quarta-feira, janeiro 16, 2008

Não seja você mesmo!

Existe um tipo de máxima adolescente que se tornou muito popular por aqui no início dos anos 90. Era uma época de descoberta do mercado jovem, Mtv aportando na Pompéia, o grunge bombando pelo mundo, o Turco Loco vendendo camisa pirata da Vision e todo o resto das coisas que agora a gente finalmente consegue entender o nível de barangalidade. Era, para resumir a estória, a época para se ter atitude! A reboque desse negócio de ter atitude (que ninguém sabia bem o que era, mas vendia que era uma beleza em estampa de camisa), cunharam a frase-modelo de uma geração meio perdida: "Seja Você Mesmo!".

Ser você mesmo, nos anos 90, parecia exprimir os desejos e os objetivos daquela rapaziada sofrida que finalmente encontrava um mercado pra chamar de seu. Não interessava o quão obtuso, equivocado e ridículo você fosse, se você fosse você mesmo tava tudo nos conformes. Não por acaso, essa época acabou brindando o mundo com o cabelo raspado de um lado e comprido do outro, as tinturas rosa e verde pras madeixas femininas, camisas de flanela amarradas na cintura e o Thunderbird. Valia tudo!

Enfim, passados quase duas décadas desde esse grito de guerra rebelde, já está mais que na hora de repensar a idéia. Pô, pra que ser você mesmo se vinte anos já provaram que ser você mesmo é escroto pra caralho? Sério, vamos começar a se espelhar nos mais velhos, em gente de reputação abalizada, gente que não vacilou, não esmoreceu, que passou incólume por aí sem ter usado barbicha e camisa escrito "Fuck the Fashion" em letras garrafais. Alguém conhece alguém assim pra apresentar pra gente e servir de molde? Eu tenho alguns bons nomes, se quiserem posso mandar por email...

Daí você, revoltado da vida, pode estar pensando "Pô, que otário esse cara. Conformista, fasciiiista!!!". Assim, vamos botar o preto no branco. Olha quem defende você ser você mesmo: A Pitty. Preciso falar mais? A Pitty acha legal você ser você mesmo, mesmo que você seja bizarro. Alooou, gente, não é legal ser bizarro! Se fosse legal ser bizarro, o Bizarro itself não se vestiria de Super-Homem, concordam?



ninguém entende um bizarro!


Portanto, da próxima vez que te bater aquela vontade de "ser você mesmo", pense duas vezes e, por via das dúvidas, fique em casa. Uma boa noite de sono geralmente acaba com esses desejos. No futuro você vai agradecer esses conselhos, pode ter certeza!

Um comentário:

Pedro Carvalho disse...

Os melhores posts ninguém comenta. É por isso que a democracia não funciona.