quinta-feira, julho 31, 2008

Meu nome é Havanir! II

A capacidade de se surpreender sempre é um dos grandes baratos de ser humano, né? Quando eu achava que nada poderia ser melhor que a introdução do site da Dra Havanir, descubro a magia que se esconde no conteúdo do dito cujo. Pô, onde mais eu poderia descobrir que Dra Havanir é filha de um caminhoneiro com uma dona-de-casa, trocou o PRONA pelo Partido Trabalhista Cristão (do qual é presidente municipal), e que, além de médica dermatologista, nossa deputada arrasa no piano, teclado E sanfona, hein!? Para quem duvida, o site providencia fotos que comprovam a habilidade muscial e o estilo de Havanir.





E não pense que a foto ficou ruim porque eu caguei com ela ao postar aqui, a qualidade é essa mesma, um borrão onde só se identifica o sorriso congelado da doutora (que é idêntico em TO-DAS as fotos, diga-se). Aliás, alguém precisa dar uma aula de photoshop pro webmaster do site, a Dra Havanir chega a aparecer mais branca do que o Maluf em uma foto! Sim, a página traz uma imagem da doutora ladeada pelo bom e velho Paulo Salim... Mas acho que da seção retratinhos, minha preferida é uma que a deputada aparece em pleno corpo a corpo, cercada de jovens, e com chifrinhos feito por um mais peralta. Sério, mostrou que tem bom humor e nonchalance ao postar a traquinagem. Phyna!

Mas Dra. Havanir - não podemos só elogiar, né? - é uma malandrinha. Para dar aquela engrossada em seu curriculum vitae, cita duas vezes que é advogada formada pela FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, médica dermatologista umas três vezes e médica do trânsito outras duas. Além disso, faz questão de colocar como experiência profissional o fato de ser mãe de dois filhos. Não que eu seja desses que pensa que criar filhos seja coisa pra amadores, mas ela também resolveu listar a profissão do pai (in memoriam, em sinal de respeito) e da mãe. Bom... prefiro pensar que, acima de tudo, Havanir é uma orgulhosa mulher de família. Essa já tem meu voto!

quarta-feira, julho 30, 2008

Meu nome é Havanir!

Bia, futura vizinha, amica responsável pelo incrível my virtual moleskine e pára-raio de maluco da região de Pinheiros foi quem me mandou essa. Por favor, parem o que vocês estão fazendo agora (eu disse AGORA!) e entrem no site da Dra Havanir, do PRONA. Por favor, confiram se as caixas de som estão ligadas e, de forma alguma, pulem a introdução:

http://www.havanir.com.br/1024/intro.htm

Se eu votasse e São Paulo fosse meu colégio eleitoral, Havanir já teria meu voto garantido. Não só pelo uso mais sensacionástico da música-tema do Rocky, mas também - e principalmente - porque a voz ali não é da Havanir, mas da... Professora Cudi, do desenho do Fudêncio!!!





poooonto negativo!

terça-feira, julho 29, 2008

Qual a diferença entre o charm e o funk?

Sério, qual é? (Respostas na caixa de comentários)

domingo, julho 27, 2008

HIMdículo!

As pessoas costumam dizer que é quase impossível apontar um imbecil filho da puta rapidamente com precisão, sem que lhe tenha sido dado tempo para fazer algo que entregue sua condição. Ora, pois eu digo a vocês que é muito, muito fácil! Sim, querem saber como descobrir em cinco segundos se aquele seu colega de trabalho, aquela gostosinha que você sempre tromba quando sai à noite ou aquele rapaz com quem você tem uma banda são detestáveis idiotas sem salvação? Pergunte a eles se eles curtem HIM. Simples assim. Não falha nunca! 100% das pessoas que gostam de HIM são figuras excremenciais que fazem peso no planeta Terra e contribuem para a vida dos demais seres humanos ser um pouco pior.

Pros que duvidam, cinco palavrinhas: BAM-MARGERA-KAT-VON-D.

...Without any further questions, I rest my case!

sexta-feira, julho 25, 2008

Grandes figuras fodonas da humanidade - Apollo Creed


Apollo Creed, também conhecido na vida real como Carl Weathers, é um lutador de boxe, ator, puxador de ferro, gente boa 24/7 e o único humano capaz de usar uma cartola listrada em público e manter sua pecha de fodão.

