segunda-feira, setembro 10, 2007

Amor e Folia (nada a ver com Los Hermanos, mais pra death metal old school)

Pedro Roberto conheceu Mariana num bar, naquele período de férias carnavalescas em que a cidade ganha ares de praça de guerra devastada por foliões e quando os 37 cariocas que não gostam de carnaval vagam pela cidade como personagens de algum episódio de Além da Imaginação sobre sobreviventes de uma hecatombe momesca. Fosse qualquer outra época, eu seria obrigado a dizer que a empatia foi mútua e instantânea, mas o período carnavalesco permite que fiquemos despidos de eufemismos e digamos a verdade: ele ficou louco pra comer e ela louca pra dar. Não precisaria de muita explicação pra isso também, tendo em vista que Pedro Roberto seria facilmente apontado como um tipo interessante numa rodinha de meninas, Mariana era uma feliz combinação de pernas, seios e bunda com olhos hipnóticos e um sorriso que intimiva sua decifragem, ambos eram bem-humorados, medianamente inteligentes e já estavam, como diz o poeta, "prá lá de Bagdá".

Do bar pro apartamento da mãe de Pedro Roberto foi um pulo (literalmente dois pulos, sessenta passos e meia dúzia de cambaleadas). O casalzinho adentrou o quarto, o menino agradeceu às caipirinhas que a mãe bebeu na saída da Banda de Ipanema e o consequente sono de pedra, colocaram um sonzinho no mini-system, trancaram a porta e mandaram ver. Mandaram ver meeeeesmo!!! O que se seguiu ali teve muito pouco a ver com amor e se assemelhava mais ao indescritível chamado da natureza versão Kama-Sutra.

Lá pelas tantas, Pedro Roberto já sapecando o iá-iá há alguns bons minutos, atordoado com o rebolado e as coxas rijas de Mariana que davam a impressão de poder quebrar-lhe o pescoço quando seu orgasmo se aproximasse, sua performance incrivelmente atlética e aquele negócinho que... ai meu deus... ela fazia com a língua, Mariana deu sinais de que estava prestes a gozar. O garotão não teve dúvidas e, para selar a boa impressão deixada ao longo da foda, acelerou as estocadas não dando bola para o cansaço e para um princípio de câimbra na batata da perna esquerda. A técnica deu resultado e os espasmos corporais e a respiração de Mariana foram ficando mais fortes e rápidos. Os ohs e ahns deram lugar a um gemidos gutural que evoluíram rapiamente para um grunhido gutural, uma espécie de apelo grindcore a meio-tom clamando para que Pedro Roberto não parasse, que a fizesse gozar como nunca. Grunhidos guturais grindcore que lembravam aquelas coisas que o Carlos Vândalo fazia entre os versos do Dorsal Atlântica seguidos de bufadas tão fortes que pareciam um relinchar de cavalo. Carlos Vândalo e um manga-larga eram as imagens sonoras ali naquela batalha sexual. "Ouuurgh, huuuung, ooourgh, me faz...gozaaaaargh... buuuufff, buuuufff... me foooodeeerk... buuuffff!".




Não rolou. Pedro Roberto brochou fragorosamente quando a menina parecia que ou teria o orgasmo mais forte de sua vida ou gravaria os vocais do Marduk deitada na cama de pernas abertas. Mariana ficou puta, se sentiu ofendida e foi embora sem esconder a decepção com o que ela considerou algo proposital. Nunca mais se viram, ficou por isso mesmo, ficou pelo carnaval.

Poderiam ter sido um grande casal, foderiam incontáveis vezes e gozariam horrores, mas não há pau duro que resista a Carlos Vândalo e relinchos de um manga-larga. Ainda bem que mamãe não acordou.

Um comentário:

Lady Metal disse...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, estou rindo muito com esse texto!