quinta-feira, maio 15, 2008

Voadora - estilosa e fatal

Tenho absoluta certeza que uma das principais preocupações dos leitores desse blog é saber como se defender de possíveis ataques. Sejam de amigas invejosas, babuínos loucos, inimizades criadas no ambiente de trabalho, guepardos assassinos e todo tipo de nemesis, bostalhões e péla sacos vingativos. Como essa também é uma preocupação muito particular da minha pessoa, tenho certeza que vocês irão tirar proveito do que tenho a dizer.

Pensem bem, não existe nada mais constrangedor que assistir a uma briga de amadores. Os socos são mal dados, sempre tem puxão de cabelo, os chutes costumeiramente erram o alvo e os oponentes sempre acabam com a gola da camisa desbeiçada, os braços lanhados e aquelas bochechas avermelhadas de gordinho na aula de educação física. Um ter-ror! É por isso que eu passei anos pensando em como destruir meus inimigos e, ao mesmo tempo, não abrir mão da graça e do estilo que tão arduamente cultivo e mantenho a quase três décadas.

Se esmagar idiotas com atitude e muito estilo também é a de vocês, eu tenho apenas uma palavra: Voadoras! Sério, não há meio mais fuderoso e que indique "lá vai um verdadeiro campeão das ruas" do que acertar uma poderosa voadora no peito, cabeça ou estômago adversário e encerrar a contenda. O golpe popularizado por filmes de artes marciais ao redor do mundo reúne duas coisas supostamente ridículas para uma briga de rua (pulos e chutes desferidos numa altura improvável), mas que unidas formam um combo de extrema destruição física e moral. Só há uma sensação mais forte que ganhar na porrada de alguém com uma mortal voadora, perder pra alguém que dá voadoras em brigas. A humilhação é insuportável.

Porém, para garantir que seu golpe combinará os três elementos necessários - a saber, estilo, força e eficiência - , é preciso treinar bastante e levar em conta algumas regras básicas: O salto deve ser dado com as pernas recolhidas, o que facilita que o golpe seja desferido com velocidade e de forma satisfatória; O chute deve sempre ser dado com a perna reta; É preciso se projetar em direção ao inimigo, pular e chutar parado não rola, é coisa de melódico; O corpo, uma vez no ar, precisa pender um pouco para trás, as mãos ficarem em posição de defesa e o pé virado, a fim de atingir horizontalmente o oponente. E lembre-se, não importa o tamanho do adversário e sua falta de habilidade, treino ou noção de luta, a voadora está dentro de cada um de nós.

Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre esse golpe titânico, mãos à obra. Apodere-se do espírito de Lindomar, o Sub-Zero brasileiro e vá para as ruas fazer justiça com as próprias pernas. Hai!

3 comentários:

Pedro Carvalho disse...

Não podemos nos esquecer da ferrari das voadoras: a voadora giratória! E da maior homenagem à voadora já produzida pela cultura pop, o jogo Double Dragon II para o Nintendo 8 bits. Era incrível aquilo, você dava voadora o tempo inteiro e quando era giratória o cara parecia um pirocóptero assassino.

Bia Bonduki disse...

Eu dava um punhado de réis prá ver você ENSAIANDO a voadora, para assim fazer uma descrição mais fiel.

Menezes, o cretino disse...

E como você acha que eu me lembrei de todos os preceitos de uma boa voadora?

Aliás, acho que deveriam inventar uma dessas aulas de ginástica baseada somente em golpes ninja e outros movimentos populares entre garotos que brincam de lutinha. Ia ser elgal "vamo lá, agora, eu quero uma, duas, três voadoras. E vai! Suando e queimando calorias. Iiiiiááá! Iiiiiiááá!"