Muitos de vocês devem conhecer Apollo como o negão gente fina que aceitou treinar o Rocky depois de ter sido vencido numa luta em que o Garanhão Italiano levou a melhor simplesmente porque levantou primeiro - a prova de que para roteiristas hollywoodianos, boxe ou uma brincadeira de "morto vivo" são a mesmíssima coisa. O lance é que O Doutrinador, o Mestre do Desastre, o CONDE DE MONTE FISTO, começou sua carreira como um linebacker dos Oakland Raiders e chegou a disputar a Liga Canadense de Futebol pelo time British Columbia Lions. Em 74 Apollo se aposentou dos campos para se tornar ator.

Sua breve carreira como ator é um pouco nebulosa e não há muitos documentos (tradução: não tem na wikipedia) que afirmem as razões e o momento exato que um dos três maiores boxeadores negros da humanidade decidiu largar essa pouco frutífera e quase totalmente desconhecida atividade prévia para abraçar sua verdadeira vocação: Sapecar o iaiá nos brancos apenas para, demonstrando sua imensa bondade, ensinar o caminho das índias para seus antigos alvos. Ninguém recebe a alcunha de doutrinador por acaso.

Como boxeador, Apollo Creed ganhou tudo e, não apenas isso, foi influência confessa de nomes como Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard que, descaradamente, COPIARAM os mais famosos golpes e movimentos do nosso guerreiro dos ringues. Obviamente, as coisas seriam diferentes e Apollo receberia o reconhecimento merecido da imprensa especializada e dos demais colegas de profissão, não fosse nosso herói um orgulhoso representante da raça negra (no que foi influência também para James Brown, outro que ROUBOU sua música, vestimenta e passos de dança). É sabido que o boxe é um dos esportes mais racistas e segregadores da América, sempre privilegiando lutadores de origem anglo-saxã.

Mas Apollo não era apenas um militante das causas afro-americanas. Não, na época da Guerra Fria, num gesto de altruísmo e bondade, nosso Doutrinador decidiu retardar sua aposentadoria para lutar em nome da paz e, mais uma vez, tirar o couro de um branquinho azedo. O problema foi que esqueceram de combinar com os russos. Apollo, infelizmente, não pôde alcançar o objetivo de demonstrar que um negro americano e um branco soviético podem sair na porrada numa boa e isso não significar uma crise de mísseis. Tome essa, Bush!

Porém, ao contrário do que todos pensam, The King of Sting não morreu nos ringues. Essa foi apenas uma saída low profile pensada por um homem que nunca gostou de chamar a atenção. Se ele se vestia como uma mistura de Tio Sam e George Washington era simplesmente porque tinha orgulho dos ideais sob os quais foi fundado seus país. Se Apollo Creed está errado, bem, então eu não quero estar certo! Enfim, desgostoso dos rumos que a política imperialista vinha tomando, o Dancing Destoyer decidiu se embrenhar na selva com o governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger e o governador de Minessota Jesse Ventura e resolver as coisas por conta prórpia. E por conta própria entenda-se metralhar, bombardear, aniquilar e destruir tudo o que se movesse... Infelizmente, nosso herói não contava que o que se movia era um caçador alienígena que podia ficar invisível, possuía visão de calor e um vasto arsenal de armas intergaláticas. Ficou pequeno pra ele.

Mas os ensinamentos de Apollo Creed peranecerão para sempre em nossos corações e mentes, toda vez que ouvirmos "Eye of the Tiger" na rádio, toda vez que corrermos pela praia usando shorts, meião e camisetas cortadas e, principalmente, toda vez que chamarmos o Sylvester Stallone pra porrada. For those about to boxing, we salute you!

quarta-feira, julho 23, 2008

Coisas boas também acontecem a gente ruim

Jimmy London, aka Jimmy do matanza, aka Babacossauro Rex, é uma figura triste, marrenta, chata, com uma banda depret e uma atitude que daria raiva se não inspirasse pena e desse preguiça em qualquer roqueiro com QI acima de dois dígitos. Só por isso, como já professou Marge Simpson, ele deveria ser isolado do convívio em sociedade sem que ninguém se aproximasse de sua pessoa. O caso é que, não basta Jimmy ser apenas escroto e fazer countrycore, o cara ainda apresenta programa de tunagem de volkswagen na Mtv, faz ameaças tolas a quem se digna a comparecer a um show de sua banda e, até onde chequei, é a única pessoa que ainda se incomoda com emos no Brasil.

Mas Deus é justo e eu acredito nele - acredito mesmo, mas curto mais aquela fase Velho Testamento, que Ele tinha uma pegada mais death metal, estilo "praaaaaga nos egípcios!" - e concedeu ao nosso excremencial roqueiro algo que ele pode se orgulhar por toda vida: Jimmy London é os cornos do pai do Michael J. Fox em Garoto do Futuro depois que ambos se transformam em lobisomens. Bota na tela!



