segunda-feira, setembro 17, 2007

Pensando um pouco no que a gente anda fazendo por aí

Não, não é arte. Não é nada para ser levado à sério ou ser reconhecido em outra esfera que não a cotidiana e de nenhuma outra forma que não a ligada a sua própria esfera. Isso aqui é uma coisa cotidiana. Mas sem querer parecer pretensioso, dá pra, num âmbito mais geral, chamar de literatura. Literatura no sentido de ser o exercício da elouquência, hehehe! (mas que é uma de suas definições. Procurei no dicionário pra não parecer, além de convencido, equivocado). E se isso aqui que a gente - e eu juro que queria falar a gente e citar uma turma, uns conhecidos, mas o único cara que eu conheço que escreve em blog dessa forma é o Alejandro e nem sei mais se o blog dele tá em atividade - faz é literatura, é também um tipo bem específico, bem próprio, né?

A literatura de internet possui características que, ao contrário do que pensam os preguiçosos, não tem porra nenhuma a ver com o tamanho dos textos. Acho que só nego muito burro pra pensar que algo ser curto, feito para não cansar, é uma característica séria. A maior característica da literatura de internet é a instantaneidade da coisa. Você pensa, escreve no corpo do blog, clica em publicar e pronto. Se tem sorte, outras pessoas vão fazer o mesmo na seção de comentários (não é o caso daqui, nota-se). Eu acho que as pessoas que escrevem livros, fazem literatura de verdade, acabam burilando, reformulando os textos e, de certa forma, tem uma produção bem menos fragmentada. Eu só posso tirar por mim, mas tudo que é escrito aqui, foi muito pouco pensado, em termos de forma, em termos de conteúdo... Pois é, e vocês aí pensando que eu passava horas parindo esses riquíssimos textos sobre o cara da caverna do dragão, a morte do papagaio Alex, acordar de pau duro né?! Hã-hã.

Enfim, pensei nisso depois de ler uma entrevista que o Sávio e o Velotrol fizeram com um quadrinista chamado Gary Panter e no que o cara falou sobre a arte nos dias de hoje. Mesmo que isso não seja arte (e eu realmente não quero que seja), eu espero que a produção seja para sempre rápida, fluida e instantânea.


Pronto, já podemos voltar com a programação normal...

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