes já produzidos pelos Estados Unidos da América, é o mesmo filme, com a mesma história e, pasmem!, os mesmos personagens. Só substituiram o Michael J Fox, que devia ter mais o que fazer, e mandaram seu substituto, o Jason Bateman, pruma faculdade. E quando eu digo que os personagens são os mesmos, eu não estou falando de dois ou três. Chubby, Stiles, o pai do Scott howard (precisava mesmo? não podiam contratar um ator pra fazero pai do menino?), até o treinador do time de basquete e aquele assistente gordinho dele tão no filme! A impressão que dá é que o estúdio tinha a continuação toda pronta e, na última hora, o protagonista deu pra trás... Bom, eu ia falar "teve um faniquito e desistiu", mas achei desrespeitoso com a condição de Michael J Fox.

Enfim, o lance é que com tantos personagens do filme anterior, a coisa fica meio sem sentido. Por exemplo, porque o herói Todd é levado pra faculdade pelo tio e tem aulas de boxe com ele ao invés de seu próprio pai? Não há nenhuma menção a ele ser orfão, veja bem... Outra, o técnico do time de basquete aparece aqui transformado em treinador da equipe de boxe (!!!) da faculdade. Eu não sabia que era possível não somente o cara saltar da condição de professor de educação física ginasial para a de participante do corpo docente de uma faculdade, como se tornar treinador de boxe em menos de dois anos! Ainda sobre os personagens, uma coisa que me doeu o coração e, novamente, não tem muito porquê, é o fato de terem mudado o ator que interpreta o magnífico Stiles. Todo mundo que viu o filme sabe que o Stiles é um dos melhores "amigos-doidões" da filmografia adolescente oitentista. Porra, se era pra colocar um outro ator, não era mais fácil criar um novo personagem, um novo "amigo-doidão" que não denegrisse o legado deixado pelo brilhante Jerry Levine? Fora isso, é nítido que o novo Stiles é mais novo que o anterior; E ele usa mullets, o que deixa tudo óbvio demais!

Da esquerda para direita: Stiles fake e cosplay de Michael Jackson em Thriller


Mas claro, não sou desses críticos intelectuais que ficam querendo falar mal de que quem põe a cara a tapa com sua arte. O filme tem lá suas sacações, fico feliz em admitir. Por exemplo, para reitor da faculdade, chamaram ninguém mais, ninguém menos que o ator que interpretava o Gomez no seriado da Família Adams! E também inventaram uma professora de Biologia que eu já saquei de cara que era lobismulher (é assim que fala, né?). Na real, tudo o que aparece é ela ficando com olhos vermelhos e saindo fora com um rabo de collie aparecendo por baixo da saia, mas tudo bem, não dava pra esperar mais - Apesar de que não me incomodaria com um full frontal dela em trajes licantropos nos extras do DVD. Fikadika. Além disso, o filme inova ao mostrar uma cena em que a clássica "guerra de comida", tão comum nos abastados e capitalistas colégios estadunidenses, é substituída por uma guerra de... sapos!!! Que se dane os Direitos Animais, eu achei avant garde!

Um ponto REALMENTE negativo é a maquiagem de lobo do Todd Howard. Sei lá, ficou uma pegada meio filme d'Os Trapalhões, e eu não estou falando isso positivamente. Apesar das sequências de boxe serem realmente bacanas (afinal, tem algo mais fuderosamente foda que um homem-lobo distribuindo socos num ringue?), o corpo do lobisomem também parece mais vagabundo, como se a produção tivesse pego emprestada a fantasia da Konga do Tivolly Park. Para terminar, não há nenhuma cena de breakdancing lupino e nem mesmo uma mera surfadinha em cima de automóveis de qualquer tipo. Ao invés disso, uma sequência do protagonista dirigindo um conversível com duas vagabundas (o que eu respeito e apóio totalmente) e uma outra onde ele dubla toscamente "Do You Love Me?" numa festa, com a presença de umas meninas naquele pique Aeróbica do Faustão evoluindo pelos jardins. Ah sim, e o par romântico do Jason Bateman é uma baranga que parece com Betty, a Feia. E eu estou falando da original colombiana, não de sua versão Primeiro Mundo.

O saldo final pode parecer meio constrangedor, mas ainda é Teen Wolf e isso precisa ser levado em consideração. Além disso, se filmes com lobisomens universitários que lutam boxe, dirigem porshes e fazem coreografias em festas é sua praia, essa fita não o decepcionará de maneira nenhuma. Eu dou três em cinco patinhas de lobo para a obra.

Wolf Like Me

Bom, já não é mais novidade pra ninguém que, depois da última gota espremida nesse revival oitentista, a década que todos vamos reverenciar é a brilhante e subestimada década de 90 (o que, cronologicamente, faz todo sentido, né?) - Aliás, assim, totalmente en passant, eu gostaria de divulgar o trabalho de dois meninos talentosos que só eles que pegaram essa onda muito louca dos anos 90 e fizeram um twitter GE-NI-AL. Se chama @inthe90s e eu recomendo que todos sigam. Sem qualquer interesse, juro pra vocês...

Enfim, voltando, uma das maiores provas pra mim sobre a nova realidade nostálgica, além dos remakes de Melrose e Barrados No Baile, é a volta à ordem do dia de uma das modas mais características da década que também nos deu o grunge: O vampirismo, senhoras e senhores! Podem reparar, de seriados de TV a filmes, livros e mini-séries, tudo parece querer emular aquela aura pós-gótica dos vampiros noventistas. Talvez vocês, neófitos leitores desse blog não saibam, mas toda essa merdinha de vampiro já foi sucesso há vinte anos atrás e não é novidade alguma pra mim! Só que ao invés de ter vampiro sueco de seriado americano aparecendo em clipe da Lady Gaga, a gente tinha a Claudia Ohana fazendo cover de Stones nos clipes do Fantástico e nego tomando refresco de groselha com gelo seco ao invés de encomendando Tru Blood no Ebay.

O que me deixa puto com toda essa modinha não é só ver minha namorada sem conseguir disfarçar longos suspiros toda vez que sintonizava a HBO aos domingos à noite, mas perceber que, novamente, estão deixando de lados os verdadeiros fodões entre as criaturas das trevas. Porra, onde estão os Lobisomens, minha gente? Afora uma continuação meio porcaria do grande "Um Lobisomem Americano em Londres", sucesso do Cinema em Casa do SBT, os licantropos foram praticamente esquecidos nos anos 90 e, ao que parece, serão novamente nessa década que se inicia. Porque nem me venham falar no menino que vira lobo nessa merda de série Crepúsculo. Pau no cu, lobisomem emo é coisa que eu simplesmente me recuso a aceitar!

Onde estão os lobisomens que botavam pra quebrar, dançavam break, estrelavam clipes na Mtv, surfavam vans e estraçalhavam vítimas sem essa de seduzir pra dar uma mordidinha de nada no pescoço? Será que o máximo que teremos é aquela saga pixulé Underworld? É com isso que a gente vai ter que se contentar, porra?

É isso o que monstros de verdade devem fazer!

Me chamem de romântico, antiguado, exagerado e sem assunto, mas eu continuo achando que os lobisomens dão um pau sarado em qualquer merda de vampiro, e que se algum estúdio não se apressar em corrigir essa injustiça de décadas passadas, os anos que se iniciam serão negros!