No fundo, no fundo, eu queria me matar!

terça-feira, julho 22, 2008

Muito esforço pra pouca foda

Essa história constrangedora me foi confidenciada por uma amiga (que, sim, deixou que eu escrevesse sobre ela aqui, tá? Não sou babaca. Não a esse ponto) e, de certa forma, me deixou feliz por viver uma relação estável e monogâmica porque, como vocês perceberão, essa vida de sexo casual não tá fácil pra ninguém.

Enfim, me conta essa pulguinha <Leão Lobo mode on> que certa noite, toda se querendo, recém-loira, arrastou um indie para seu ninho de amor. As primeiras apresentações anatômicas feitas e o rapaz vira para essa minha amiga - e aqui é preciso se fazer um aparte. Essa amiga é bem-humorada, sadia e resolvida, ou seja, não é do tipo que se assusta com pouca merda - e pede para que ela CANTE UM FUNK dizendo o que ela queria que ele fizesse com ela. Assim, vou repetir por partes pra vocês sacarem o nírvi: Não bastava cantar um funk, era um funk que precisava explicitar o que minha amiga desejava que o mancebo executasse em alguns pontos conhecidos e outros tantos que, talvez, ela precisasse ser até mais gráfica.

Aí eu me pego pensando aqui: Que homem que, ali na cara do gol, na sorte grande de ser levado pra casa da menina logo no primeiro encontro, decide que vai ser mais interessante propôr uma gincana? Não, porque elaborar um funk a não sei que horas da madrugada... Não era nem só vencer o ridículo, era ter que pensar em métrica, alguma melodia... LETRA, caralho!!! Eu fico imaginando minha amiga pensando "Putz, o que que rima com oral e encaixa?". É sério, quando o sexo casual com quase estranhos deixou de provocar só arrependimento no dia seguinte pra começar a causar vergonha alheia? Tomar no cu! E que tipo de cara era esse, anyway? Um cara que não ocnsegue diferenciar uma foda de dinâmica de grupo é o quê, um profissional de RH workaholic?

É por essas e por outras que eu acho que vocês solteiros tem mais é que não se fuder! Porque, ah só, periga acabar tendo que mandar um improviso pra conseguir um boquete ou ser comida de quatro com jeito. E pra quem interessar possa, sim, minha amiga mandou um funkão nervosaço pro cara que, óbvio, achou legal e não fez pourra ninhuma.

sexta-feira, julho 11, 2008

Riot e o mascote mais pertubador de todos os tempos

Até certo tempo atrás, vigorou uma lei não escrita no metal e no rock pesado em geral que vaticinava que uma banda pra ser foda, da pesada mesmo, precisava, além de usar couros, spikes e manter uma relação não muito bem explicada com o ocultismo, ter um mascote que causasse, ao mesmo tempo, simpatia entre os fãs e medo e ojeriza nos demais.

Exemplos não nos faltam, sendo o Eddie do Iron Maiden o maior, mais conhecido e bem sucedido deles. Mas outras banda também foram capazes de manter seus mascotes com semelhante sucesso: O Megadeth tinha o Vic, aquela caveira com os ouvidos, boca e olhos tapados (muito provavelmente, para não escutar, ver ou se pronunciar sobre as lamentações do Dave Mustaine), o Anthrax, numa inconteste prova de maldade, tinha um senhor careca de bigode, e o Slayer uma caveira com chapéu de soldado nazista (o fã-clube da banda se chamar slatanic whermacht também não ajudava a limpar a barra com a comunidade semita). Outras bandas preferiam opções mais econômicas, como os pãos-duros do AC/DC, que obrigavam o pobre Angus Young a fazer vezes de guitarra solo E mascote; Mas nenhuma banda, porém, teve mascote tão bizarro quanto o Riot. Nenhuma.

O Riot é um grupo de hard rock/heavy metal de Nova York que surgiu na década de 70 e, aos trancos e barrancos, sobrevive até hoje. Eles tiveram a manha de lançar um punhado de bons discos em seus primeiros anos, mas até aí foda-se. O problema é essa merda de mascote que eles criaram. Sério, olhem pra isso! Que porra é essa? Um ser de corpo róseo com um rosto que parece a mistura de um bebê foca com poodle e que nas horas vagas, como mostra a capa de 'Restless Breed', se transforma numa criança que usa terno. Sou só eu ou mais alguém vai ter pesadelos à noite?





Sinceramente não sei o que se passava na cabeça dos caras da banda* (*drogas, muitas drogas) quando decidiram que esse sim seria o personagem perfeito para fazer com que seus fãs se identificassem com o som. A não ser que o que o Riot esperava é que eles cagassem nas calças toda vez que decidissem pegar um disco da banda para ouvir.


Ou tem alguém aí que realmente olha pra essa mistura de poodle, bebê foca e gorila albino segurando um machado e pensa "porra, do caralho, fiquei fã e quero ouvir todos os discos!", ao invés de ser atormentando por ondas de terror inconsciente? Pois é... Mesmo que o metal seja um estilo que privilegie uma estética agressiva e coisa e tal, uma criatura híbrida de tanga azul cagando um pilha de crânios enquanto é perseguida por um boeing 737 não é a idéia de agressividade e radicalismo da maioria dos metaleiros, creio eu.

terça-feira, julho 08, 2008

Esse mundo é um caos, a vida é um caos, caaaooos!

Um amigo meu, bastante perspicaz, disse certa vez o seguinte: "O Coldplay é o Simple Minds do futuro". O Simples Minds, para quem não se lembra direito, era aquela banda que fazia um roquinho 'cool' de blazer com ombreira e letras para o Mandela. Eram incensados pela Bizz. Hoje só são lembrados quando alguém ainda insiste em fazer uma festinha com trilha-sonora clichê dos anos 80.

A frase desse meu amigo dava esperanças que o futuro, então, redimiria nossa ignorância e colocaria o Coldplay no lugar que ele merece. A vala das bandas ridículas, ladeado por outras coisas que foram vendidas como manifestações geniais, tais como Libertines, Kasabian e Bonde do Rolê. O futuro, meus amigos, o futuro seria a verdade.

Daí você está ali, esperançoso do mundo e da raça humana, quando liga a tv e vê o Fresno, uma banda reconhecidamente equivocada em toda sua estética e proposta, dizendo, sem conseguir disfarçar o ar de orgulho 'adultinho', maduro, de músico sério, que foram muito influenciados pelo Toto na composição do úiltimo disco. Repetindo, pelo TO-TO! A banda que Liminha, outro ícone do equívoco musical, tinha como parâmetro há vinte anos atrás.

Quer saber, que venha o aquecimento global. Vai ser bem feito!

segunda-feira, julho 07, 2008

Moda em quatro atos

1995:

- Uau, o baterista do Sepultura vai abrir uma loja, cara!
- Foda, será que vai vender camisa de banda lá?

1998:

- É impressão minha ou todo mundo aqui nesse Mundo Mix usa camisas que fazem trocadilhos com marcas famosas?
- É impressão minha ou TODAS essas camisas são da Cavalera?

2002:

- Ontem eu vi uma camisa da Cavalera vendendo no camelô...
- Essa marca não tinha alguma coisa a ver com uma banda de metal?

2008:

- Por que o seu pai está usando uma camisa da Cavalera?
- Era do meu sobrinho. Ele ganhou de aniversário, mas teve vergonha de usar.

sábado, julho 05, 2008

Quando uma imagem diz mais que mil palavras


"Weezer, divertindo nerds com ironia semi-hipster desde 1992"

"Nunca ter nos casado foi mesmo uma opção nossa... NOT!"

"Melvin, Melvin, eles não ligam mais pra gente!"

"No fundo, no fundo, fazemos isso para comer colegiais inseguras 20 anos mais novas que nós"

"Foi o que conseguimos pensar de mais digno para combinar com a falta de idéias para mais um disco do Weezer"

"Agimos como nerds sensíveis e excêntricos na nossa simplicidade porque é mais fácil que assumir que somos apenas patéticos roqueiros de meia-idade"

"Espero que essa coisa de esquisito-sensível ainda venda discos, ou terei gasto o equivalente a 12 gramas de crystal meth nessa fantasia de cowboy à toa!"

quinta-feira, julho 03, 2008

Jay Vaquer, objeto de estudo

Tenho em minhas mãos a cartinha da leitora Ana Beatriz Bondukian que escreve pedindo um post que teça comentários sobre a obra do roqueiro moderno brasileiro Jay Vaquer. Não sou de atender pedidos nesse blog, porém, como esse foi o primeiro e único, achei por bem fazer uma boa ação. Cara Ana Beatriz, esse post é em sua homenagem (só porque você me escreveu em papel de carta perfumado da My Melody, tsá?).

Então, não que eu não tivesse a par de quem é Jay Vaquer. Infelizmente eu sabia. O cara costuma aparecer na Mtv de tempos em tempos lançando um novo clipe modernoso. No conceito e orçamento dos diretores de clipes tupiniquins, é claro. O que eu não sabia e é digno de nota é o fato do rapazola ser filho de, ninguém mais, ninguém menos que a Jane Duboc. JANE DO MUTHAFUCKIN' BOQUE, senhoras e senhores! As coisas só seriam mais perfeitas se o pai dele fosse o Zé Ketti, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, né?

Outra característica notável do cantor é a capacidade de botar o dedo na ferida com suas letras. É isso aí, com o Jay Vaquer não tem essa, o cara escancara as hipocrisias mesmo, certo? Segundo seu site (que, ao contrário do seu, artista vendido de merda, é.ART.br, nada disso de .com), não dá pra dizer se sua prosa é diário íntimo ou crítica social, o que só me leva a pensar que a vida do Jay Vaquer deve ser uma merda, né?

Segundo o release sobre o último disco de Jay Vaquer (impressionante, o cara já está no terceiro disco que ninguém ouviu!), "...outro grande personagem é o aspirante a ator que vê seu sonho de uma carreira feliz desmoronar depois que não consegue triunfar em "Projacland". É o protagonista de Estrela de um céu nublado, que conta com a participação especial de Meg Stock, da banda Luxúria. Os anti-heróis de Jay, não são só vilões, nem apenas vítimas". Essa música, puta merda, essa música é coisa linda de deus! Como se não bastasse a reunião de dois titãs do fracasso musical, a letra traz versos inspirados do quilate de "Foi morar no Rio de Janeiro, tiro certeiro pra tentar a sorte em Projacland... alugou um conjugado no catete... arrumou uma vaga de barman num bar descolado pra cacete..." e "Perua desquitada que vivia da pensão do ex-marido, empresário falido que sofria de 'Síndrome de Dow Jones'...". Sério, só tem uma coisa que faz mais minha alegria que rimar catete com cacete, fazer trocadalho espertinho em letra de música. Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, o Espírito que Anda, devem ter se roído de inveja ao ler essa!

O que me intriga não é nem as razões por trás da obra de Jay Vaquer, mas quem se identifica com esse tipo de letra, quem pega um carro, dirige até o shopping center, procura uma loja de cds, compra o disco do cara, volta pra casa, coloca o disquinho no som e pensa "porra, foda! FO-DA, mandei bem! Dinheiro bem aplicado é isso aí!!!"... Muito provavelmente quem curte Luxúria e vota no Prêmio Multishow, mas eu prefiro acreditar que esse tipo de gente não existe de verdade, é tipo mula-sem-cabeça, boitatá ou saci pererê.

terça-feira, julho 01, 2008

Tatuagens de banda, arrependimento na certa

Tatuados quando se encontram, inevitavelmente, conversam sobre tatuagens. Quando esses tatuados são caras envolvidos com bandas e todo o cenário punk/hardcore, não raro suas tatuagens trazem motivos relacionados a bandas do estilo e, não raro, eles se arrependem de tê-las feito.

Agora aqui em casa está hospedado o Rickert, um punk de Berlim. Outro dia, conversando sobre tatuagens, ele me mostrou um desenho que fez em seu braço, a cabeça de um javali espetada numa espada com a frase "Only the Stain Remains". De cara eu não tinha sacado a referência, como ele é alemão, achei todo o lance super Visigodo e coisa e tal. Só então Rickert, visivelmente constrangido, disse que a frase era retirada de uma música do Life of Agony!!! Se você não liga a mínima para hardcore noventista ou apenas não é um(a) nerd de banda, entenda a vergonha do nosso amigo tedesco por aqui.

Sendo solidário com meu hóspede, disse a ele para não ficar acanhado, afinal de contas, carrego na batata da perna um coração numa adaga com a frase "Value Driven", tirada do nome de um disco do Better Than a Thousand, banda do seminal Ray Cappo (consultar wikipédia para maiores informações). Pra vocês entenderem a ironia em tatuar "guiado por seus valores" inspirado em algo que o Ray Cappo fez ou disse, é mais ou menos como um advogado tatuar uma frase edificante do Juiz Lalau, como um vascaíno gravar a cara do Eurico Miranda no braço ou como se uma banda de metal lançasse um disco intitulado "Justiça Para Todos", ficassem milionários e então decidissem processar seus próprios fãs por trocarem arquivos desse disco, sacaram?

Enfim, como tudo que é ruim sempre poderia ser pior, tatuar "Value Driven" nem foi das maiores merdas que eu fiz. Basta lembrar que, à época, estava entre duas frases. Era ou "Value Driven" ou "Poison Free", retirada diretamente de uma música da antiga banda de Nenê Altro, atual vocalista do Dance of Days e mais conhecido como o PRESIDENTE DO EMO NO BRASIL, grande figura humana!